Por Natanael Rinaldi
No início deste artigo uma pergunta é oportuna: “A Igreja Evangélica Cristo Vive - Crescendo em Graça” é realmente uma igreja evangélica? Bom, se nos deixarmos levar apenas pelo nome é bem fácil sermos enganados. Mas, temos um conselho do apóstolo Paulo que recomenda: “Examinai tudo. Retende o bem” (1Ts 5.21). Se pesquisarmos os seus ensinos, evitaremos cair no engodo de admitir que essa entidade religiosa seja realmente evangélica. Ganhamos umas dezenas de livros publicados pelo escritor Miguel Ângelo que se intitula apóstolo Primaz dessa igreja e pude comprovar ensinos tão estranhos e heréticos que jamais poderemos concordar que se trate realmente de uma igreja evangélica. Limitar-nos-emos à autoridade invocada pelo escritor para a doutrina da Trindade, uma das mais importantes doutrinas da fé cristã.
No livro Jesus na carne era o véu, de autoria de Miguel Ângelo da Silva Ferreira, na página 14, encontramos a seguinte declaração de fé:
“É desejo meu, sempre, levar ao povo de Deus, que eu pastoreio, bem como aos que me acompanham pela rádio e TV e aos que lêem os meus livros, Jesus como Ele é – DEUS. Nós sabemos que Jesus é Deus.”
“A Igreja de um modo geral não sabe que Jesus é Deus. Ela fala de Jesus, o chama de Senhor, mas poucas são as igrejas que sabem, que têm convicção que Jesus é Deus. Normalmente, as igrejas dizem: Jesus é o Senhor, mas pensam, aliás, como também pensávamos no passado, que há outros senhores, outros deuses. Nós mesmos dizíamos: O Deus Pai, o Deus Filho, o Deus Espírito Santo. Por falta de revelação, o nosso conhecimento de Deus era muito limitado. A tradição acredita em Jesus, mas não acredita que Ele é Deus. Ela acredita que Jesus é um Deus e que naturalmente existem outros. Foi criada a doutrina da trindade celestial, que não existe na Bíblia. Deus é um só. A revelação que nosso ministério tem, é que Jesus é Deus. Nós pregamos e temos instado em pregar esta verdade, temos um livro escrito sobre a deidade de Cristo. A verdade de que Jesus é Deus, para o nosso ministério é um ponto pacífico. O nosso Deus chama-se Jesus Cristo. Nós vamos descobrindo coisas maravilhosas, à medida que vamos avançando no conhecimento da revelação.”
Nas páginas 17,18 lemos ainda: “Ao longo dos séculos, a igreja criou a Santíssima Trindade. Mas Santíssima Trindade não existe na Bíblia, o que existe é um Deus que se manifestou triunicamente: Como Pai, como Filho e como Espírito Santo.”
“O Espírito e Jesus são a mesma pessoa. Quando nós dizemos: Senhor Jesus Cristo nós estamos implicitamente reconhecendo que o Senhor é o Pai; Jesus, é ao mesmo tempo a manifestação como Filho e o Consolador. Portanto, um só Deus, Jesus Cristo. O nome do Soberano Deus é Jesus Cristo, que se manifestou triunicamente. Há um só Deus, um só Senhor. Este é o maior mistério revelado à Igreja.” (RESPOSTAS EM GRAÇA para PERGUNTAS DA LEI, volume 19, p. 18)
“Na verdade, eu era politeísta, adorava três deuses. Agora, nós sabemos que existe um só Deus que é Jesus Cristo, o Soberano e Único Senhor, o qual teve três manifestações: o Pai na Criação, o Filho na Redenção e o Espírito Santo que manifesta sua graça no seio da Igreja de Jesus Cristo.” (PREDESTINAÇÃO – UMA VISÃO DE DEUS, Volume XIV, série Crescendo em Graça – 23ª. Edição, abril de 1997)
DUAS FONTES DE AUTORIDADE RELIGIOSA: A BIBLIA E A REVELAÇÃO DE MIGUEL ÂNGELO
Em primeiro lugar descobrimos que o apóstolo Primaz Miguel Ângelo embora cite frequentemente a Bíblia para suposta base dos seus ensinos ele não se apóia realmente só na Bíblia. É característica das seitas ter, além da Bíblia, um líder fundador cujos ensinos são tidos com mesmo valor de autoridade que a Bíblia. Isso se dá com o adventismo na pessoa de sua profetiza Ellen Gould White e seus livros; no mormonismo, com Joseph Smith Jr, e o Livro de Mórmon; no moonismo com Sun Miyang Moon, no livro O Princípio Divino; com Allan Kardec, com o Livro dos Espíritos, e assim poderíamos prosseguir nessa característica de seitas. E a mal denominada Igreja Evangélica Cristo Vive, não escapa dessa observação.
Diz o referido apóstolo Miguel Ângelo,
“Nosso objetivo é expor os fatos desta Revelação de Graça que esteve oculta... desde os tempos eternos...” “... mas eu quero dizer e mesmo afirmar que uma igreja que tenha a revelação do Senhor... ela chega ao pleno conhecimento da verdade.”
“Nós estamos sendo chamados a cada dia a conhecermos os mistérios revelados... A perfeição vem quando conhecemos a graça do Senhor, que foi revelada ao Apóstolo Paulo nas catorze epístolas.” (Deus: Autor de Toda Boa Dádiva, - Prefácio e p. 60).
E prossegue: “Eu estou pregando e ensinando o que nunca ninguém pregou, porque ninguém sabia disto. Esta é a razão da minha existência na obra de Deus, pregar com tenacidade nas rádios, na TV, nos púlpitos e em todos os lugares onde vou.”
Ele lamenta pelos que não aceitam sua missão divina: “Me dói ver tantas pessoas subjugadas com fardos, acorrentadas por princípios obsoletos, cauterizando suas mentes.” (Predestinação Uma Visão de Deus, p.16)
Quando lemos suas lamentações sobre pessoas que não aceitam suas “revelações” ou seus “mistérios revelados” só podemos deduzir que ele se esqueceu de consultar a Bíblia para saber o que Paulo escreveu acerca dos que se ufanam de ensinar doutrinas estranhas que estão além da Bíblia.
“E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro.” (I Corintios 4:6).
Mas, além dessa recomendação de Paulo, o livro do Apocalipse 22.18,19 é também muito claro quanto à proibição de se acrescentar ou tirar parte do que está escrito na Bíblia.
“Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; “E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro.”
Os ensinos de Miguel Ângelo são, na verdade, unicistas.
UNICISMO
Os Unicistas ensinam que há uma só pessoa da Divindade que é Jesus Cristo. Jesus é Deus. Sendo assim Jesus tem que ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Negam a doutrina da Trindade que é entendida como a existência de um só Deus eternamente subsistente em três Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Miguel Ângelo insinua que a doutrina da Trindade tem origem na tradição. Da declaração transcrita elaboramos as seguintes Observações:
1a. Observação: “Nós sabemos que Jesus é Deus. A Igreja de um modo geral não sabe que Jesus é Deus. Ela fala de Jesus, o chama de Senhor, mas poucas são as igrejas que dizem: Jesus é o Senhor, mas poucas são as igrejas que sabem, que tem convicção que Jesus é Deus.
Comentário: Se o escritor tivesse se referido há seitas que não crêem na deidade absoluta de Jesus, ainda seria razoável. Realmente as testemunhas de Jeová, os espíritas e mais grupos religiosos sectários têm essa posição doutrinária. Mas dizer que as igrejas evangélicas negam a deidade absoluta de Jesus, é acusação sem base.de quem realmente não está bem informado. Seria isso uma nova “revelação que estava oculta” e que agora é “revelada”? A Bíblia menciona Jesus como o verdadeiro Deus em 1 Jo 5.20: (I João 5:20) – “E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.”; Tomé chamou Jesus de “Meu Senhor e Meu Deus!” (Jo 20.28). Um doutor em divindade não pode errar de modo tão ingênuo...
2a. Observação: Faz uma confissão de apostasia: “Normalmente, as igrejas dizem: Jesus é o Senhor, mas pensam, aliás, como também pensávamos no passado, que há outros senhores, outros deuses.”
Comentário: Sim, nós declaramos com base em 1 Co 8.6 que “... um só Senhor, Jesus Cristo.” Isso é nossa forma de crer e das igrejas evangélicas em geral. Enquanto isso, no v. 5 lemos “ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores), ...” E há sim, alguns que se chamem deuses e muitos senhores”, que, na verdade, trata-se de deuses e senhores falsos. O mormonismo ensina através de seu profeta Joseph Smith Jr, no livro “Ensinamentos do Profeta Joseph Jr”, na página 336, que esses deuses e senhores são deuses verdadeiros. Não é de estranhar porque o próprio Miguel Ângelo declara que “somos deuses”. Nós, entretanto, cremos na existência de um único Deus verdadeiro (Is 43.10). E aceitamos o que declara (Jeremias 10:11) – “Assim lhes direis: Os deuses que não fizeram os céus e a terra desaparecerão da terra e de debaixo deste céu. Seria o caso de Miguel Ângelo ser politeísta ou admitir ele que todos nós, humanos, somos deuses?
3ª. Observação: Imagine se ele acha que “nosso conhecimento era muito limitado. “Nós mesmos dizíamos: O Deus Pai, o Deus Filho, o Deus Espírito Santo. Por falta de revelação, o nosso conhecimento de Deus era muito limitado. A tradição acredita em Jesus, mas não acredita que Ele é Deus. Ela acredita que Jesus é um Deus e que naturalmente existem outros. Foi criada a doutrina da trindade celestial, que não existe na Bíblia. Deus é um só.
Comentário: Aqui, então, é que Miguel Ângelo faz a sua confissão de fé unicista. Repete e repete: Jesus é Deus. Ninguém nega isso, a não ser as testemunhas de Jeová, cuja TNM faz constar em Jo 1.1 “... e a Palavra era (um) deus.” Realmente, o que ele quer dizer e nós concordamos que Jesus é Deus (letra maiúscula). Enquanto ele afirma a divindade absoluta de Jesus, ele exclui o Pai e o Espírito Santo. Cai no erro unicista de ensinar que Jesus é o Pai, o Filho e o Espírito Santo. E pior: ele cita que nós evangélicos adotamos a posição trinitária apoiados na tradição E, gratuitamente, acusa-nos de declararmos que ensinamos que “Jesus é um Deus e que naturalmente existem outros.” Fico escandalizado quando leio de alguém que possui tantos títulos sobre teologia e cai num erro infantil como o exposto.
ANÁLISE DA DOUTRINA DA TRINDADE
A Bíblia começa dizendo: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Nesta referência, a palavra Deus traduzida do hebraico é Elohim, que é uma palavra que está no plural (Elohim é o plural de Eloah). Aqui o Deus composto de Pai, o Filho e o Espírito Santo estava criando, pois a Bíblia nos mostra que os três são participantes na criação (vide quadro). No livro de Gênesis vemos três vezes (e não menos que três) referências de Deus em passagens que está no plural; em
Gn 1.26, disse Deus “façamos o homem à nossa imagem”; em Gn 3.22 “eis que o homem é como um de nós” e;
Gn 11.7 “desçamos e confundamos ali a sua língua”.
A palavra usada para único Deus é “echad”, que é uma unidade composta (diferente de “yachid”, que é uma unidade simples). Esta palavra é utilizada em Gn 2.24, referindo-se ao homem e a mulher, sendo uma só carne (unidade composta).
Para ridicularizar a doutrina da Trindade declara o escritor o que pensam que nós ensinamos:
4ª. Observação: “Normalmente, as igrejas dizem: Jesus é o Senhor, mas pensam, aliás, como também pensávamos no passado, que há outros senhores, outros deuses. Nós mesmos dizíamos: O Deus Pai, o Deus Filho, o Deus Espírito Santo.”
Comentário: Só por má fé é que podemos ser acusados de politeístas quando admitimos a existência de um só Deus eternamente subsistente em três Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Não admitimos e nem cremos “que há outros senhores, outros deuses.” Para nós há um só Deus. Este Deus (do hebraico Elohim) aparece no primeiro livro Bíblia (Gn 1.26,27).
O homem não foi criado à imagem de anjos, consequentemente, Deus estaria falando com anjos. Isso fica bem claro no v. 27 .
A PALAVRA DEUS EMPREGADA PARA O PAI, PARA O FILHO E PARA O ESPIRITO SANTO
A palavra Deus é empregada para o Pai: (I Pedro 1:2) – “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.”
A palavra Deus é empregada para o Filho: (I João 5:20) – “E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.”
A palavra Deus é empregada para o Espírito Santo: (Atos 5:3) – “Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? (Atos 5:4) - Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.”
Ao mesmo tempo declara a Bíblia que há um só Deus. “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR.” (Dt 6.4)
Algumas indagações para fazer pensar o Sr. Miguel Ângelo:
É JESUS O PAI?
“Quando nós dizemos: Senhor Jesus Cristo nós estamos implicitamente reconhecendo que o Senhor é o Pai. “(RESPOSTAS EM GRAÇA para PERGUNTAS DA LEI, volume 19, p. 18)
Refutação:
1) Como poderia então em Jo 1.1 expor que “o Verbo (Jesus) estava com Deus...” mostrando duas pessoas distintas.
2) Se Jesus fosse o Pai como poderia ter orado ao Pai em (João 17:5) – “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.”
3) Pai e Filho são duas pessoas distintas: “(João 5:31) - Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. (João 5:32) - Há outro que testifica de mim, e sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro.
4) Se Jesus fosse o Pai como poderia afirmar que fora enviado pelo Pai em 5:43:Jesus disse: "Eu vim em nome de meu Pai e vós não me recebeis; se outro viesse em seu próprio nome a esse receberíeis".?
5) O testemunho de duas pessoas é verdadeiro. (João 8:16) – “E, se na verdade julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou. (João 8:17) - E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. (João 8:18) - Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou.”
QUE DIZ A BÍBLIA ACERCA DE JESUS E O PAI?
Jesus é referido como “Filho” mais de 200 vezes no Novo Testamento e nunca é chamado de “Pai”.
Jesus referiu-se ao Pai mais de 200 vezes como alguém distinto dele.
Em mais de 50 versículos podemos observar o Pai e a Jesus; o Filho lado a lado com o Pai.
Nos Evangelhos, Jesus se referia ao Pai como “meu Pai” (João 20:17).
No Novo Testamento repetidamente encontramos expressões como estas:
Romanos 15:5-6 — “O Deus que concede perseverança e ânimo lhes dê um espírito de unidade, segundo Cristo Jesus, para que com um só coração e uma só boca vocês glorifiquem ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”.
2ª Coríntios 1:3 — “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação...”
Filipenses 2:10-11 — “...Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”.
1ª João 1:3b — “Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo”.
1ª João 2:1 — “Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”.
2ª João 3 — “Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, estarão conosco em verdade e amor”.
1ª João 4:9-10,14 — “Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação por nossos pecados. (...) E vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo”.
É JESUS O ESPÍRITO SANTO?
“O Espírito e Jesus são a mesma pessoa. Jesus, é ao mesmo tempo a manifestação como Filho e o Consolador. Portanto, um só Deus, Jesus Cristo. O nome do Soberano Deus é Jesus Cristo, que se manifestou triunicamente.” (RESPOSTAS EM GRAÇA para PERGUNTAS DA LEI, volume 19, p. 18)
Mateus 12:31-32 — O texto fala da blasfêmia contra o Espírito Santo. A conclusão lógica que é extraída deste texto é que se a blasfêmia contra o Espírito Santo não vai ser perdoada, mas a blasfêmia contra o Filho vai ser perdoada, então o Filho NÃO é o Espírito Santo.
João 14:16 — O Espírito Santo é o “outro Consolador”.
João 15:26 — Jesus enviou o Espírito Santo.
João 16:13 — O Espírito Santo demonstra humildade e busca glorificar a Jesus.
Depois de termos visto que Jesus não é o Pai nem tampouco o Espírito Santo, podemos nos dar conta de que os Unicistas têm um conceito equivocado da verdadeira natureza de Deus.
Se Jesus não é o Pai, mas é Deus, e o Pai não é Jesus e é Deus, e o Espírito Santo não é Jesus e é Deus e a Bíblia diz que somente há um Deus, então isto significa que dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estas três compartilham a mesma natureza e atributos; então, com efeito, estas três são o único Deus.
Uma coisa é dizer “Eu não entendo a doutrina da Trindade” e outra coisa é dizer que “a doutrina da Trindade é falsa”, “pagã”, “diabólica”, “antibíblica”. A Bíblia faz uma advertência muito forte para esta classe de pessoas quando nos diz: “... Este é o anticristo: aquele que nega o Pai e o Filho. Todo o que nega o Filho também não tem o Pai; quem confessa publicamente o Filho tem também o Pai” (1ª João 2:22b-23).
Uma Pergunta Fatal: A Quem foi paga a nossa Redenção?
A quem Cristo pagou o resgate? Se a doutrina ortodoxa da Trindade for negada (não havendo distinção entre as pessoas da Deidade, conforme o ensino da IECV), Cristo teria pago o resgate ou à raça humana ou à Satanás. Posto que a humanidade está morta em transgressões e em pecados (Ef. 2:1), nenhum ser humano teria o direito de exigir que Cristo lhe pagasse o resgate. Sobraria, portanto, Satanás. Nós, porém, nada devemos a Satanás. E a idéia de Satanás exigir resgate pela humanidade é blasfêmia, por causa das implicações. Pelo contrário. O resgate foi pago ao Deus Trino e Uno para satisfazer as plenas reivindicações da justiça Divina contra o pecador caído. As escrituras exigem: “... Cristo nos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” (Ef. 5:2). Embora mereçamos o castigo decorrente da justiça de Deus (Rm. 6:23), somos justificados pela graça mediante a fé em Cristo Jesus, somente. Fica claro que a doutrina essencial da expiação vicária, na qual Cristo carregou os nossos pecados na sua morte, depende do conceito trinitariano.
O Unicismo da IECV subverte o conceito bíblico da morte expiatória e vicária de Cristo como satisfação da justiça de Deus, e, em última análise, anula a obra da cruz. (Teologia Sistemática, p. 180, editado por Stanley M, Horton)