terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

RACIONALISMO EVANGÉLICO

Resultado de imagem para RENÉ DESCARTES IMAGENSA Enciclopédia Encarta afirma que o Racionalismo, em filosofia, é um sistema de pensamento que acentua o papel da razão na aquisição do conhecimento. Opõe-se ao empirismo que ressalta o papel da experiência. Na história da filosofia ocidental, o racionalismo identifica-se, sobretudo, com o filósofo René Descartes. Os estudiosos debatem se há diferença entre racionalismo e razão.


Diferenciar racionalismo de racionalidade pode ser apenas uma questão de semântica. Porém, quando a razão se torna o supremo juízo das questões ou é priorizada em demasia, pode se tornar um fator delicado. Não se trata de acentuar o papel da razão na aquisição do conhecimento, pois isso é normal. Em certa medida é cautelar e legítimo o uso da razão. A fé cristã não dispensa o uso da razão na verificação dos fatos históricos ocorridos ou em seus “mistérios” doutrinários. Até aqui tudo bem. Contudo, quando há dilemas na doutrina bíblica nem sempre o uso da razão, elevado a um grau extremo, é uma necessidade obrigatória. Por vezes temos que nos contentar simplesmente em não saber como resolver os tais dilemas, pois o próprio Deus não o fez por nós. Por exemplo: não há solução satisfatória quando o assunto doutrinário versa sobre a soberania de Deus e o livre arbítrio humano; predestinação e a reprovação divina; a onipotência de Deus e a realidade do mal, etc.

Todavia, quando há dilemas teológicos não devemos fazer uso exacerbado da razão para tentar explicar as aparentes discrepâncias. Há muitos dilemas teológicos que a própria Escritura Sagrada não intenciona resolver. O texto de Deuteronômio 29:29 nos alerta sobre essa questão: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, ao nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei”. Fazer da razão humana o supremo tribunal do juízo não resolve a questão do dilema, e, por fim ilude o proponente. Não temos respostas para muita questão doutrinária e/ou teológica, mas devemos nos contentar com aquilo que a Bíblia nos ensina a respeito de certos temas.

Há um sistema de teologia que racionaliza sobre os assuntos elencados acima (arminianismo); há outro que não tem a pretensão de resolver os aparentes dilemas doutrinários (calvinismo). O sistema racional questiona: como pode o mal existir? Por que Deus escolheria alguns para salvação, enquanto não escolhe outros? Deus não seria injusto? Por que não posso [eu mesmo] escolher decidir Deus? Se estou seguramente salvo posso viver pecar pecando? Por que evangelizar se Deus já predestinou pessoas para a salvação? Por que Jesus morreria apenas por algumas pessoas? As perguntas são muitas e diversas. Para todas elas o sistema racional exige coerência e harmonia.

A grande questão é que há sempre uma explicação bíblica para todas as perguntas listadas acima, porém ela não pretende satisfazer a curiosidade humana ou a razão humana. O bom leitor e intérprete da Escritura Sagrada deve ter o saudável hábito de comparar o texto (que está lendo ou estudando) com outros textos bíblicos. Os segredos da Bíblia, que não estão revelados, devem permanecer assim, salvo se a própria Bíblia interpretar os segredos. Não submeta as dificuldades da Escritura à sua razão. Tal ato é parecido com o ateísmo evangélico. Deixe que o Espírito Santo ilumine sua mente e quebre a barreira do entendimento: “Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito procedente de Deus, para que entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente” (1 Coríntios 2:12). 

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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

DÍZIMOS E OFERTAS* (Subsidio EBD)

Por Gilson Barbosa

Quando o assunto é dízimo as opiniões se dividem. O que durante anos passou ileso, nos últimos tempos tem recebido muitas críticas. Por que será? Ora, o ensino sobre o dizimo não é bíblico? Abraão, que viveu antes da lei, não dizimou? Não diz Malaquias que aos dizimistas, as janelas dos céus seriam escancaradas? Não escreveu Joel que a omissão em entregar os dízimos ao Senhor estava resultando em calamidades?  Essas perguntas contêm em si mesmas respostas dos que são favoráveis à entrega ou devolução do dízimo.

Infelizmente há não somente crentes tentando barganhar com Deus nos dízimos e ofertas, mas até mesmo certos líderes de igrejas evangélicas ensinando algo parecido com isso nos púlpitos.  

Por exemplo, ouvimos muitas pregações, fundamentadas em Joel 1.4, que se dizimarmos, Deus nos protegerá do gafanhoto cortador, do gafanhoto migrador, do gafanhoto devorador e do gafanhoto destruidor. Em outras palavras haveria escassez de gêneros alimentícios; carestia causada pelo gafanhoto e pela seca. Neste caso, o armário do crente fiel a Deus, mas negligente nos dízimos, se tornaria igual ao dos cidadãos de Jerusalém.

Contudo, o fiel intérprete dos textos sagrados sabe que a seção de Joel 1.1-2.17, descreve o julgamento Divino aos judeus contemporâneos do profeta e que a sentença era resultado dos pecados do povo judeu. Acerca dos gafanhotos diz o reformador João Calvino, no comentário de Joel:

Ele acrescenta do que consistia o juízo— que a esperança deles de alimento havia por muitos anos sido frustrada. Amiúde ocorria, sabemos, de as locustas devorarem o trigo já crescido; e os besouros e lagartas faziam o mesmo: esses eram eventos ordinários. Porém, quando uma devastação se sucedia e outra se seguia, sem haver fim; quando houvera quatro anos estéreis, produzidos repentinamente por insetos que devoraram a vegetação da terra, seguramente isto não era habitual. Por conseguinte, o Profeta diz que tal não podia ter sido por acaso; pois Deus tencionava exibir aos judeus algum portento extraordinário, para que, mesmo contra a vontade deles, observassem a sua mão. Quando alguma coisa insignificante acontece, se for rara, chamará a atenção dos homens; pois frequentemente vemos que o mundo faz uma grande barafunda acerca de frivolidades. Mas é de se admirar, diz o Profeta, “que isso não haja produzido efeito sobre vós. O que então fareis, posto que estais famintos, e as causas são evidentes; pois Deus amaldiçoou a vossa terra, trazendo esses insetos, os quais consumiram vosso mantimento diante de vossos olhos. Visto ser assim, certamente é o tempo de vós vos arrependerdes; mas até aqui tendes estado mui descuidados, tendo ignorado os juízos divinos, os quais são tão fenomenais e memoráveis”

O obreiro que é fiel intérprete das Escrituras Sagradas jamais usará esse texto para sustentar a prática do dízimo, pois não há nenhuma indicação desse assunto na profecia de Joel. Agir desta forma poderá trazer sérios problemas espirituais aos crentes, além de não passar de mera barganha com Deus, pois se você der Deus devolverá â você duplicado, triplicado, quadruplicado...

Devolver o dízimo ao Senhor deve partir sempre da liberalidade pessoal do crente e não de uma pressão compulsória da liderança da igreja. Quando a liderança age pressionando, contraria o ensino a respeito do dízimo. Alguém pode estar se perguntando: Mas, qual o significado da palavra dízimo?  O autor Frank Viola responde:

No Velho Testamento, a palavra hebraica para “dízimo” é maaser, que significa décima parte. No NT, a palavra grega é dekate, que também significa décima parte. A palavra não é tomada do mundo religioso, mas do mundo da matemática e finanças.

CLASSE DE DÍZIMOS NO ANTIGO TESTAMENTO

No Antigo Testamento havia três tipos de dízimos. Primeiro, um dízimo do produto da terra para sustentar os levitas, que não tinham herança em Canaã: “É dever dos levitas fazer o trabalho na Tenda do Encontro e assumir a responsabilidade pelas ofensas contra ela. Este é um decreto perpétuo pelas suas gerações. Eles não receberão herança alguma entre os israelitas. Em vez disso, dou como herança aos levitas os dízimos que os israelitas apresentarem como contribuição ao Senhor. É por isso que eu disse que eles não teriam herança alguma entre os israelitas” Nm 18.23, 24.

Neste primeiro modelo é que se tenta buscar respaldo para o pastorado integral no trabalho ministerial. Porém, não podemos esquecer que o contexto histórico e as necessidades do ofício levítico são extremamente diferentes das necessidades pastorais hodiernas. O ministério levítico, conforme as exigências de Deus, não tem razão de existir hoje em dia.  

Segundo, havia um dízimo anual do produto da terra para patrocinar festas religiosas em Jerusalém. Se o produto pesasse muito para ser levado a Jerusalém, poderia ser convertido em dinheiro: “Separem o dízimo de tudo o que a terra produzir anualmente. Comam o dízimo do cereal, do vinho novo e do azeite, e a primeira cria de todos os seus rebanhos na presença do Senhor, o seu Deus, no local que ele escolher como habitação do seu Nome, para que aprendam a temer sempre o Senhor, o seu Deus” Dt 14.22, 23.

Terceiro, outro dízimo era arrecadado a cada três anos do produto da terra para os levitas, para os levitas locais, órfãos, estrangeiros e viúvas: “Ao final de cada três anos, tragam todos os dízimos da colheita do terceiro ano e armazene-os em sua própria cidade, para que os levitas, que não possuem propriedade nem herança, e os estrangeiros, os órfãos e as viúvas que vivem na sua cidade venham comer e saciar-se, e para que o Senhor, o seu Deus, o abençoe em todo o trabalho das suas mãos” Dt 14.28, 29. Esse terceiro modelo é muito relevante para análise da devolução dos dízimos e do seu devido uso. Tinha como objetivo principal socorrer os mais necessitados entre o povo. Os críticos dizem que os dízimos não são usados para atender esse tipo de pessoas nas igrejas evangélicas e que, o que lhes sobra de consolo são os mantimentos doados, novamente pelos irmãos que dizimam dinheiro à igreja.

Segundo as normas registradas em Levítico 27.30-32 era requerido o dízimo “dos cereais”, “das frutas das árvores” (safras) e dos “rebanhos”. O Novo Dicionário da Bíblia (Ed: Vida Nova) informa qual o procedimento no pagamento desses dízimos:

A maneira de pagar o dízimo do gado era com segue: o proprietário contava os animais conforme iam passando para o pasto, e cada décimo animal era dado a Deus. Dessa maneira não havia possibilidade de selecionar animais inferiores para pagamento do dízimo dentre o gado vacum e o gado miúdo (Lv 27.32 e seg.). Se um hebreu preferisse dedicar a décima parte da produção de seus cereais e frutas, na forma de seu valor monetário, tinha a liberdade de fazê-lo, mas um quinto dessa soma tinha de ser adicionado. Não lhe era permitido redimir a décima parte de seus rebanhos de gado vacum e de gado miúdo dessa maneira.

Todo esse procedimento obviamente teve de ser adaptado ao longo do tempo e hoje o dízimo é referente à moeda nacional de cada país.
  
E O DÍZIMO QUE ABRAÃO DEU A MELQUISEDEQUE?

Os que argumentam em favor do dízimo como um costume pré-mosaico, citam o episódio onde Abraão deu o dízimo à Melquisedeque – um tipo de Cristo. Com isso justifica-se que a prática do dízimo não está atrelada estritamente a lei de Moisés (Lv 27.30-32), mas é anterior a ela.  O teólogo e pastor José Gonçalves lembra-nos que

O que deve ficar claro é que a lei mosaica não criou as práticas do dízimo ou das ofertas, mas apenas deu-lhes conteúdo e forma através das diversas normas ou leis que as regulamentaram. Tal verdade fica patente ao constatar que o ofertar já era uma prática observada nos dia de Abel (Gn 4.4), e que o dízimo já era praticado pelos patriarcas (Gn 14.20; 28.22). 



A Bíblia de Estudo de Genebra anota deste episódio que

a prática de se pagar o dízimo ao rei ou a um deus era comum no antigo Oriente Próximo e é anterior à lei mosaica (Gn 28.22; 27.30-33; Nm 18.21-32). O presente de Abraão à Melquisedeque não era, provavelmente, o pagamento do “dízimo do rei” (cf I Sm 8.15,17), porém, um oferta que refletia o respeito de Abraão para com Melquisedeque como sacerdote do Deus verdadeiro.

Mas, Frank Viola, outro cristão estudioso, contesta o exemplo de Melquisedeque para justificar a entrega dos dízimos com os seguintes argumentos:

Primeiramente, o dízimo de Abraão era completamente voluntário. Não obrigatório. Deus não o ordenou como havia feito com o dízimo de Israel. Em segundo lugar, Abraão dizimou dos saques que ele havia adquirido depois de alguma batalha. Ele não dizimou de suas rendas nem de sua propriedade. O ato de dizimar de Abraão seria algo parecido com receber uma bonificação no trabalho, uma gratificação de Natal, para depois dizimar. Em terceiro lugar, e o ponto mais importante, esta foi a única vez que Abraão dizimou em todos os seus 175 anos aqui na terra. Não há evidência de que ele voltou a repetir tal coisa novamente. Consequentemente, se você deseja usar Abraão como “texto de prova” para dizer que os cristãos necessitam dizimar, então você é obrigado a dizimar apenas uma vez!

Apelar para o fato histórico do dízimo de Abraão à Melquisedeque é emblemático também no sentido de que deveríamos usar o mesmo critério para outras práticas, como por exemplo, o da circuncisão. Abraão não foi circuncidado antes da lei mosaica também?  E porquê os cristãos não se circuncidam? Por que utilizar o critério somente para o dízimo? Jesus não era incoerente com este fato, pois pagava o dízimo, mas também era circuncidado. Jesus era judeu e viveu como tal. 

O NOVO TESTAMENTO RESPALDA O ENSINO DO DÍZIMO?

É comum argumentar que a devolução dos dízimos trata-se do desprendimento avarento que um crente venha ter e que parte de um reconhecimento das benesses que o Senhor tem proporcionado aos seus filhos. Não sei se isso é justificável à luz das experiências. Há crentes que dizimam há décadas, porém mistificaram tanto o dízimo a ponto de trocá-lo pela vida de santidade, ou seja, vivem embaraçados com coisas desta vida, endividados financeiramente, carentes de vida espiritual abundante, nas não abre mão de dizimar. Para quê está servindo o dízimo a essas pessoas? Isso me faz ponderar que nem sempre dizimar é sinal de bênçãos materiais multiplicadas, desprendimento pessoal e voluntário e nunca deveria ser critério para avaliar a piedade cristã. O dízimo não é questão de salvação, mas de entender que a obra do Senhor necessita de apoio financeiro. Se os crentes não dizimarem ou ofertarem, a igreja local terá sérias dificuldades para manter seus compromissos.

Eu já disse mais de uma vez que o bem-estar financeiro de um crente, tanto quanto de um não crente, reside em cumprir o que a Teologia Reformada denomina de mandato cultural. O que vem a ser o mandato cultural? James Montgomery Boice explica:

A Teologia Reformada também enfatiza o mandato cultural ou a obrigação de os cristãos viverem ativamente em sociedade e de trabalharem para a transformação do mundo e suas culturas. Os reformadores tiveram várias perspectivas nessa área, dependendo da extensão como acreditam que tal transformação seja possível.  

O Novo Testamento não trata explicitamente sobre a prática do dízimo. Na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel à palavra dízimo aparece por sete vezes (Mt 23.23; Lc 11.42; 18.12; Hb 7.2, 4, 5, 8), mas, em nenhuma delas é prescritiva e sim descritiva. O presbítero da Igreja Reformada Presbiteriana Túlio César Costa Leite explica que

uma preciosa norma de interpretação afirma que um texto descritivo pode ilustrar uma doutrina, porém não pode ser base de doutrina.

A dificuldade de respaldar o ensino sobre o dízimo no Novo Testamento são duas: a contraposição entre Nova Aliança e Antiga Aliança e os tipos de dízimos que eram praticados no Antigo Testamento. Os três tipos de dízimos, no Antigo Testamento, dificilmente podem ter a mesma aplicação hoje em dia.

Quanto ao apóstolo Paulo, ele não orientou as igrejas sob sua liderança a dizimar, mas, quando os irmãos necessitados da Judéia necessitaram de ajuda ele organizou uma coleta para ajudá-los. Esta, deveria ser conforme a prosperidade de cada um. Isso significa que alguns irmãos, por terem melhores salários que outros, deveriam contribuir com mais de 10% se possível: “Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for” (I Co 16.1,2).  

Segundo Paulo as contribuições deveriam ser feitas com alegria, liberalidade e generosidade e não por obrigação legal: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (II Co 9.7) ou “Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria” (Rm 12.8).

Meu pedido é que sejamos sábios, maduros e entendidos para sabermos que na Nova Aliança o Senhor não nos obriga a obediência a Lei do Antigo Pacto. O autor Frank Viola diz que se um crente deseja dizimar voluntariamente ou com base em uma convicção, não há problema. O bom é fazer as coisas para Deus com alegria e não por obrigação, medo ou imposição, e nesse ato está os dízimos e as ofertas para a manutenção da obra que o Senhor delegou a alguns de seus filhos. Este é o principio extraído do antigo dízimo, para o crente da Nova Aliança. 

Em Cristo,


Para não alongar demais o assunto, ser enfadonho e perder o foco, não trato das questões das ofertas neste post. Quem sabe em outro post.  


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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

O VERDADEIRO CRENTE NÃO COMETE O PECADO IMPERDOÁVEL

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Uma vez que a caracterização do pecado imperdoável é uma atitude conclusiva e rebelde contra o Espírito, aquele que foi regenerado por Cristo não comete esse tipo de pecado. O cristão verdadeiro experimentou a genuína conversão: “Em resposta, Jesus declarou: “Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo” (João 3:3). Ele é nova criação: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” (II Coríntios 5:17). Ele não é parecido com aquele tipo de solo que não tem raiz e morre em meio das provações (Mateus 13:20,21). Também não é semelhante ao que foi semeado entre os espinhos e sufocado pelas riquezas e preocupação com esta vida (Mateus 13:22). O que esses dois tipos de solos tem em comum é que as sementes não sobreviveram para produzirem frutos. Comparando ao pecador, afirmamos que não houve conversão genuína. 

Semelhante aos fariseus muitas pessoas experimentam as influências do Espírito, conhecem a verdade de Deus, presenciam milagres, provam da boa palavra de Deus, frequentam por um tempo a igreja, etc, mas como a “semente” que não sobreviveu, elas também não frutificam para a glória de Deus. O resultado disso é um coração endurecido, indisposto e rebelde contra todos os fatos a respeito do evangelho. Jesus disse que as ovelhas dele ouvem a sua voz; ele as conhece, e elas o seguem (João 10:27). Portanto, o verdadeiro crente é guardado e preservado por Deus e não precisa temer que haja cometido esse tipo de pecado.   

É interessante, se ainda não o fez, ler o outro artigo sobre esse assunto (https://pbteologil.blogspot.com.br/2018/02/o-que-nao-e-o-pecado-contra-o-espirito.html). 
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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

O QUE NÃO É O PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO

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Equívocos acontecem o tempo todo causado por ignorância de alguns assuntos. Porém, o desconhecimento dos assuntos não atesta a veracidade do nosso ponto de vista a respeito dos mesmos. Esse tipo de pecado não é aquilo que nossa mente imagina ser, mas aquilo que a Bíblia diz ser. Esse ponto deve ficar bem claro para nós afim de que não divaguemos sobre o que seja esse pecado. 

1. Esse pecado não possui conexão com a negativa de Cristo. É muito comum o relato de experiências missionárias vividas sob pressão onde é exigido que, sob a mira de armas de fogo e outros meios, a pessoa negue a Cristo. Porém, ainda que possa parecer estranho, o fato de que em determinado momento alguém possa negar a Cristo, não caracteriza o pecado imperdoável. Temos na Bíblia informações de pessoas que se viram envolvidos nesta questão e que foram perdoadas pelo Senhor. É o caso de Pedro (Marcos 14:30; João 21:17). Deve ser observado também, que podemos negar a Cristo em nossa mente, pensamento, coração, atitudes, e não somente nos atos. A negativa de Cristo se configuraria pecado imperdoável somente se a rejeição fosse definitiva e para sempre. 


2. Esse pecado não significa ofensa verbal ao Espírito. Há muitas pessoas que, num ataque de fúria existencial, proferem palavras ofensivas contra Deus, Jesus ou o Espírito Santo. É certo que a pessoa que assim procede está trilhando o caminho da perdição, porém o ato em si não significa a blasfêmia contra o Espírito. O apóstolo Paulo afirmou que outrora ele havia sido um blasfemo: “a mim que anteriormente fui blasfemo, perseguidor e insolente; mas alcancei misericórdia, porque o fiz por ignorância e na minha incredulidade” (I Timóteo 1:13). Em alguma medida a pessoa que ainda não foi alcançada pela graça de Deus profere palavras de ira ou raiva contra a divindade. Se fosse esse o tipo de pecado imperdoável todos os ateus jamais seriam salvos. 

3. Esse pecado não significa entristecer o Espírito. Da mesma forma, em maior ou menor grau, até mesmo os salvos estão suscetíveis a esse tipo de pecado. O apóstolo Paulo advertiu: “Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção” (Efésios 4:30). Esse texto é importante porque expõe os dois fatos: salvação eterna e entristecimento do Espírito. Isso ocorre por meio dos pensamentos, das atitudes, do coração, dos atos, etc. Novamente nos reportamos às narrativas que mostram os servos de Deus cedendo às tentações, como é o caso de Adão, Abraão, Noé, Jacó, Moisés, Davi, etc; a lista é grande. Todos eles entristeceram o Espírito Santo de Deus. Davi chegou a ponto de dizer: “Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito” (Salmo 51:11). 


4. Esse pecado não é o suicídio. Ainda que seja um pecado sério contra Deus, e que um suicida pode estar trilhando o caminho da perdição, partimos da lógica de que se o único pecado imperdoável é a blasfêmia contra o Espírito, então o suicídio não o é. Há várias razões pelas quais uma pessoa pode chegar a triste e terrível decisão de tirar a própria vida, mas não é nossa pretensão discuti-las por enquanto. Devemos lembrar de que o autor de Hebreus confere à Sansão o status de herói da fé mesmo esse tendo cometido um ato suicida: “Que mais direi? Não tenho tempo para falar de Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os profetas,” (Hebreus 11:32). Deus aprovou o ato de Sansão? Isso é algo que talvez nunca saberemos.



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terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

PODEMOS ACEITAR A EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES? (VÍDEO)

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Boa parte dos países comemorou ontem (12/02) o “Darwin Day”. Segundo os idealizadores trata-se de uma celebração da ciência, humanidade e do aniversário de Charles Robert Darwin. Darwin descreveu a evolução biológica através da seleção natural por meio de experimentação e observação. Ele propôs a teoria da evolução das espécies em sua obra À origem das espécies. Para muitos estudiosos, a evolução das espécies é aceita como parte da ciência biológica. Esta teoria se opõe a doutrina bíblica da criação, ou seja, ao criacionismo. O vídeo abaixo intenciona responder a seguinte pergunta: “Podemos[os cristãos] aceitar a evolução?”. 



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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

DEVO ME TORNAR TUDO PARA TODOS? (I CORÍNTIOS 9:22)

Resultado de imagem para 1 corinthians 9.22É um absurdo, mas há “irmãos” que justificam seu pecado citando textos bíblicos. Lógico que são considerados isoladamente e fora do contexto. Sei de pessoas que dizem frequentar salas de bate papo (pornografia) para pregar o evangelho. Há possibilidade de verificar se isso é verdade? Não é muito subjetivo? Imagine o quanto de pecado similar a este cometeremos com base nessa experiência? Há outros que ingerem bebida alcoólica, frequentam espaços esotéricos (para meditação), participam de desfiles carnavalescos, visitam casas noturnas, etc.

Tais pessoas imaginam que o que Paulo disse aos coríntios se encaixa nas suas teorias: “Fiz-me fraco para com os fracos, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, a fim de, por todos os modos, salvar alguns” (I Coríntios 9:22). Para esses a pregação do evangelho é uma espécie de “vale tudo”. Algumas igrejas em épocas de carnaval organizam blocos de carnaval gospel. A ideia é que devemos nos tornar como as pessoas a fim de trazê-las para o evangelho.

Na verdade o apóstolo Paulo trata da questão sob os aspectos de duas culturas na igreja nascente: a judaica e a gentílica. Ou seja, havia entre os membros da igreja coríntia crentes judeus e estrangeiros. Obviamente esses grupos sempre trouxeram certa tensão relacional; o apóstolo busca aplicar o evangelho observando os devidos cuidados com os dois grupos.  Será que isso significa que o apóstolo Paulo era um dissimulado? Não, de maneira alguma!

Conforme a explicação dada aqui o que “Paulo fazia aqui em I Co 9:19-23 era adaptar-se, sem de maneira nenhuma, mudar seus valores, seus princípios. Como por exemplo: ele diz aqui no contexto, que ele não estava debaixo da lei de Moisés (não seguia as prescrições de ordem cerimonial, nem estava sob a condenação desta lei, por que Cristo nos libertou do pecado. Agora, quando ele estava entre os judeus, a fim de se familiarizar com eles, naquilo que não era contra o texto bíblico, ele se adaptava; e tem um exemplo bem claro dessa adaptação em At 16:3”. Ou seja, se algum procedimento não “feria” a ordem bíblica, a moral e a santificação cristã, Paulo adaptava a forma como iria se portar entre esses grupos. 

Se há algo que contraria o mandamento bíblico então não devo me adaptar a ele. O salmista disse que bem-aventurado é aquele que “não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores” (Salmo 1:1).
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