Equívocos acontecem o tempo todo causado por ignorância de alguns assuntos. Porém, o desconhecimento dos assuntos não atesta a veracidade do nosso ponto de vista a respeito dos mesmos. Esse tipo de pecado não é aquilo que nossa mente imagina ser, mas aquilo que a Bíblia diz ser. Esse ponto deve ficar bem claro para nós afim de que não divaguemos sobre o que seja esse pecado.
1. Esse pecado não possui conexão com a negativa de Cristo. É muito comum o relato de experiências missionárias vividas sob pressão onde é exigido que, sob a mira de armas de fogo e outros meios, a pessoa negue a Cristo. Porém, ainda que possa parecer estranho, o fato de que em determinado momento alguém possa negar a Cristo, não caracteriza o pecado imperdoável. Temos na Bíblia informações de pessoas que se viram envolvidos nesta questão e que foram perdoadas pelo Senhor. É o caso de Pedro (Marcos 14:30; João 21:17). Deve ser observado também, que podemos negar a Cristo em nossa mente, pensamento, coração, atitudes, e não somente nos atos. A negativa de Cristo se configuraria pecado imperdoável somente se a rejeição fosse definitiva e para sempre.
2. Esse pecado não significa ofensa verbal ao Espírito. Há muitas pessoas que, num ataque de fúria existencial, proferem palavras ofensivas contra Deus, Jesus ou o Espírito Santo. É certo que a pessoa que assim procede está trilhando o caminho da perdição, porém o ato em si não significa a blasfêmia contra o Espírito. O apóstolo Paulo afirmou que outrora ele havia sido um blasfemo: “a mim que anteriormente fui blasfemo, perseguidor e insolente; mas alcancei misericórdia, porque o fiz por ignorância e na minha incredulidade” (I Timóteo 1:13). Em alguma medida a pessoa que ainda não foi alcançada pela graça de Deus profere palavras de ira ou raiva contra a divindade. Se fosse esse o tipo de pecado imperdoável todos os ateus jamais seriam salvos.
3. Esse pecado não significa entristecer o Espírito. Da mesma forma, em maior ou menor grau, até mesmo os salvos estão suscetíveis a esse tipo de pecado. O apóstolo Paulo advertiu: “Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção” (Efésios 4:30). Esse texto é importante porque expõe os dois fatos: salvação eterna e entristecimento do Espírito. Isso ocorre por meio dos pensamentos, das atitudes, do coração, dos atos, etc. Novamente nos reportamos às narrativas que mostram os servos de Deus cedendo às tentações, como é o caso de Adão, Abraão, Noé, Jacó, Moisés, Davi, etc; a lista é grande. Todos eles entristeceram o Espírito Santo de Deus. Davi chegou a ponto de dizer: “Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito” (Salmo 51:11).
4. Esse pecado não é o suicídio. Ainda que seja um pecado sério contra Deus, e que um suicida pode estar trilhando o caminho da perdição, partimos da lógica de que se o único pecado imperdoável é a blasfêmia contra o Espírito, então o suicídio não o é. Há várias razões pelas quais uma pessoa pode chegar a triste e terrível decisão de tirar a própria vida, mas não é nossa pretensão discuti-las por enquanto. Devemos lembrar de que o autor de Hebreus confere à Sansão o status de herói da fé mesmo esse tendo cometido um ato suicida: “Que mais direi? Não tenho tempo para falar de Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os profetas,” (Hebreus 11:32). Deus aprovou o ato de Sansão? Isso é algo que talvez nunca saberemos.
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