Talvez o versículo bíblico mais conhecido da Bíblia seja João 3:16: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Mas, algo deve ficar bem claro em nossa mente: dizer que Jesus é Filho de Deus não implica no sentido de criação, ou seja, que Ele teria sido criado ou gerado por Deus. Algumas seitas afirmam esse absurdo.
Entre as muitas heresias sobre a pessoa de Jesus as Testemunhas de Jeová
ensinam que Jesus foi criado por Deus, e somente depois disso ele criou o
mundo, conforme atesta João 1:3: “Todas as coisas foram feitas por intermédio
dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito”. Ou seja, Jesus possui
característica e atributos do ser divino, mas é um deus menor que o Pai. Essa
teoria é antiga e foi idealizado por Ário, um presbítero de Alexandria, por
volta do 4º século.
O pensamento racionalista de Ário
o levou a negar a deidade de Jesus Cristo, sua preexistência, eternidade, e por
fim concluir que Deus, o Pai, o criou da mesma forma como criou as demais
coisas, como por exemplo, os anjos. Há coisas importantes para dizer a respeito
do título “Filho de Deus” que não coadunam com as teorias dessas e de outras
seitas.
Alguns estudiosos cristãos negam a
filiação eterna de Cristo e defendem a filiação encarnacional, ou seja, Cristo
assume o papel de filho apenas após a encarnação. Qual a implicação disso? Crer
que a noção de Filho aparece em Jesus somente na encarnação ou em momentos
distintos tais como em seu batismo, ressurreição ou exaltação a destra do Pai é
admitir que Deus existia sozinho na eternidade sem a presença de Cristo e do
Espírito Santo; portanto a doutrina da Trindade seria extremamente prejudicada.
Dizer que Jesus é “Filho de Deus” ou crer na filiação eterna de Cristo é
assumir tanto a deidade de Cristo em igualdade com o Pai como sua eternidade. Cristo
não é um ser divinizado, mas é o próprio Filho de Deus. Deus Pai não concede
poderes a ele, mas ele é eternamente possuidor dos atributos da Divindade. A
noção de filho, na Bíblia, não é a mesma que a nossa, no sentido de geração ou
procriação, mas de possuir os mesmos atributos desde a eternidade.
Jesus
não passou a existir no século I em Belém da Judeia; seus dias são eternos, ou
como afirmou o profeta Miqueias (5:2) “desde os dias da eternidade”. A expressão
Filho significa simplesmente que
Jesus é da mesma natureza do Pai. Tudo aquilo que é dito do Pai, é aplicado
também ao Filho.