O assunto desta semana em alguns blogs e mídia impressa foi
sobre a atual influencia calvinista no pentecostalismo assembleiano brasileiro.
O blog do pastor Altair Germano vem tratando assuntos onde se evidenciam a
disputa entre calvinismo e arminianismo (Altair Germano é arminiano). Já o blog
de Gutierrez Siqueira trouxe uma entrevista com o pastor assembleiano Geremias
do Couto onde se declara abertamente um calvinista convicto. Na mídia impressa
coube a Revista Obreiro, matéria de Silas Daniel, tratar sobre o Arminianismo
(Silas é um arminiano).
O fato é que cada vez mais crentes de denominações
pentecostais estão sendo atraídos pela doutrina da fé reformada ou calvinista.
Mas não são só os assembleianos. Estes se manifestam mais devido a competência intelectual
de seus teólogos. Também não é uma preocupação da grande massa de
assembleianos, pois estes não estão muito interessados no debate e nem mesmo sabem
exatamente o que significa ser arminiano, semipelagiano, pelagiano ou
calvinista.
Parece que os teólogos assembleianos acenderam a luz
vermelha para discretamente mandar um recado aos pastores que possuem convicção
da fé reformada: vocês não podem ser assembleianos e calvinistas
simultaneamente – precisam deixar a denominação. O triste disto é que as caricaturas
dos dois sistemas teológicos (arminiano e calvinista) são satanizadas pelos
dois grupos. Dos dois lados há hostilidades. Um e outro afirmam que suas ideias
não passam de “ventos de doutrinas”. Poucos são equilibrados e compreendem que
tanto arminianos quanto calvinistas são crentes em Cristo.
Há muitas doutrinas que são comuns nos dois sistemas, outras
são parcialmente comuns e outras são totalmente diferentes. Mas eu pessoalmente
não ouso dizer que as diferenças incorrerão em condenação eterna de um ou outro.
Tanto um quanto outro buscam sustentar suas convicções doutrinárias nas
escrituras sagradas. Se estiverem certos ou errados é o que cada um poderá concluir
após estudar com bastante tempo e muita profundidade o assunto.
Outrora fui um arminiano, mas a verdade é que nem sabia o
que isso significava. Apenas lia nos periódicos da denominação os teólogos comentarem
sobre o tema sempre polemizando e buscando nos convencer sobre o arminianismo
(sistema adotado pelas igrejas pentecostais). Após estudar muito e com profundidade
cheguei à conclusão que a “conta arminiana” não fecha e que a doutrina
reformada é bem mais coerente biblicamente (em minha opinião). Estou convicto
que a fé reformada não é “filosofia” (como gostava de afirmar um amigo), mas as
antigas doutrinas da graça.
Contudo, não desejo que as diferenças se transformem em
zombarias, rixas, brigas, desavenças, iras e ódios. Tenho vários amigos arminianos
e os amo e respeito profundamente (tenho certeza de que eles são recíprocos).
Sempre busco dialogar e informar o pouco que aprendi sobre a fé reformada. Penso que os teólogos assembleianos deveriam
convocar suas lideranças para discutirem o assunto respeitando os dois
pensamentos. Mas como o sistema de governo da igreja é absolutista creio que
não vai acontecer isso. Só espero que não demonizem a fé reformada taxando-a de
sectária. Isso seria prejudicial à fé cristã e não contribui em nada.
Por outro lado há igrejas pentecostais que abriram espaços
para pregadores calvinistas e creio que estão sendo extremamente abençoadas por
suas exposições das sagradas escrituras. É relevante reiterarmos o lema de que “nas
coisas essências deve haver unidade, nas não essenciais liberdade, e sobretudo
deve existir amor entre os crentes”.
No amor de Cristo,