A ideia de produzir uma Bíblia comentada que inclua os homossexuais surgiu
no ano de 2012. A Bíblia, segundo seus idealizadores “é a primeira no Brasil que traz comentários voltados para as minorias também – negros, pessoas com necessidades especiais,mulheres, homoafetivos, transexuais, travestis, etc”. O autor da Bíblia Gay,
intitulada como “Bíblia Comentada Graça sobre Graça”, afirma possuir formação
acadêmica e ter consultado os textos originais (grego e hebraico) para a
produção da obra. No entendimento do autor “seu objetivo é anunciar as boas
novas de salvação a todas as pessoas”.
Logo
de início percebemos que na verdade os comentários são interpretações revisionistas
que tentam afirmar o sexo com as relações homossexuais. É apenas mais uma
tentativa de tornar essas interpretações revisionistas oficiais e aceitáveis. É
a crítica homossexual de que as traduções tradicionais da Bíblia são homofóbicas,
discriminatórias, corrompidas, arcaicas, etc.
O erro
inicial em qualquer produção neste nível ou similar está na desconsideração
relacional entre o autor do texto antigo e o leitor moderno. Na interpretação
do texto bíblico original, a distância temporal entre o autor e o leitor
moderno deve ser minuciosamente considerada. O leitor moderno jamais deve alterar
o sentido das passagens bíblicas levando em conta apenas o seu próprio tempo
histórico. Ele deve buscar o sentido original do texto para os primeiros
leitores e então depois de muita análise interpretativa, cultural, gramatical e
histórica, é que ele deve contextualizar o texto bíblico. Ao não tomar esse
primeiro cuidado, qualquer prática pode ser aceita e defendida: pastorado feminino,
movimento feminista, homossexualidade, etc.
O
segundo erro cometido é a adição ou subtração de palavras e ideias arbitrárias nos
textos bíblicos que condenam a homossexualidade. Como o texto segue uma ideia doutrinária
concatenada, os editores da Bíblia Gay devem obrigatoriamente alterar ou
adulterar versículos anteriores ou posteriores. No Deuteronômio (4:1,2) há uma advertência de
Moisés para que os israelitas escutassem e obedecessem aos mandamentos do
Senhor sem acrescentar ou tirar algo da sua Palavra. A mesma advertência possui
valor universal e atemporal. Portanto, o autor da Bíblia Gay incorre neste erro
e é passível do juízo Divino (Pv 30:5,6).
O
terceiro erro é a insistência de que Deus por ser amor sanciona, aprova e
legitima o amor entre pessoas do mesmo sexo. Nesta linha de pensamento só o que
vale é o sentimento afetivo e amoroso. No entanto, o amor não é o único e
exclusivo atributo de Deus. A Bíblia afirma que Deus também é santo (Is 6:3; Ap
4:8) e que “sua vontade quanto à sexualidade humana é que ela seja expressadentro do casamento heterossexual, sendo proibidas as relações homossexuais”
(Gn 2:24).
O quarto
erro é pensar que boa intenção exclui a ortodoxia doutrinária. Querer que o
evangelho seja inclusivo é uma boa intenção, mas se para isso as doutrinas
fundamentais tiverem de ser rejeitadas, violadas, adulteradas, corrompidas, então
de nada vale. Ananias e Safira possuíam boa intenção ao levar o dinheiro da
venda do seu imóvel aos apóstolos. Mas o ato foi misturado com mentira, inverdade
e parcialidade.
O
quinto erro é a tentativa de produzir uma Teologia Cristã Gay. Todas as argumentações “teológicas” foram refutadas há muito tempo. Ao tentar fazer isso,
as evidências históricas, culturais e gramaticais são desconsideradas a revelia
e arbitrariamente.
Por
fim, ao apontar esses erros não o fazemos com crueldade, discriminação social,
violência, ira ou vingança, contra os homossexuais. Produzir uma Bíblia com tendências
homossexuais configura um grito de desespero.