terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

RACIONALISMO EVANGÉLICO

Resultado de imagem para RENÉ DESCARTES IMAGENSA Enciclopédia Encarta afirma que o Racionalismo, em filosofia, é um sistema de pensamento que acentua o papel da razão na aquisição do conhecimento. Opõe-se ao empirismo que ressalta o papel da experiência. Na história da filosofia ocidental, o racionalismo identifica-se, sobretudo, com o filósofo René Descartes. Os estudiosos debatem se há diferença entre racionalismo e razão.


Diferenciar racionalismo de racionalidade pode ser apenas uma questão de semântica. Porém, quando a razão se torna o supremo juízo das questões ou é priorizada em demasia, pode se tornar um fator delicado. Não se trata de acentuar o papel da razão na aquisição do conhecimento, pois isso é normal. Em certa medida é cautelar e legítimo o uso da razão. A fé cristã não dispensa o uso da razão na verificação dos fatos históricos ocorridos ou em seus “mistérios” doutrinários. Até aqui tudo bem. Contudo, quando há dilemas na doutrina bíblica nem sempre o uso da razão, elevado a um grau extremo, é uma necessidade obrigatória. Por vezes temos que nos contentar simplesmente em não saber como resolver os tais dilemas, pois o próprio Deus não o fez por nós. Por exemplo: não há solução satisfatória quando o assunto doutrinário versa sobre a soberania de Deus e o livre arbítrio humano; predestinação e a reprovação divina; a onipotência de Deus e a realidade do mal, etc.

Todavia, quando há dilemas teológicos não devemos fazer uso exacerbado da razão para tentar explicar as aparentes discrepâncias. Há muitos dilemas teológicos que a própria Escritura Sagrada não intenciona resolver. O texto de Deuteronômio 29:29 nos alerta sobre essa questão: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, ao nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei”. Fazer da razão humana o supremo tribunal do juízo não resolve a questão do dilema, e, por fim ilude o proponente. Não temos respostas para muita questão doutrinária e/ou teológica, mas devemos nos contentar com aquilo que a Bíblia nos ensina a respeito de certos temas.

Há um sistema de teologia que racionaliza sobre os assuntos elencados acima (arminianismo); há outro que não tem a pretensão de resolver os aparentes dilemas doutrinários (calvinismo). O sistema racional questiona: como pode o mal existir? Por que Deus escolheria alguns para salvação, enquanto não escolhe outros? Deus não seria injusto? Por que não posso [eu mesmo] escolher decidir Deus? Se estou seguramente salvo posso viver pecar pecando? Por que evangelizar se Deus já predestinou pessoas para a salvação? Por que Jesus morreria apenas por algumas pessoas? As perguntas são muitas e diversas. Para todas elas o sistema racional exige coerência e harmonia.

A grande questão é que há sempre uma explicação bíblica para todas as perguntas listadas acima, porém ela não pretende satisfazer a curiosidade humana ou a razão humana. O bom leitor e intérprete da Escritura Sagrada deve ter o saudável hábito de comparar o texto (que está lendo ou estudando) com outros textos bíblicos. Os segredos da Bíblia, que não estão revelados, devem permanecer assim, salvo se a própria Bíblia interpretar os segredos. Não submeta as dificuldades da Escritura à sua razão. Tal ato é parecido com o ateísmo evangélico. Deixe que o Espírito Santo ilumine sua mente e quebre a barreira do entendimento: “Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito procedente de Deus, para que entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente” (1 Coríntios 2:12). 

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