Assim como em muitos outros assuntos a Bíblia trata com
muita transparência e naturalidade sobre a questão da pobreza ou riqueza e as
implicações quanto a ser pobre ou rico. A Teologia da Prosperidade, com sua
sede insaciável de conquistas terrenas, distorce os fatos sobre a vontade de
Deus para a vida dos seus servos. Enquanto isso existe uma espécie de demonização
do dinheiro ou da riqueza que leva os crentes a uma vida sem realizações
pessoais, profissionais, econômicas e financeiras. É necessário equilíbrio.
A pobreza ou ser pobre não se traduz em vantagens espirituais
sobre a riqueza ou sobre o rico. Não é nisso que consiste a essência da
espiritualidade. Da parábola “sobre o rico e o mendigo”, em Lucas 16:19-31,
inferimos que aquele não foi condenado ao Inferno por ser rico, nem este a vida
eterna no Paraíso por ser pobre. Fosse assim, na vida eterna com Cristo só haveria
pobres. As coisas boas para o rico consistia em prazeres materiais, já para
Lázaro estava nas “coisas” de Deus. Lázaro cria em Deus para a salvação de sua
alma. O versículo 29 nos dá uma ideia de que o rico não atentava para os
mandamentos de Deus.
A Bíblia condena a confiança nas riquezas em detrimento da
confiança em Deus (I Tm 6:9,17). Paulo disse que o AMOR ao dinheiro e não o dinheiro
em si é a raiz de toda a espécie de males (I Tm 6:10). Jesus condenou os que
fazem do dinheiro ou das riquezas o seu único deus. É verdade que há muitas advertências
sobre o perigo de darmos prioridade às riquezas em detrimento de uma vida
piedosa e temente a Deus. Mas a Bíblia não incentiva a sermos pobres ou afirma que
somente nessa condição é possível alguém ser espiritualmente sadio. Os
seguidores de Jesus eram tanto ricos como pobres.
Viver uma vida de dificuldades financeiras por pensar que o
dinheiro enfraquecerá a fé em Cristo não condiz com nossa condição natural e
essencial de pecadores. Não somos pecadores por causa das conquistas terrenas,
mas por sermos interiormente inclinados ao pecado. Deus não condena a intenção
e o ato de querermos ser bem sucedidos na vida, se houver pureza e sinceridade da
nossa parte. Devemos glorificar ao Senhor com todo o nosso ser e em tudo que
fizermos (I Co 10:31).
Não devemos ser hipócritas ao repudiarmos a Teologia da
Prosperidade enquanto se cobra altos cachês para pregar ou cantar em eventos evangélicos
ou quando somos veladamente a favor
das riquezas ou das conquistas terrenas. Estude, trabalhe, busque o aperfeiçoamento
em todas as áreas de sai vida. Que o Senhor nos ajude a encontrarmos moderação
nesta questão.
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