domingo, 3 de março de 2013

O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO

Por Gilson Barbosa


Para que o cristão tenha uma vida de santificação e repleta de grandes realizações, é necessário que esteja ativo nele o fruto do Espírito. Por definição, fruto do Espírito são as virtudes e manifestações do Espírito Santo na vida e personalidade do cristão.

É significante atentar que o fato de ser “fruto” (singular), e não “frutos” (plural), do Espírito remete à necessidade de que todas as virtudes e manifestações devem ser únicas e total, fazendo do cristão uma pessoa completa com estas virtudes, ou seja, não basta ter algumas destas qualidades, mas todas simultaneamente. Vejamos:

“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gl 5.22).

Caridade
Esta palavra no grego é ágape, a essência do amor. Não tem nada a ver com o amor humano, mas, sim, com o amor imutável, divino e verdadeiro, a ponto de amar até o próprio inimigo:
“Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?” (Mt 5.46,47; grifo do autor).
“E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição”         (Cl 3.14; grifo do autor).

Gozo
Do grego chara, é uma grande satisfação espiritual. É estar alegre mesmo em tribulações:
“Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus. E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo” (At 5.42; grifo do autor).
“Grande é a ousadia da minha fala para convosco, e grande a minha jactância a respeito de vós; estou cheio de consolação; transbordo de gozo em todas as nossas tribulações” (2Co 7.4; grifo do autor).

Paz
Do grego eirene, significa aquietar o coração, não estar ansioso. É manter a calma e a tranqüilidade em meio às situações adversas:
E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.7; grifo do autor).
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo” (1Ts 5.23; grifo do autor).

Longanimidade
Do grego makrothumia, significa paciência, demorar-se em irar, tolerância e calma para enfrentar as adversidades:
“Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência” (2Tm 3.10; grifo do autor).
“O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2Pe 3.9; grifo do autor).
“Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor” (Ef 4.1,2; grifo do autor).

Benignidade
Do grego khrêstotês, é a disposição que a pessoa tem em seu caráter de querer bem a todos, e não magoar ninguém:
“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade” (Cl 3.12; grifo do autor).
“Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32; grifo do autor).

Bondade
Do grego agathôsunê, a bondade é quando alguém pratica o bem, ou seja, é o verdadeiro amor colocado em prática:
 “Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10; grifo do autor).

Do grego pistis, é confiar com fidelidade. É tratar com honestidade, compromisso e fidedignidade:
“Porque nele se descobre a justiça de Deus de em , como está escrito: Mas o justo viverá da ” (Rm 1.17; grifo do autor).
“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6; grifo do autor).
Cabe lembrar aqui que, embora a fé seja um aspecto muito importante do fruto do Espírito, ela, porém, pode perder seu valor se não for acompanhada de obras sinceras: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem , e não tiver as obras? Porventura a pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?” (Tg 2.14-16; grifo do autor).

Mansidão
Do grego pautes, não significa ter atitudes inertes, mas é sujeitar-se a algumas situações, ainda que estas envolvam atitudes enérgicas em certas ocasiões.
Podemos enxergar este contexto no impasse entre Paulo e Marcos: “E Barnabé aconselhava que tomassem consigo a João, chamado Marcos. Mas a Paulo parecia razoável que não tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os acompanhou naquela obra. E tal contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. E Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos à graça de Deus” (At 15.37-39). Apesar desta pequena “contenda” inicial, podemos ver posteriormente que não foi nutrido qualquer sentimento de cólera entre Paulo e Marcos, muito pelo contrário: “Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério” (2Tm 4.11).
Como observamos, a mansidão está inerentemente ligada ao exercício do ministério, mormente, na evangelização: “Instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade” (2Tm 2.25; grifo do autor).

Temperança
É também chamada de domínio próprio. É a capacidade que a pessoa tem de se controlar. E isto se refere a todo o tipo de controle: sobre os desejos, paixões, impulsos etc:
“Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo” (Tg 3.2).
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1Co 6.12).

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