Os adeptos da Confissão Positiva
dizem que há poder em nossas palavras. Por esta razão não podemos pronunciar
palavras negativas, pois elas podem trazer à realidade o que foi dito. Sendo
assim é inadmissível dizer palavras tais como: “estou morrendo de fome” ou
“parece que estou ficando calvo” ou “estou com uma leve dor de cabeça”.
Significaria que você realmente morreria de fome, ou ficaria careca, ou ainda
passaria de uma leve para uma forte dor de cabeça.
Mas, o que significa “confissão
positiva”? Segundo o Dictionary Of Pentecostal And Charismatic Movementes (apud
ROMEIRO, 1993, p.6):
A expressão “confissão positiva”
pode ser legitimamente interpretada de várias maneiras. O mais significativo de
tudo é que a expressão “confissão positiva” se refere literalmente a trazer à
existência o que declaramos com nossa boca, uma vez que a fé é uma confissão.
Para que coisas ruins não se materializem em sua vida você precisa corrigir seus pensamentos e evitar pronunciar algo que soe ruim. Para os adeptos da Confissão Positiva ou da Teologia da Fé existem leis impessoais que regem o mundo espiritual e para que elas funcionem você deve usar o que chamam de “As Fórmulas da Fé”. Estas fórmulas ativam as leis espirituais e uma vez ativado possui poder para beneficiar o crente. Como escreveu o pastor Antonio Pereira da Costa Junior a fórmula consistem em:
Para que coisas ruins não se materializem em sua vida você precisa corrigir seus pensamentos e evitar pronunciar algo que soe ruim. Para os adeptos da Confissão Positiva ou da Teologia da Fé existem leis impessoais que regem o mundo espiritual e para que elas funcionem você deve usar o que chamam de “As Fórmulas da Fé”. Estas fórmulas ativam as leis espirituais e uma vez ativado possui poder para beneficiar o crente. Como escreveu o pastor Antonio Pereira da Costa Junior a fórmula consistem em:
- “Diga a coisa”, positiva ou
negativa, tudo depende do indivíduo;
- “Faça a coisa”, o que nós
fazemos irá determinar a nossa vitória;
- “Receba a coisa”, a fé irá
dinamizar a ação e Deus tem que responder, pois está preso a “leis
espirituais”;
- “Conte a coisa”, para que
outras pessoas possam crer. Deve-se usar palavras como: decretar, exigir,
reivindicar, declarar, determinar, e não se pode pedir “se for da tua vontade”,
pois isso destrói a fé.
Leis espirituais
Leis espirituais
Os defensores da Confissão
Positiva afirmam que Deus criou leis espirituais que reagem à fé daquele que
crê. As leis são impessoais e funcionam independente de Deus. Sobre isso o Dr
Alan B. Pieratt vê um paralelo com o deísmo dos séculos 17 e 18. No seu livro O
Evangelho da Prosperidade ele escreveu:
Não é a primeira vez que essa ideia aparece na história da igreja. Nos séculos XVII e XVIII, alguns teólogos ingleses receberam o nome de “deístas”, por proporem ideias parecidas com essa. A figura que eles usavam para explicar o modo como Deus conduz o mundo era de natureza mecânica: o universo é como um relógio ao qual ele deu corda no inicio dos tempos. Desde então, ele não precisa mais de nenhuma atenção, mas funciona automaticamente, livrando Deus da necessidade de intervir no curso natural da história humana.
“Poder nas palavras”
A palavra falada é extremamente importante para os adeptos da Confissão Positiva. Ela vem em primeiro lugar na “formula da fé”. Há poder nas palavras, defendem os adeptos. Na tentativa de justificar biblicamente que nossas palavras podem criar coisas boas ou ruins citam os versículos abaixo:
E te deixaste
enredar pelas próprias palavras; e te prendeste nas palavras a tua boca.
(Provérbios 6:2)
Kenneth Hagin (um dos “teólogos”
da Confissão Positiva) ensina que se alguém falar positivamente obterá
resultados positivos; mas se falar negativamente obterá resultados negativos.
Porém conforme afirma Hank Hanegraaff este versículo nada tem a ver com algum
tipo de “fórmula da fé”.
Nesta passagem
Salomão estava simplesmente pontuando que sempre que alguém entra num acordo
com uma pessoa, ela se obriga por esse acordo. Ser fiador de uma pessoa o
converte em responsável pelas dívidas desta pessoa. (Cristianismo em crisis, p.
77, Editorial Unilit)
Se você afiançou alguém, muito
cuidado! É exatamente essa ideia que temos ao ler o contexto que compreende os
versículos 1-5: “Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro, se deste
a tua mão ao estranho, e te deixaste enredar pelas próprias palavras; e te
prendeste nas palavras da tua boca; faze pois isto agora, filho meu, e
livra-te, já que caíste nas mãos do teu companheiro: vai, humilha-te, e
importuna o teu companheiro. Não dês sono aos teus olhos, nem deixes adormecer
as tuas pálpebras. Livra-te, como a gazela da mão do caçador, e como a ave da
mão do passarinheiro”.
A morte e a
vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto.
(Provérbios 18:21)
Antonio Pereira da Costa Junior
explica esse texto como segue:
Este versículo
explica que devemos ter o cuidado de que nossas palavras não venham a nos
trazer situações embaraçosas. Temos que saber como dizer as coisas, pois
certamente colheremos situações que são causadas por nós mesmos. No entanto,
este verso não dá margem para dizer que são as palavras em si que nos dá o
controle das circunstâncias da nossa vida. São situações específicas e não o
destino do ser humano que é traçado pela verbalização dos nossos desejos
interiores. (Artigo: Há realmente poder em nossas palavras?)
Confissão negativa pega em crente?
O apologista Paulo Romeiro (Super
Crentes, p.26, Ed:Mundo Cristão) informa que os defensores da confissão
positiva “creem que, se algo negativo for declarado, isto se concretizará, resultando
numa espécie de automaldição, uma expressão também cunhada pelos seus
pregadores”. Por conta disso muitos evangélicos tornaram-se obcecados com as
palavras que são proferidas. Se numa conversa informal com outros irmãos contiver
palavras negativas os mesmos serão até mesmo exortado. Mas será que é assim
mesmo?
Temos exemplos bíblicos de
pessoas tementes a Deus que professaram o mal, porém isso não o tornou em
realidade. Em Genesis 42:36 Jacó disse que José já não existia mais, porém suas
palavras não causaram efeito negativo trazendo a morte à José: “Então Jacó, seu
pai, disse-lhes: Tendes-me desfilhado; José já não existe e Simeão não está
aqui; agora levareis a Benjamim. Todas estas coisas vieram sobre mim”.
Três jovens, fiéis e tementes a
Deus, admitiram a possibilidade do Senhor não os livrar da fornalha ardente do
rei Nabucodonosor e nem por isso pereceram no fogo: ”Eis que o nosso Deus, a
quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará da fornalha de fogo
ardente, e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo ó rei, que
não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste”.
(Daniel 3:17,18). [a ênfase em itálico e negrito é minha]
Certamente Jesus desconhecia esse
ensino herético “do poder nas palavras” de seres humanos falíveis; e com
certeza não foi suas palavras que o levou a morte de cruz: “Então chegou Jesus
com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos
aqui, enquanto vou além orar. E, levando consigo Pedro e os dois filhos de
Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então lhes disse: A
minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo”. (Mateus
26:36-38)
Mesmo regenerado e convertido
Paulo reconhecia que era um grande pecador. Porém essa confissão não trouxe a maldição
do pecado sobre si o tornando num cometedor de pecados: “Esta é uma palavra
fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os
pecadores, dos quais eu sou o principal.” (I Timóteo 1:15)
A igreja filipense ouviu que Epafrodito, companheiro de
Paulo, estava doente. Fica implícito no texto e na narrativa que não se
preocuparam em omitir a palavra “doente” para Epafrodito ao mencioná-lo em seu
momento difícil. Não foi as palavras que o deixaram doente, mas o fato de
mencionar a doença não complicou mais sua saúde, pelo contrário, o Senhor teve
misericórdia e dele e restabeleceu sua saúde: “Julguei, contudo, necessário
mandar-vos Epafrodito, meu irmão e cooperador, e companheiro nos combates, e
vosso enviado para prover às minhas necessidades. Porquanto tinha muitas
saudades de vós todos, e estava muito angustiado de que tivésseis ouvido que
ele estivera doente. E de fato esteve doente, e quase à morte; mas Deus se
apiedou dele, e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse
tristeza sobre tristeza.” (Filipenses 2:25-27).
Quando Tiago disse que da nossa boca procede benção ou maldição (Tiago 3:10) não se referia a palavras mágicas imantada com poder de transferir na vida da pessoa o que fora proferido. O pastor Augustus Nicodemus Lopes dá a seguinte interpretação do texto:
Havia, de
fato, nas igrejas de seus leitores pessoas que causavam problemas com suas
palavras – e eram provavelmente os mestres aos quais Tiago se dirigiu no inicio
desse capítulo e na parte final (3:13-18) [...] o apóstolo Paulo exorta os
crentes a ser coerentes no uso da língua: devem parar de falar palavras torpes
e, dizer apenas o que edifica (Ef 4:29; cf Rm 12:14; I Pe 3:9).
O abracadabra evangélico
Resumindo: a questão das palavras
é de ordem moral e espiritual e não mágica ou mística. Em nossas palavras não
há nenhum poder divino ou sobrenatural. Todo esse entendimento e defesa não
passam de uma espécie de “abracadabra evangélico” com a finalidade de abrir as
portas da prosperidade financeira, cura, sucesso, fama, etc. Que o Senhor nos
dê graça para confiarmos somente em Sua palavra.
No amor de Cristo,
Ola....
ResponderExcluircerto mas e aqueles versiculos que dizem " E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria.
Lucas 17:6"
e
Esta é, pois, a parábola: A semente é a palavra de Deus
Esta é, pois, a parábola: A semente é a palavra de Deus
gostaria de uma resposta pois a igreja q eu congrego meu Pr segue Yong cho e esses outros homens que dizem que há poder nas palavras....tb lá se faz atos proféticos..
espero uma resposta pois ando muito confusa.... agradeço Natalia
Boa Noite,
ExcluirExistem regras para se interpretar a Bíblia. Uma delas é explicar um versículo junto com seu contexto. No caso do texto de Lucas cap. 17, o assunto do versículo 6 inicia-se em Lucas 17:1-10. O tema do assunto é perdão, e os discípulos ao ouvir de Jesus que deveriam perdoar sempre que fossem ofendidos exclamaram que precisavam de uma fé viva para conseguirem perdoar (v.5).
Para motivá-los ao perdão, o Senhor Jesus usa uma figura de linguagem chamada de hipérbole ou exagero. Obviamente seria impossivel desarraigar uma amoreira e replantá-la no leito do oceano. Se para os discípulos o perdão era impossível, contudo se tivessem fé viva no Senhor conseguiriam perdoar o ofensor. Não sei se fui claro.
Quanto aos atos proféticos sugiro a leitura deste link: http://tempora-mores.blogspot.com.br/2012/02/atos-simbolicos-no-espirito.html
Um abraço e obrigado por acessar o blog.