Circula na internet várias
imagens – algumas aberrantes – com uma pergunta: “Sua igreja está preparada
para me receber?”. A pergunta busca não o preparo psicológico ou mental para
receber uma visita numa igreja evangélica, mas entre outras coisas tem por objetivo a manutenção do comportamento
e procedimento da pessoa no rol da igreja. Como a igreja deve tratar esse
assunto?
A cultura e/ou a evolução dos
costumes não podem explicar adequadamente a realidade sobre a condição humana.
A Bíblia, porém, pode. Michael Horton em As
Doutrinas Maravilhosa da Graça (Ed: Cultura Cristã, p. 48) afirma que a
queda da humanidade, no Éden, afeta cada área da vida humana: “A mancha do
pecado nos corrompe física, emocional, psicológica, mental, moral, e
espiritualmente”. Não é difícil entender que o ser humano na ânsia por sua
autonomia tornou-se intensamente prisioneiro e escravo da sua própria liberdade
(ou dos seus desejos).
A pergunta que acompanha a imagem
acima apresenta algumas questões tais como: falácia, provocação, ignorância, imaturidade,
e desafio. Na filosofia falácia é um
argumento capcioso que induz a erro. O erro aqui é a Igreja ser absorvida pelo
sentimentalismo, emoções romantizadas, subjetivismo, arbitrariedades, e não valorizar
seus fundamentos. A provocação pode
vir de grupos evangélicos com ideologia inclusivista. A ignorância e imaturidade procedem de velhos ou novos crentes que
desconhecem os fundamentos hermenêuticos quanto aos princípios que podem ser
aplicado a questão abordada na imagem. O desafio
refere-se às implicações que pessoas com a da imagem traz para a igreja cristã.
Nas redes sociais trafega a
história real da mexicana Maria José Cristerna que exibe seu visual tatuado e suas
modificações corporais. Além do corpo extensamente tatuado ela tirou costelas
para diminuir o tamanho da cintura e implantou chifres de titânio em seu crânio.
Segundo ela o que a motivou fazer todas as modificações do seu corpo foi o fato
de sofrer violência doméstica de seu marido por dez anos. Sinceramente, não consigo
ver coerência na relação entre violência domestica e aberrações corporais.
Creio na salvação e libertação do
ser humano como um todo só. Seu ser
integral é salvo e liberto. Em muitas igrejas as mensagens evangelísticas são
oferecidas apenas a alma/espírito – ou seja, a parte imaterial do ser humano. Por
isso o modelo de igreja inclusivista hoje em dia é um sucesso (igreja para
homossexual, surfista, roqueiros, etc...). Pecadores não regenerados não são simplesmente
pessoas imperfeitas. Eles precisam ser lavados, santificados e justificados em
nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito de nosso Deus (I Coríntios 6.11).
Quando o Espírito Santo sensibiliza
o pecador dos múltiplos males do seu pecado, o Senhor gera o arrependimento e a
fé no coração do pecador, e finalmente ele é verdadeiramente salvo e liberto
(Ezequiel 36.31; Atos 11.18) da sua antiga maneira de viver. O apóstolo Paulo
afirmou que os irmãos efésios estavam nessa condição anteriormente (2.1,2):
Em que noutro
tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades
do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.
Entre os quais
todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade
da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros
também.
Um pecador verdadeiramente
alcançado pelo poder do evangelho (Romanos 1.16) não permanece corrompido pelas
concupiscências do engano (Efésios 4.22) e não andam mais como os outros
gentios, na vaidade de sua mente nem entenebrecidos no entendimento (Efésios 4.
17), mas sua mente é renovada no espírito e o mandamento do Senhor é que seja
revestido do novo homem (a natureza original antes da queda – Efésios 4.24).
Arrancar costelas, colocar
chifres, ter a língua cortada como das serpentes, deformar o corpo, pintar os
olhos de preto, não é algo que agrada ou glorifica ao Senhor. Não devemos ser
intolerantes nem discriminar as pessoas que se dão a aberrações ou as que
possuem gostos inusitados, nem expulsá-las da igreja caso recebamos sua visita,
porém admitir que elas mantenham antigos hábitos não parece nada com o amor de
Cristo. Aliás, amor e verdade andam juntos, e às vezes aceitar a manutenção das
antigas práticas pecaminosas de uma determinada pessoa pode não ser sinônimo de
tolerância, mas de descaso e falta de amor pelos perdidos.
No amor de Cristo,
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