sexta-feira, 20 de maio de 2011

OS OBJETIVOS DA IGREJA

Por Gilson Barbosa
A igreja é uma comunidade composta por vários segmentos da sociedade, por várias famílias, por uma diversidade de pessoas, envolvendo uma vasta gama cultural, hábitos e costumes. Cada pessoa que aceita a Cristo e começa a fazer parte desta comunidade, aos poucos mostra as variedades de hábitos, próprios até do nosso vasto sistema geográfico. Contudo, a igreja deve promover a paz e harmonia, em meio a tantas diferenças e explicitar aos seus membros que ela tem uma missão, um objetivo, um ideal. Este objetivo é interno e externo. Para o bom funcionamento organizacional e espiritual da igreja é relevante que ela observe, na prática, as regras e o ensino que irão nortear os cristãos que a freqüentam. Notemos que existem mais doutrinas, comumente a Ceia do Senhor e o Batismo, que devem ser praticadas entre os crentes, e estimuladas pela igreja. Vejamos:
A instrução bíblica
As Escrituras Sagradas são a primazia no ensino eclesial e na vida cristã de cada membro. Seus efeitos na vida da pessoa que aceita o Evangelho e declara fé cristã em Jesus são perenes: “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre” (1Pe 1.23). A explicação dada pelos estudiosos materialistas ao ser humano que vivia em estado deplorável e agora vive uma “mágica” transformação, não passa de subterfúgios para negar a veracidade e a realidade de que o Evangelho, através do ensino da Palavra de Deus, produz na pessoa: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17). Esta mudança é incitada originalmente pela fé, através da Palavra de Deus: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10.17). A palavra de Deus é luz: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho” (Sl 119.105). Ela penetra no íntimo do ser humano: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”. Charles Hodge, importante teólogo, disse que “as nações onde a Bíblia é desconhecida permanecem em trevas”. A palavra de Deus, o ensino bíblico, deve ocupar relevante destaque nas igrejas, e a prática de seus ensinos, por parte dos membros, deve ser vivenciada no dia-a-dia.
A harmonia fraternal
A comunhão entre as pessoas que professam a mesma fé cristã, e vivem no mesmo ambiente comunitário, está claramente ordenada nas Escrituras Sagradas: “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união” (Sl 133.1). Não é cristão o comportamento e as atitudes dos que visam à vingança, ao ódio, à traição, intriga, calúnia, mentira, etc, e ainda mais, no mesmo convívio e ambiente, onde o objetivo deve ser espalhar a valia da boa convivência. Esta cooperação entre os crentes na igreja deve ser mútuo: “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6.1). No início da igreja cristã primitiva, os irmãos interagiam demonstrando que estavam preocupados uns com os outros: “E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (At 2.42).
Evangelismo
A queda do homem, no Jardim do Éden, não “pegou Deus de surpresa”, pois o Redentor já estava preparado desde a fundação do mundo: “E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). Quando Deus escolheu a nação de Israel, tinha em mente que esta propagasse a salvação entre todas as gentes. Vemos isso mediante Abraão (Gn 12.1-3), na responsabilidade que os hebreus tinham de intermediar entre Deus e os homens (Ex 19.5,6), na exposição do nome de verdadeiro Deus face aos falsos deuses (1Sm 17.45,46), e por todo o Antigo Testamento.
No período neotestamentário, temos em Jesus o exemplo do maior missionário que o mundo já teve. Basta lermos os quatro evangelhos para presenciarmos suas curas, milagres, provisões, pregações, tudo enfatizando o evangelismo, a salvação de almas. Antes de ser crucificado enviou os discípulos ao trabalho de evangelização (Mt 10; Mc 6.7-13; Lc 9) e, após a sua ascensão, prosseguiu enfocando a necessidade de anunciar o Evangelho (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16). É responsabilidade da liderança eclesiástica doutrinar os membros a respeito do evangelismo, e é da competência do povo de Deus levar a efeito tão sublime tarefa.
Adoração
A igreja de Cristo tem a incumbência de adorá-lo em espírito e em verdade: “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 5.24). Deve ficar bem claro que não podemos confundir o ritual litúrgico das igrejas com o ato de adorar ao Senhor. As formalidades no culto judaico tornaram-se tão amparadas pelos sacerdotes, que acabaram excedendo à verdadeira essência da adoração. Adorar a Deus é muito mais profundo que simplesmente cantar, pregar, dançar, evangelizar, etc. Tudo isso é importante, mas se não houver integridade na adoração, isso de nada vale.   
A importância do estudo eclesiástico
O conceito eclesial é muito superior às organizações que compõem as sociedades existentes no mundo atual. É por isso fundamental saber todos os ensinos pertinentes a ela. Como podemos observar, o estudo da eclesiologia (Doutrina da Igreja), é de vital importância para todo e qualquer membro de igreja. No entanto, infelizmente, o privilégio desse saber está restrito a poucos, pois a grande maioria não tem o privilégio de cursar um ensino teológico.
A igreja, como comunidade local, deve lutar e se esforçar para proporcionar o bem estar espiritual e social de nossa sociedade e, como sal da terra e luz do mundo, deve ela influenciar os meios em que vive e ser diferente do mundo secularizado. É exatamente isto o que reclama a definição do termo igreja, “tirado para fora”, neste caso, do sistema anárquico secular para anunciar que Deus tem “um povo especial, zeloso e de boas obras” (Tt 2.14).
Esta influência é possível, principalmente, porque Cristo é o principal fundamento em que a igreja está alicerçada. Tendo Ele, como a “principal pedra da esquina”, somos as “pedras vivas” deste grande edifício, que é a igreja. Contudo, apesar de sermos “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido”, isto não implica em que todos os que fazem parte da igreja visível necessariamente componham a Igreja invisível de Cristo. Atentemos para este fato. Os salvos, dentro da igreja, são a igreja que Deus vê.
Em se tratando de doutrinas bíblicas fundamentais, a uniformidade deve ser acentuada, entretanto, em práticas litúrgicas, cada denominação observa determinados procedimentos. Cada estudante de teologia, representado como igreja, deve exercer o seu papel de legítimo herdeiro das bênçãos celestiais. Ser uma igreja (dos salvos), dentro de outra igreja (comunidade local), é o nosso maior objetivo.
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