A discriminação e o preconceito racial é fruto de um entendimento inadequado sobre o conceito do que é raça. A discussão acadêmica atual está evoluindo sua ideia para considerar a inexistência de diferenças raciais. Entretanto, no imaginário social e/ou popular a existência de diversas raças permanece como uma realidade.
Sempre houve tendências etnocentristas e discriminações
baseadas em diferenças físicas, porém, enquanto a tese da teoria monogenista era
majoritária não havia ainda a ideia de inferioridade racial, como presenciamos
hoje em dia. A tese monogenista afirma a existência de uma única raça humana
descendente do primeiro casal criado por Deus.
O apóstolo Paulo há milhares de anos já dizia que Deus “de
um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra” (Atos dos
Apóstolos 17:26). O verdadeiro cristianismo atenta para o fato de que no
princípio Deus criou o homem segundo a imagem Dele. É assim que informa Genesis
1:27: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem
e mulher os criou”. O ser humano independente da etnia que pertence, possui a
imagem e a semelhança de Deus. Sua dignidade humana deve ser respeitada.
Segundo os estudiosos o entendimento da humanidade a partir
de raças diferentes aconteceu por volta do século XVI, mais especificamente com
os proponentes do Iluminismo. O
estudo das diferentes raças é conhecido como “doutrinas racialistas”. O
derivado dessa tese originou o conceito da poligenia,
ou seja, a existência de diversas raças humanas. O desenvolvimento desse
conceito de raça influenciou fortemente as ciências naturais.
Nos séculos XIX e XX a criminalidade era analisada com base
na determinação das diferenças biológicas e hereditárias entre as raças. Mas
quando o conceito de raça deixou o campo das ciências naturais e alcançou as ciências
humanas e sociais a ideia da superioridade de uma raça sobre outra foi
aventada. O Dicionário de Conceitos Históricos registra algo importante sobre
um movimento nascente na época conhecido como “darwinismo social”:
Em meados do século XIX, o
conceito de raça migrou das ciências naturais e alcançou as ciências sociais e
humanas. Com a publicação da obra de Charles Darwin, em 1859, e o
desenvolvimento da teoria evolucionista a partir daí, o racialismo ganhou novas
perspectivas, com o chamado darwinismo social, que lastreada na teoria da evolução
e na seleção natural afirmava não só a diferença de raças humanas, mas a superioridade
de umas sobre as outras e, ainda, que a tendência das raças superiores era submeter
e substituir as outras. A partir da Frenologia e do darwinismo social (muitas vezes
chamado de spencerismo, pois a transposição dos argumentos darwinistas para o campo
do social não se deveu ao próprio Darwin, mas a Spencer), desenvolveu-se a eugenia,
que enaltecia a pureza das raças, a existência de raças superiores e desacreditava
a miscigenação. Tais teorias foram a base científica do racismo.
O mesmo Dicionário afirma ainda que nesta época os
pensadores entendiam que “cada raça tinha um lugar determinado no mundo, definido
pelo grau de importância na escala evolutiva. E a raça superior, eleita pela seleção
natural para ordenar o mundo, era a caucasoide, ou seja, a raça branca”. Os que
queriam a pureza das raças (“a eugenia”) pensavam que compreender o conceito de
raças desta forma seria melhor para a evolução da espécie humana.
Obviamente esse pensamento desembocou em perseguições e
atividades sociais e políticas espúrias e asquerosas, tais como as do partido
nazista na Alemanha, à limitação dos direitos dos negros no sul dos Estados
Unidos, o apartheid na República
Sul-Africana e a escravidão dos negros em escala mundial.
Uma das soluções humanas e simples para a solução do
racismo, segundo os estudiosos, é a sociedade não admitir a existência de
diversas e diferentes raças, pois há apenas uma raça: a raça humana. Mas
segundo o entendimento cristão este reconhecimento não é o suficiente para
deter o preconceito racial. Entendemos que a humanidade é corrupta e corruptora
porque decaiu do padrão de santidade legal exigida por Deus ainda no início da
criação de Adão e Eva. O coração da maioria dos seres humanos é mau desde a
transgressão de Adão – este era o gérmen seminal da humanidade. O narrador do Genesis já dizia o seguinte
sobre os dias em que Noé vivia: “Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia
multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração”
(Genesis 6:5).
Deus não faz acepção de classes sociais, cor, povos, tribos
e nações. Em Romanos 2:11 o apóstolo Paulo afirma: “Porque para com Deus não há
acepção de pessoas”. Uma vez iluminados e atraídos pelo Espírito Santo de Deus
o cristão passa a ter a mente de Cristo: “Pois quem conheceu a mente do Senhor,
que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo” (I Coríntios 2:16).
Desta forma não deve haver espaço na vida do cristão para qualquer forma e tipo de
preconceito. Portanto, devemos agir considerando a dignidade de todos os seres
humanos por todos os dias das nossas vidas.
No amor de Cristo,
Paz de Cristo!, excelente seu artigo, bem didático e explicativo. Parabéns pela sua vida e ministério, tenho vontade de te conhecer pessoalmente, tenho certeza que vc será uma benção para minha vida e ministério.
ResponderExcluirSó uma pergunta: qual igreja vc congrega?.
Abraços no amor de Cristo.
Pb. João Eduardo Silva - Assembléia de Deus.
A paz do Senhor irmão João Eduardo!
ResponderExcluirObrigado por acessar meu blog e ser edificado pelas postagens. Quem sabe o Senhor nos prepare um dia em que nos conheceremos,pessoalmente? Deus o sabe.
Sou membro da Igreja Presbiteriana do Brasil, em Jundiaí - SP.
Se quiser dialogar comigo entre em contato pelo e-mail:gb-barbosa@hotmail.com
No amor de Cristo,
Show!
ResponderExcluirDia da DIGNIDADE NEGRA MINEIRA
ResponderExcluirhttp://www.mgquilombo.com.br/site/Artigos/bens-quilombolas-materias-e-imateriais/dia-da-dignidade-negra-mineira.html