A
grande maioria dos evangélicos entende o termo idolatria apenas em sua definição etimológica, e não em seu conceito
teológico. Sendo assim, definem e assimilam a ideia de que a idolatria está
relacionada apenas com a adoração de ídolos confeccionados de madeira, gesso, pedra,
ou outros materiais. Mas, para que haja coerência no entendimento a respeito
deste tema, é necessário ampliar seu sentido e complementar com seu conceito
teológico. Conforme os léxicos de teologia qualquer apego excessivo a pessoa,
objeto, instituição, ambição, elemento, em detrimento da pessoa de Deus, se
constitui idolatria. É preciso que esse conceito seja levado a sério.
Apesar
da proibição divina no Antigo Testamento (“Não terás outros deuses diante de
mim” – Êxodo 20:3) temos vários casos em que o povo de Deus (Israel) pecou
contra o Senhor quando se envolveu em manifestações idólatras. Quem não se
lembra do bezerro de ouro, “fabricado” por Arão? (Êxodo 32:1-20). Substituindo o Deus vivo por uma imagem
esculpida o povo cometeu o abominável
pecado da idolatria adorando um ídolo na forma de um bezerro de ouro. Transgrediram
o segundo mandamento que diz:
Não farás para ti imagem de
escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na
terra, nem nas águas debaixo da terra; não te encurvarás a elas, nem as
servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade
dos pais nos filhos, até à terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. (Deuteronômio
5:8-9)
Como
“um abismo chama outro abismo” os adoradores do bezerro de ouro se entregaram completamente
aos ritos pagãos numa refeição sacramental e danças, que degenerou em
libertinagem sexual: “E no dia seguinte madrugaram, e ofereceram holocaustos, e
trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se a comer e a beber; depois
levantou-se a folgar.” (Êxodo 32:6). O
volume e o ritmo da música produziu no povo um frenesi louco e desenfreado. No versículo
18 Moisés comenta com Josué que ouvia “o alarido dos que cantam” e no versículo
25 há a menção de que “o povo estava despido, porque Arão o havia deixado
despir-se.” Que derrota! Que vergonha para o povo de Deus! Cansados de andar
pela fé o povo exigiu um sinal tangível da presença de Deus.
No
Novo Testamento os mandamentos vetero-testamentários permanecem vigentes. O
apóstolo João em sua primeira carta (5:21) escreveu que os irmãos devem se
guardar da idolatria: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém.” Paulo disse aos
coríntios: “Portanto, meus amados, fujam da idolatria”. O conselho paulino
reflete a tendência de alguns irmãos que se consideravam “fortes” espiritualmente
e de alguma forma não se preocupavam em se alimentarem junto com os gentios num
templo pagão. (Leia I Coríntios 10:19, 20; 8:4,10).
Você
pode estar pensando: “Mas qual a relação deste assunto com os evangélicos
atuais?”. É que está acontecendo entre “o povo de Deus” uma adoração idolátrica
sorrateira, subliminar, disfarçada. Os ídolos atuais e a idolatria moderna possuem
outro formato, mas seu poder de destruição é o mesmo que levou o povo de Israel
ao cativeiro. Algumas atitudes idolátricas que percebemos hoje: o amor ao
dinheiro (Mamom); o endeusamento do ego (autolatria); os pecados sexuais, tais
como pornografia, fantasias sexuais, infidelidade conjugal, diversões carnais
(Baal Peor – Êxodo 25:1); crentes que confiam nos signos do zodíaco (astrologia);
os que cultuam e adoram os anjos (Angelolatria); o culto do e com
entretenimento (o bezerro de ouro); os desleixos moral, social e principalmente
espiritual com a educação dos nossos filhos (deus Moloque).
São
muitos que se empenham em tirar Deus do trono e se esforçam por sentar em seu
lugar. Muitos têm ignorado e até mesmo questionado a soberania de Deus. Outros
têm zombado dos santos mandamentos do Senhor e ensinado seus “próprios
mandamentos” como se fossem melhores e mais corretos. E ainda outros falam
pelos dois cantos da boca – de um lado falam como profetas, do outro defendem e
pregam veementemente a malfadada teologia da prosperidade e o triunfalismo
evangélico.
Eu
não sei onde tudo isso “vai dar”. O povo de Israel foi parar no cativeiro!!! Quem
vai parar esses “santos” doidos? Que o Senhor tenha misericórdia de nós.
Se dissermos que não temos
pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os
nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar
de toda a injustiça. (1 João 1:8-9).
Em
Cristo,
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