Não deveria ser necessário afirmar aqui que o povo evangélico
faz parte de um grupo religioso NÃO perfeito. Nesse sentido é possível que
alguns dentro do círculo evangélico sejam intolerantes sim. Contudo, no sentido
da análise nessa postagem depende do que se entende por intolerância e preconceito.
Intolerância, preconceito, discriminação, são palavras usadas
exaustivamente por indivíduos que realmente
são, se dizem, ou se fazem vítimas da exclusão social. Não nego que de fato
aconteça esse comportamento por parte de pessoas, nem nego também que haja os excluídos
socialmente, mas afirmo aqui que em muitos casos o julgamento feito por aqueles
indivíduos é sutilmente uma forma de doutrinamento moral e uma imposição intelectualmente
coercitiva.
Observamos que essas mesmas palavras hoje em dia não são
mais corretamente conceituadas, e como se tomassem a forma de seres humanos, se
transformaram em monstros devoradores da felicidade de mulheres, pobres,
homossexuais, negros, desempregados, religiosos, crianças, idosos, pessoas sem
os atributos da beleza física, etc. Novamente devo dizer que não nego o infeliz
tratamento que esses grupos enfrentam ao serem relegados por parte de qualquer
outro grupo ou mesmo de seu próprio grupo. Minha grande questão é identificar a
verdade por trás dos comentários e opiniões dos que são ou se dizem vítimas de intolerância,
preconceito e discriminação. São sempre sinceros e honestos, desinteressados em
impor seu ponto de vista aos outros?
Ou será que planejam coagir intelectualmente os que são considerados seus
opositores ou inimigos?
Refiro-me ao fato de que intolerância, discriminação e
preconceito, não são apenas questão de semântica a certos indivíduos, mas são
como deuses entronizados no altar do existencialismo humano. Não se pode mais ter
opiniões contrárias à homossexualidade, aborto, feminismo, grupos religiosos, redução
da maioridade penal, a partidos políticos, etc, pois no caso é ser
preconceituoso e intolerante. Esses indivíduos impõem suas ideias e opiniões
como vereditos e quer que as aceitemos como verdades universais. Ou seja, na “gentil”
intenção de combaterem a intolerância, preconceito e discriminação, eles se
tornam assim também.
Faz-se necessário conceituar corretamente o que é ser intolerante
ou preconceituoso, pois os indivíduos excluídos socialmente deram novo sentido
e conceito aos termos tornando-os naquilo que não são. O teólogo canadense
Donald Carson reproduz do Dicionário de Webster os seguintes significados de TOLERAR:
“1. Consentir; permitir; não interferir. 2. reconhecer e respeitar (crenças,
práticas dos outros, etc.) sem necessariamente concordar ou simpatizar. 3.
Suportar; aturar; como em ele tolera seu cunhado’. 4. na medicina, ter
tolerância a (um medicamento específico, etc.)”. Note bem: isso significa que
devemos aceitar a existência de perspectivas diferentes. Se alguém se diz
tolerante deve aceitar a existência de opiniões contrárias à homossexualidade,
feminismo, aborto, politica, religiões e muitos outros assuntos polêmicos. Porém
os que se dizem intolerantes na verdade são intolerantes. Basta ver como se comportam
em audiências públicas no Congresso Nacional ou nas Câmaras Municipais quando
suas ideias são contrariadas por projetos políticos: tumultuam reuniões, achincalham,
ofendem e agridem seus opositores. Obviamente isso não é ser tolerante.
Segundo a sociologia o preconceito é conceituado como uma
postura de hostilidade desferida contra um indivíduo, pelo simples fato de ele
pertencer a um grupo pouco ou nada valorizado socialmente. Mas essa definição também
merece análise. Em primeiro lugar, possuir pressupostos, princípios e conceitos
antecipados a respeito de assuntos, temas ou grupos estereotipados não se
configura necessariamente como intolerância, discriminação ou preconceito – a não
ser que de fato sejam. Em segundo lugar, o sentido de hostilizar vai muito além
de opiniões contrárias. Refere-se a provocações públicas e não é o mesmo que
protestar. É digno de nota que os mesmos indivíduos que sem dizem excluídos
socialmente hostilizam todos os que não estão dispostos a consentirem com seus
discursos ou comportamento. É só lembrarmos aqui que na parada LGBT de São Paulo os mesmos que lutam contra a “discriminação” homossexual e sexual tiveram
subjetivamente ou veladamente a intenção de provocar os cristãos ao se
caracterizarem como Cristo crucificado.
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