por Gilson Barbosa
Antes de alguma partida de
futebol é muito comum os jogadores, ainda nos vestiários, repetirem a oração do
“Pai Nosso”. Trata-se de uma oração certamente conhecida tanto por cristãos
quanto por não cristãos no mundo inteiro. Mas, sem nenhum medo de errar afirmo
que essas pessoas não conhecem ou entendem o real sentido desta oração. Elas
fazem a oração pensando que trará algum tipo de benefício material ou físico,
como se fosse uma espécie de mágica ou amuleto. Ela se tornou um mantra.
No contexto histórico-bíblico esta
oração é extremamente importante, pois foi a única ensinada pelo Senhor Jesus
(Mateus 6:9-13). É uma oração modelo que todos os cristãos devem usar. E, em si
mesma não é errado fazermos esta oração recitando-a num culto ou num outro
evento religioso. O mais importante é compreendermos que há na oração do “Pai
Nosso” certos elementos, princípios, implicações e significados para nossas
vidas.
A oração pode ser dividida em
três partes: invocação, petições, e conclusão. Neste momento gostaria de falar
sobre a primeira parte que é “Pai Nosso, que está no céu”.
O primeiro ensinamento é
que nem todos possuem o direito de chamar Deus de Pai. Em outras palavras, nem
todos são filhos de Deus. Há um ditado popular que diz “não sou dono do mundo,
mas sou filho do dono”. Respeito toda a carga de emoção por trás dessas
palavras, mas biblicamente não tem nenhum valor. Num certo sentido Deus até
pode ser considerado Pai de Todos quanto
a ser o Criador e Sustentador do universo. No entanto, o sentido da expressão
Pai, na oração, invoca o conceito de redenção e esta só é possível àqueles que
creem em Jesus como seu único e suficiente Salvador. O apóstolo João escreveu:
“Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de
Deus, a saber, aos que crêem no seu nome” (1:12). E de que modo acontece a
filiação divina?
O mesmo apóstolo afirma que a
obra da salvação é realizada pela soberana e graciosa vontade de Deus e não por
meio de descendências humanas, pelo esforço humano ou pela vontade própria das
pessoas (1:13). Dizer-se filho de Deus
é expressar algo que não compete ao ser humano, no aspecto redentivo. Se não
for por meio da obra mediadora e redentora de Cristo Jesus ninguém pode ser
considerado filho de Deus. Para isto acontecer, temos que ser adotados por ele.
Não é a criança, na iminência de ser adotada, que escolhe seus futuros pais,
mas o contrário.
Já o apóstolo Paulo diz que a
adoção é recebida, e por meio dela Deus nos aceita e nos recebe como Pai
amoroso. Não somos nós que aceitamos a Cristo, é ele quem nos aceita e por esse
instrumento (a adoção) passamos de escravos a filhos: “vindo, porém, a
plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a
lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos [...] de sorte que já não és
escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus” (Gálatas
4:4,5,7).
Como disse acima, ainda que as
pessoas se dirijam a Deus como seus filhos, a legitimidade desse fato só acontece
por meio da obra redentora de Cristo, efetuada na cruz do Calvário. Daí
segue-se que nem todos são “filhos de Deus”, visto que, muitas dessas pessoas
não creem em Cristo como Salvador e Senhor. Certa feita Jesus disse aos judeus
que, na verdade, eles eram filhos do Diabo: “Vós sois do Diabo, que é vosso
pai, e querei satisfazer-lhes os desejos”. No cotidiano as pessoas cometem todo
o tipo de pecado, buscam satisfazer os desejos da carne, e depois ainda dizem
serem filhos de Deus!
O segundo ensinamento é
que Deus não ouve a oração de todos, mas somente dos seus filhos. Estes são
pessoas adotadas por Cristo: “E, porque sois filhos, enviou Deus ao nosso
coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gálatas 4:6). A
expressão Aba significa “papai” ou
“paizinho”. Os judeus não oravam chamando Deus de “papai” ou “paizinho”. Mas nesta oração o Senhor Jesus ensina seus
discípulos a chamar Deus de Pai. O salmista afirmou: “Como um pai se compadece
de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem”. Note que o
salmista diz que os que temem ao
Senhor é fruto da sua compaixão e cuidado, portanto, é necessário que essa
pessoa seja regenerada por Cristo e assim faça parte da família de Deus
(Efésios 3:15). Isso demonstra o cuidado amoroso de Deus com os seus filhos.
Do lado contrário, Jesus em sua
oração sacerdotal não orou por todos, mas apenas aos que o Pai lhe confiou
(João 17:6). Ele disse: “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por
aquele que me deste, porque são teus” (João 17:9). O sacrifício supremo de
Cristo não foi em favor de todas as pessoas, mas para aqueles que creram em
Cristo para sua salvação (João 17:19). Mais a frente ele diz que nem todos
creram na sua palavra e não o reconheceram como o Messias prometido (João 17:
25). A obra de redenção realizada por Jesus refere-se particularmente aos
eleitos – aqueles que o Pai lhe deu (Bíblia
de Estudo de Genebra). Isso está ilustrado na oração sacerdotal de Jesus.
Somente aqueles que estão num relacionamento com Deus, como filhos adotivos
(Romanos 8:14-17), são ouvidos por Ele.
O terceiro ensinamento é
um alerta quanto à maneira displicente que podemos nos dirigir a Deus na
oração. As palavras “Pai Nosso que está nos céus” destacam a imanência e a
transcendência de Deus. Ele está tanto perto (o que indica intimidade) quanto
distante (indica que devemos nos reportar á Ele com humildade e reverencia) de
nós. Muitas pessoas se aproximam de Deus com palavras que caracterizam
banalidade e falta de reverencia. Já ouvi muitos chamarem Deus de “fofinho”;
musicas tratam Deus como “o cara lá de cima”. Penso que os usos de tais
expressões são inapropriados e não são autorizadas conforme o ensino de Jesus.
É necessário ter humildade e reverencia na oração.
Por fim, apesar de ser soberano e
excelso Deus ouve a oração dos seus filhos e atende as petições que estão
conforme sua vontade. Não considere essa reflexão grave ou severa demais, como
se faltasse compaixão humana a todos os pecadores. Atente para o fato de que a
continuação da oração até sua conclusão exige uma postura que pecadores
rebeldes não possuem nem possuirão. Resumindo: no sentido da Criação Deus pode
até ser Pai de todos, mas no conceito da Redenção, nem todos são filhos de Deus.
Com amor,
Eu chamo DEUS de meu marido.Digo pra Ele,que Ele é lindo,maravilhoso,meu amigão mas nunca o chamei de fofinho.
ResponderExcluirSeu texto é excelente!
Continue assim!
Graça e paz!
JESUS É O SENHOR!
Amado,achei sensacional seu meio de compartilhar a postagem. Vc dividiria comigo?
ResponderExcluirComo fez para que o post seja divulgado até no Tumblr?
Parabéns!