Nessa semana que passou os ânimos de
duas pessoas importantes e públicas em nosso país explodiram em palavras
chulas, rasteiras, ofensivas e até de baixo calão. Que pena! Um pastor e um
jornalista que exteriormente são contra a intolerância se tornaram intolerantes
um ao outro. Quero adiantar que em minha opinião ambos erraram objetivamente em seus atos. O jornalista por baixar o
nível do “diálogo” e proferir palavrões numa rede nacional de rádio para
milhões de pessoas. O pastor por também usar palavras ofensivas, tripudiar seu
oponente, desafiá-lo e suscitar sua ira.
Conforme publicado
pela imprensa em geral “o motivo da confusão foram os comentários de Boechat [o
jornalista] sobre os recentes casos de intolerância religiosa no Rio de Janeiro”.
Quase que imediatamente o referido pastor usou o Twitter para criticar a
generalização e desafiar o jornalista para um debate.
Penso
que a mídia em seu papel de informar não subjuga a tentação de aderir a um tipo
de sensacionalismo e passa a emitir opiniões particulares, exclusivistas, preconceituosas
e descabidas. Deveriam estender o debate democraticamente, convidar teólogos ou
pastores para discutir em conjunto com outros grupos religiosos a questão da intolerância
religiosa. Por vezes são unilaterais. É nesse sentido que se enquadra também o
jornalista. Emitiu publicamente um parecer sem se importar em saber o que os
pastores neopentecostais entendem e pensam sobre o assunto em questão.
Logicamente a fúria religiosa e “piedosa” das pessoas que jogaram pedra no
grupo religioso atingindo uma menina não representa a atitude nem atos dos
evangélicos em geral. O jornalista em questão possui ideias e opiniões que não
se coadunam com o senso geral de outras pessoas.
No
caso do pastor em questão ele não errou em fazer uso da liberdade humana para
contrapor ao entendimento em que o assunto se direcionava naquele momento entre
os jornalistas do programa de rádio. Todos têm esse mesmo direito e muitas
vezes calamos diante de opiniões arbitrárias e contrárias ao procedimento que
nós evangélicos temos de determinados assuntos. Ou seja, alguns grupos evangélicos
são mudos diante de tantas polêmicas.
Penso
que os erros do referido pastor esteja em algumas de suas atitudes tais como: 1º)
o volume com que se pronuncia; 2º) a maneira de escrachar seus adversários; 3º) emite suas opiniões como se fossem
vereditos; 4º) a relatividade e volatilidade na escolha de seus adversários;
5º) a crença de que sua opinião particular é a mesma do rebanho evangélico no
Brasil; 6º) a superexposição midiática; 7º) a despreocupação irresponsável em
causar antipatia tanto com relação a sua pessoa quanto aos evangélicos em
geral, e muitas outras coisas.
O
referido pastor excede muito no volume de seus pronunciamentos. Em outras
palavras “fala muito”. Essa necessidade
de se pronunciar acaba por gerar certa antipatia. Deve se pronunciar sim, mas
de maneira comedida. Dias atrás sugeriu uma campanha para boicotar uma rede de
perfumes porque a empresa fez um comercial com inclinação homossexual. É sabido
de todos que os evangélicos são contra a prática homossexual, mas há irmãos que
não deixarão de comprar os perfumes desta empresa por causa do comercial. Por
tanto falar acaba falando coisas fúteis.
Ao
tratar com nossos opositores não devemos usar de linguagem mundana, tais como
imbecil, idiota, pilantra, "mané", e por aí afora, ainda mais aos que
ocupam uma posição tão abençoada como é o caso dos pastores. Não devemos também
ser grosseiros e assim incitar à ira do opositor. Devemos “lutar” com as armas
da verdade, mas em amor, e não causando uma “guerra” civil. Temos de ceder se
estamos sendo ignorantes e ríspidos. Nossas opiniões pessoais não podem servir
para atacar ou tentar desmoronar o moral das outras pessoas que não possuem a
mesma opinião que a nossa. Elas são as nossas opiniões e não deveriam
configurar como vereditos (a não ser que tenha correto fundamento bíblico e
goze da simpatia de todos). Têm-se que ter prudência ao mencionarmos atos de pessoas
numa pregação feita num púlpito de igreja, quanto mais usarmos redes sociais
para comentar sobre elas.
Sabemos
que os que não foram iluminados pelo poder do Espírito para o arrependimento e
fé no evangelho de Cristo são cegos espiritualmente, carentes do novo
nascimento. Portanto, pode ser frustrante um debate com gente obstinada e que
não tem a mente de Cristo. Podemos pensar que não somos religiosamente
intolerantes, mas talvez sejamos socialmente
intolerantes. Se continuar assim é bem provável que a massa evangélica tome pra
si as dores do referido pastor e promova uma “cruzada” evangélica contra os “inimigos
do evangelho”. Seria o caos.
Nesse
sentido, precisamos de um avivamento que promova em nós não orgulho pessoal, espiritual
ou denominacional, mas um desejo profundo de dependermos mais de Deus,
arrependimento de nossos pecados, buscarmos viver na prática o caráter cristão,
utilizar mais os meios da graça – oração e leitura da Bíblia. Devemos ser zelosos com inteligência e não com esbravejamento e gritaria.
No
amor de Cristo,
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