Por Gilson Barbosa
Ontem (14/04/2014) estive num Salão
do Reino das Testemunhas de Jeová por ocasião da celebração da morte de Jesus
Cristo, conforme anunciado no convite deles. A motivação para visita-los deu-se
por meu ímpeto de apologista e a curiosidade sobre a maneira como participam da
Ceia do Senhor (Sacramentos), ou como elas denominam: a refeição noturna do Senhor. Este evento é celebrado apenas uma
vez ao ano e acontece no mundo inteiro onde há adeptos das Testemunhas de
Jeová. A data de comemoração neste ano caiu no dia 14 de abril. Na verdade elas
não comemoram a Páscoa, mas usam a data em alusão a morte de Jesus.
Não devemos depreciar as
Testemunhas de Jeová. Há coisas boas que podemos aprender com eles ou imitá-los.
A maneira como os visitantes são recepcionados é algo apreciador. Os responsáveis
pela recepção estão sempre com um sorriso no rosto, cumprimentam a todos e são prestativos
nas informações. Assim que me assentei um senhor designou um jovem para estar
ao meu lado durante toda a reunião. Muito atencioso, ele abria o hinário de cântico
(Cantemos a Jeová) ou a “Bíblia” (Tradução
do Novo Mundo das Escrituras Sagradas) e fazia com que eu acompanhasse as
leituras e os cânticos. São organizados quanto ao horário de início, desenvolvimento
da reunião, e finalização. Não há conversação nem balbúrdia. Homens e mulheres
se vestem de maneira simples, mas impecáveis. A maioria dos homens usavam terno
e gravata. A reunião durou cerca de uma hora e quinze minutos. Não há como
negar que esses procedimentos são dignos de elogio. Já a questão doutrinária é contaminada
por heresias.
A palestra ou pregação, realizada
por um ancião indicado previamente, se desenvolveu com a intenção de responder quatro
perguntas básicas:
1ª) Por que precisamos de um
libertador?
2ª) Quem se beneficia do
sacrifício amoroso de Jesus?
3ª) Quem deve comer do pão e
beber do vinho?
4ª) O que precisamos fazer para
demonstrar nossa gratidão?
Antes de qualquer coisa é necessário
dizer que o Jesus das Testemunhas de Jeová não é o mesmo da Bíblia (II
Coríntios 11:4). Ele não passa de uma criação de Jeová e não é Todo Poderoso.
Tudo o que ele realiza somente o faz pelo poder que Jeová diretamente outorga a
ele. Portanto, com uma cristologia dessas toda a estrutura da pregação
desmorona, pois a morte de Cristo apenas torna possível o resgate do pecador e
não é certeza que o faça.
A conclusão é que um cristão sem
conhecimento teológico pode ser facilmente enganado ou confundido pela pregação
jeovista. Isso porque em certos momentos a linguagem usada no desenvolvimento
das respostas lembra bem a linguagem evangélica – principalmente nas perguntas 1
e 4. A explicação para as perguntas 2 e 3 é pura e terrível distorção hermenêutica.
Na resposta para a pergunta 2 dizem que os beneficiários do sacrifício de Jesus
se dividem em dois grupos: os ungidos (ou pequeno rebanho) e a Grande Multidão.
Os ungidos são em número de 144 mil pessoas apenas. Segundo eles, somente estes
estarão com Cristo no céu. A Grande Multidão deve se imaginar ou se contentar
em morar no Paraíso terrestre.
No entanto, Jesus utilizou a
expressão “pequeno rebanho” (Lucas 12:32) em referencia aos discípulos, que
seriam enviados para trabalhar entre lobos
vorazes (Mateus 10:16) e, naquele momento, precisavam ser encorajados para que
pudessem realizar a tarefa para a qual estavam sendo designados. O mais terrível
é que declaram que nascer de novo é algo exclusivo dos 144 mil ungidos. Afirmam
que a classe da Grande Multidão não precisa nascer de novo. É desta maneira que
interpretam João 3:3. Em contraste com essa divisão de classes entre “pequeno
rebanho” e “Grande Multidão”, a Escritura declara que todos os crentes
verdadeiros viverão na presença direta de Deus. Todos os que crêem em Cristo
são verdadeiros herdeiros do reino de Deus (Mateus 5:5; Gálatas 3:29; 4:28-31;
Tito 3:7) e não somente 144 mil pessoas.
A resposta para a pergunta 3 é
que apenas os que fazem parte do grupo dos ungidos ou dos 144 mil é que devem
participar dos elementos da Ceia – comer o pão e beber o vinho. O curioso é que
na reunião, enquanto os servos ministeriais (semelhante aos diáconos) passam o
pão e posteriormente o vinho, nenhuma Testemunha de Jeová come ou bebe. Perguntei
ao jovem que me acompanhava se alguma Testemunha de Jeová daquele salão fazia
parte do grupo dos ungidos, ou seja, se participava dos elementos. Ele me disse
que em 8 anos como Testemunha de Jeová nunca presenciou alguém participando dos
elementos. Quer dizer, os elementos passam e ninguém participa – são apenas
expectadores. A seguir disse-me que no mundo todo deve ter apenas uns 7000 que
comem do pão e bebem do vinho – ou seja, somente estes fazem parte dos “ungidos”
nos dias atuais. Se alguém na reunião tomar dos elementos e participar, seu
nome é anotado e enviado ao Corpo Governante que procederá conforme seu modo de
administrar. Ou seja, dificilmente alguém se sentirá um membro do “pequeno
rebanho” ou um dos que estarão com Cristo no céu. Que situação triste, não é
mesmo?
Em oposição a esse entendimento Jesus
ensinou que todos os que nele crêem devem participar da Ceia. As Testemunhas de
Jeová, no entanto, não obedecem à ordem de Jesus: “E, tomando o cálice, e dando
graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos” (Mateus 26:27). No texto de I
Coríntios 11:23-26, o apóstolo Paulo não faz distinção entre os irmãos,
afirmando que somente alguns que se sentisse dignos participassem da ceia (1Co
11:23-26). Ao agirem dessa forma, as Testemunhas de Jeová deixam de cumprir as
Escrituras para seguirem preceitos de homens (Mateus 15:9).
Não devemos desrespeitar nem
atacar a crença das pessoas ou instituições religiosas, mas qualquer grupo que se
intitule cristão não deve falsear a verdade por meio de interpretações esdruxulas
das escrituras sagradas. Em II Pedro 2:1 o apóstolo Pedro previu o seguinte: “Assim
como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós
falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras,
até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si
mesmos repentina destruição”. É verdade que nesse texto Pedro trata dos falsos
mestres dentro da Igreja. Todavia não podemos negar que qualquer pessoa que se
diga cristã, mas que desvirtue a pregação do evangelho, não passa de um falso
mestre também. Amar ao próximo não significa ocultar ou omitir a verdade.
Em Cristo,
Gilson, fico muito feliz por ter apreciado a nossa hospitalidade, também agradeço pelo ajuste que senhor deve ter feito para está presente na Celebração anual em Recordação da Morte de Jesus Cristo, visto que caiu em 14 de Abril, em plena Segunda-Feira, observei sua oposição à alguns entendimentos que foi palestrada na Reunião de ontem, e as achei pertinentes, se Deus nos dotou com a capacidade de raciocinar, é bem capaz que tenhamos duvidas quando algum assunto que a algum tempo conhecemos é nos apresentada com um entendiemento diferente, por isso, se o senhor quiser saber o porquê nós entendemos os ensinos de Jesus da forma que foi palestrada na reunião de ontem, Peço que entre em contato com alguma Testemunha de Jeová para esclarecimentos.
ResponderExcluirTambém faço o convite para uma palestra biblíca especial intitulada: " Por que um Deus amoroso permite a maldade ?"
O Senhor será muito Bem-vindo.
Caro Ruan Henrique,
ResponderExcluirFico contente por ter acessado meu blog. Você parece ser gentil e moderado, espero que eu não esteja enganado quanto a isso. Confesso a você que não tenho dúvida a respeito dos ensinamentos das Testemunhas de Jeová. Como sou um pesquisador de religião nato, procuro conhecer primeiro para depois dar minha impressão. Tenho alguns livros da Sociedade. Ontem mesmo adquiri o livrinho "O que a Bíblia realmente ensina?" e o hinário "Louvemos a Jeová". Não sou um teólogo liberal, sou conservador.
Conforme escrevi e penso, respeito as religiões em geral. Mas, minha linha de interpretação hermeneutica das escrituras sagradas é a de Westminster - protestante e oriunda dos reformadores. E esta não coaduna com a interpretação dada pelo Corpo Governante.
Minha impressão a respeito da hospitalidade das Testemunhas é muito positiva. Certas igrejas evangélicas deveriam aprender com vocês neste quesito.
Ontem o ancião anunciou a palestra mencionada por você e o jovem que me acompanhou sugeriu visitas em minha residencia, para estudo biblico - o agradeci prontamente, mas não aceitei a visita.
Querido Ruan, comparando os ensinamentos do Corpo Governante com os ensinamentos tradicional evangélico, penso ser como água e óleo. Não há acordo algum. Mas, reitero meu respeito e boas impressões das Testemunhas de Jeová.
Um forte abraço,
tambem assistir a comemoração com eles e não concordo com seu ponto de vista ,eles colocam jesus cristo como seu grande rei,inclusive estavam lenbrando dele e colocam o criador de tudo o pai de jesus cujo nome jeova deus acima do filho.
ResponderExcluirOlá caro leitor!
ResponderExcluirAgradeço por acessar o blog e comentar a postagem.
Você tem total direito de não concordar comigo. Mas repito que o Jesus pregado pelas Testemunhas de Jeová não é o mesmo da Bíblia. Muitas religiões tem alta consideração por Jesus. No entanto, ter alta consideração ou respeito por ele não significa dar a ele a honra que ele merece e nem entender como a Bíblia verdadeiramente ensina.
Desculpe se a postagem lhe ofendeu, mas Jesus é muito mais que apenas um filho de Jeová, ou criado por Ele.
Com amor cristão,
Gilson,
ResponderExcluirQue o nosso Bom e Poderoso Deus continue contigo, te dando graça, discernimento e sabedoria na pessoa do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Esteja bem e em paz.
Grande abraço com todo o respeito e amor cristão.
se voce ver esse blog de novo .gostaria se mudou alguma coisa da sua interpretacao sobre esse assunto.
ResponderExcluirmudou sua interpretacao sobre esse assunto
ResponderExcluirBoa noite irmão Luis!
ResponderExcluirNão entendi o motivo da pergunta. Pode ser mais específico?
Um abraço.