Tanto na Igreja quanto na
sociedade em geral existem pessoas que são fáceis em promover tumultos causando
constrangimentos em pessoas e atrapalhando ou dificultando a administração de
outros. São aqueles que gostam de provocar “tempestade em copo de água”.
Geralmente são pessoas de difícil relacionamento interpessoal, egoístas e
afirmam presunçosamente estarem corretas nas avaliações que fazem das
situações. Ocorre, porém, que esse tipo de pessoa não se importa em chatear seu
semelhante e causar dificuldades por conta do seu ponto de vista. Infelizmente,
quase todos nós somos ou fomos vítimas de alguém desse tipo. É muito desagradável.
O apóstolo Paulo viveu também esse
tipo de situação, inclusive tendo que escrever sua segunda carta aos coríntios
para defender-se de várias acusações que certa pessoa fazia contra ele. Entre
as acusações estavam a de que ele era leviano e inconsistente. Com isso o
opositor tinha a intenção de anular sua reivindicação e autoridade de apóstolo
de nosso Senhor. Vamos aos fatos.
Na sua primeira carta aos
coríntios no capítulo 16:5 o apóstolo tinha um plano de viagem que consistia em
passar primeiro pela Macedônia e logo após visitar Corinto e a igreja ali. Mas
Paulo alterou seu plano de viagem, devido a acusações, indo primeiro visitar os
coríntios e depois à Macedônia. Havia dois propósitos nessa mudança de Paulo: 1º)
proporcionar benefício espiritual aos irmãos coríntios e 2º) beneficiar a si próprio
em suas necessidades bem como os irmãos da Judeia com ofertas recolhidas ali (II
Coríntios 1:15, 16).
Para certa
pessoa na congregação de Corinto Paulo estava sendo leviano e inconsistente simplesmente
em mudar seu itinerário no plano de viagem e agia segundo a carne. O apóstolo
Paulo não estava sendo íntegro em suas palavras, segundo o opositor (1:16,17). Se
isso não consistia em fazer tempestade em copo d’água pelo menos era um
artifício para desqualificar o apóstolo Paulo.
Paulo não
merecia esse tipo de constrangimento. Ele afirma que era sincero e tinha sua consciência
limpa e tranquila diante de Deus e da igreja. Hernandes Dias Lopes comenta sobre
isso quando diz:
“A glória de
Paulo não estava na posição que ocupava, mas na qualidade de vida que vivia.
Ele não dependia de elogios humanos nem se desanimava com as críticas. Ele
tinha o testemunho de sua consciência de que vivia de forma santa e sincera no
mundo e diante da igreja, não pela força da sabedoria humana, mas estribado na
graça divina. Os homens podiam ver suas ações, mas Deus via suas intenções”.
Ao explicar sua demora e mudança em
ir a Corinto primeiro, o apóstolo Paulo também afirma que suas palavras não eram
inconsistentes. Ele diz: “Ora, determinando isto, terei, porventura, agido com
leviandade? Ou, ao deliberar, acaso delibero segundo a carne, de sorte que haja
em mim, simultaneamente, o sim e o não?” (1: 17). Ele está simplesmente dizendo
aos irmãos que era fiel em suas palavras (v.18) assim como Deus é fiel em
cumprir Suas promessas (v.20). É claro que isso exige também seriedade em
nossas palavras. O cristão deve ser sério em suas palavras. Muitas pessoas
dizem algo no começo de um determinado desafio, mas depois com o passar do
tempo mudam levianamente sua postura e com isso trazem inúmeros problemas. Não
é o caso de Paulo.
Mas, meu foco nessa postagem é
demonstrar a confusão e o constrangimento que alguns crentes causam a alguém ou
a obra do Senhor por coisas banais e fúteis quase sempre tendo em vista seus
interesses pessoais. Não que os crentes não tenham direito de opinar em alguns
assuntos de interesse da congregação. Porém, ficar causando tumulto, se metendo
em polêmicas, constrangendo a liderança ou outro membro da igreja, discutindo questões
tolas, não deveria ser jamais o alvo do crente.
Mesmo assim o apóstolo está
disposto a amar e perdoar o ofensor: “Ora, se alguém tem causado tristeza, não
me tem contristado a mim, mas em parte (para não ser por demais severo) a todos
vós. Basta a esse tal esta repreensão feita pela maioria. De maneira que, pelo
contrário, deveis antes perdoar-lhe e consolá-lo, para que ele não seja
devorado por excessiva tristeza. Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele
o vosso amor” (II Coríntios 2:5-8). Aqui temos o outro lado da moeda. Em
primeiro lugar, é quando o líder toma postura de arrogância, muitas
vezes não admitindo suas falhas e pisoteando em cima dos membros. Em
segundo lugar, é quando o líder mesmo com consciência limpa e sinceridade
manifesta amor e perdão aos seus opositores.
Muitas divisões denominacionais
são frutos de razões arbitrárias e a justificativa em muitos casos não passam
de “tempestade em copo d’água”. Aos membros de igrejas evangélicas que gostam
de tumultuar o ambiente constrangendo as pessoas vai o conselho de evitar falatórios
inúteis. Caso contrário à liderança da igreja tem autoridade e o dever de aplicar
a disciplina eclesiástica (2:7) a esse infeliz.
No amor de Cristo,
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