1 – Os planos de Deus, chamado
também de Decretos, são fundamentados a) em sua sabedoria, bem como
afirmou o salmista (104:24): “Que variedade, SENHOR, nas tuas obras! Todas com
sabedoria as fizeste; cheia está a terra das tuas riquezas”; b) em sua
soberania, pois ele não precisa da nossa opinião humana para a realização de
sua vontade: “Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu
conselheiro?” (Romanos 11:34); c) são realizados no tempo histórico; d) são
incondicionais, ainda que o Senhor não dispense os meios para a realização do
seu plano.
2 – Desde o início a raça humana
foi dividida em dois grupos. Os descendentes da semente piedosa e
temente ao Senhor – proveniente de Sete: “Tornou Adão a coabitar com sua
mulher; e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela,
Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou. A Sete
nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos; daí se começou a
invocar o nome do SENHOR” (Genesis 4:25,26). E os descendentes de Caim (leia
Genesis 4:17-24).
3 – Deus escolheu a nação de
Israel para ser sua propriedade exclusiva. Sabemos que havia outras
nações naquele tempo, mas o Senhor em seu infinito poder e soberania elegeu
Israel para ser seu povo: “Porque tu és povo santo ao SENHOR, teu Deus; o
SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos
os povos que há sobre a terra” (Deuteronômio 7:6). A escolha do Senhor por Israel
não aconteceu por algum mérito desta nação: “Não vos teve o SENHOR afeição, nem
vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o
menor de todos os povos” (Deuteronômio 7:7). Mas, o Senhor a escolheu com base
em seu amor e sua aliança feita com os patriarcas: “mas porque o SENHOR vos
amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais” (Deuteronômio 7:8).
4 – Indivíduos da linhagem
piedosa foram escolhidos para realizar a obra do Senhor. Fundamentado em quê, Deus escolheu Abrão ainda
em Ur dos Caldeus? “Então, Josué disse a todo o povo: Assim diz o SENHOR, Deus
de Israel: Antigamente, vossos pais, Tera, pai de Abraão e de Naor, habitaram
dalém do Eufrates e serviram a outros deuses. Eu, porém, tomei Abraão, vosso
pai, dalém do rio e o fiz percorrer toda a terra de Canaã” (Josué 24:2,3). Por que
o Senhor não escolheu Ismael como filho da promessa? “Deus lhe respondeu: De
fato, Sara, tua mulher, te dará um filho, e lhe chamarás Isaque; estabelecerei
com ele a minha aliança, aliança perpétua para a sua descendência. Quanto a
Ismael, eu te ouvi: abençoá-lo-ei, fá-lo-ei fecundo e o multiplicarei extraordinariamente;
gerará doze príncipes, e dele farei uma grande nação. A minha aliança, porém,
estabelecê-la-ei com Isaque, o qual Sara te dará à luz, neste mesmo tempo,
daqui a um ano” (Genesis 17:19-21).
Por que, dos filhos de Isaque,
Deus escolheu Jacó? “E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado
o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse,
não por obras, mas por aquele que chama), já fora dito a ela: O mais velho será
servo do mais moço. Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú”
(Romanos 9: 11-13).
Notamos ainda que Deus escolheu a
tribo de Judá, de onde viria o Messias (Genesis 49:10). José como governador do
Egito para preservar o povo do Senhor (Genesis 45:7). Moises para ser o
mediador da velha aliança (Êxodo 3:10). Levi para o sacerdócio (Deuteronômio
18:1,5). Saul e Davi para o trono em Israel (I Samuel 10:24; II Samuel 6:21). Paulo
como apóstolo e missionário (Gálatas 1:15). Profetas, tais com Isaías (capítulo
6) e Jeremias (capítulo 1).
5 – O Senhor escolhe indivíduos
para serem abençoados. Jesus comentou sobre o fato de que o Senhor, por
meio do profeta Elias, providenciou alimento apenas para a viúva de Sarepta de
Sidom (Lucas 4:25,26) e curou apenas Naamã de Lepra (Lucas 4:27). Dentre muitos
outros que precisavam de cura no tanque de Betesda, o Senhor curou apenas um
paralítico (João 5: 2-9).
Católicos romanos e arminianos juntos numa mesma antropologia
Em todos esses exemplos Deus é
soberano e poderoso em seus decretos. Não temos o direito de questionar os
planos do Senhor, por mais que pareça humanamente ilógicos ou absurdos: “Quem
és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar
a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a
massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?”
(Romanos 9:20,21).
Percebemos também nesses exemplos
que não há nenhuma condição imposta externamente para que o Senhor eleja ou
reprove indivíduos ou nações. Isso por si desconstrói a tese de que a eleição ou
rejeição (também conhecida como preterição)
sejam baseadas na presciência de Deus. Em Deus não há contradição nem confusão
de seus atributos. Arminianos e católicos romanos enfatizam não uma teologia
bíblica, na questão do tratamento de Deus com os homens, mas uma antropologia
humanista. Que o Senhor nos ajude para darmos somente a Ele a devida glória.
Com amor,
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