quinta-feira, 22 de maio de 2014

A VONTADE DO SENHOR NA ORAÇÃO

por Gilson Barbosa

Muitos irmãos não entendem a relação entre a oração e a vontade de Deus, o que acaba gerando confusão. Pensam que a vontade do Senhor pode ser alterada pela oração. Porém, no final das contas, esse entendimento acaba transferindo automaticamente o mérito da resposta à pessoa que ora e desconsidera os planos imutáveis do Senhor para nossa vida. Muitos dizem: “a oração tem poder!”. E é verdade. Mas será que não estamos afirmando isso somente porque o Senhor diz SIM às nossas orações? E quando as orações não são respondidas como queremos? Submetemo-nos a vontade do Senhor, ou ficamos incomodados?

Em primeiro lugar deve ser dito que a oração é um mandamento. O apóstolo Paulo disse aos irmãos tessalonicenses: “Orai sem cessar” (I Tessalonicenses 5:17). Ou seja, o crente deve orar sempre e não apenas nos momentos de dificuldades ou de decisões em sua vida. Jesus ensinou uma oração modelo (Mateus 6:9). A oração é um dos meios deixado pelo Senhor aos seus filhos, na concretização dos seus planos. Ela faz parte da providencia divina. O mesmo Deus que determina o final de um acontecimento determina o meio para se chegar ao resultado pretendido. Por isso é que muitas orações não são respondidas – não estão de acordo com a vontade do Senhor.

Em segundo lugar a oração não muda a vontade do Senhor para nossas vidas. Parece estranho dizer isso, mas é a realidade. Segundo Paulo a vontade do Senhor possui três características; ela é boa, agradável e perfeita: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2).  A forma como o Senhor responde nossas orações é muitas vezes incompreensível a nós. Mas acontece que Ele tem total direito de responder sim ou não as nossas orações; e se ele é soberano, pode até mesmo se silenciar. Podemos ler sobre isso em Isaías 38:1-8. O rei Ezequias diante de uma enfermidade mortal orou ao Senhor pedindo sobrevida e teve sua oração respondida – o Senhor lhe acrescentou mais 15 anos. Mas precisamos entender que essa sobrevida dada pelo Senhor possui dois fundamentos: 1º) ela já constava nos planos de Deus para a vida de Ezequias, e 2º) foi motivada pela atitude de mudança de comportamento do rei. Não foi porque o Senhor teve pena de Ezequias. Não foi o Senhor que alterou seus planos, foi Esequias que mudou de postura ao arrepender-se de seus pecados e pedir misericórdia ao Senhor. Nossa oração não convence o Senhor a fazer algo que Ele não faria caso não orássemos.

Não podemos jamais desconsiderar a vontade do Senhor e os seus planos. Segundo afirmou nosso Senhor Jesus, a vontade de Deus deve prevalecer em nossas vidas, assim como prevalece no ambiente celestial (Mateus 6:10). O apóstolo Paulo orientou os irmãos efésios para que se esforçassem em compreender a vontade de Deus, e afirmou que não entender a vontade do Senhor é ser insensato: “Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor” (Efésios 5:17). O irmão Vagner Barbosa asseverou que “a preocupação de quem ora deve ser a de procurar harmonizar sua própria vontade e sua oração com a vontade de Deus” – este é o desafio para cada um de nós.

Em terceiro lugar, não devemos orar apenas por coisas que não sabemos. Devemos orar por coisas que nos são óbvias. Devemos orar pela vinda de Cristo, por exemplo. É o que o apóstolo João registrou em Apocalipse 22:17,20: “O Espírito e a noiva dizem: Vem!”; “Amém! Vem, Senhor Jesus!”. A expressão “Maranata” trata-se de uma oração. Orar mencionando as promessas objetivas das escrituras e lembrando os atos poderosos de Deus é animador e encorajador. Na oração do Pai Nosso o Senhor Jesus nos ensina a orar pedindo a Deus que o seu reino seja implantado (Mateus 6:10). Orar pela realização do cumprimento das doutrinas bíblicas em nossa vida faz esquecer nós mesmos e pensarmos especificamente em Deus e sua grandeza. Todavia, não devemos nos apossar de promessas bíblicas que já tiveram seu cumprimento ou que são específicas a um acontecimento histórico.

Em quarto lugar, existem certos acontecimentos que o Senhor nem permite nem proíbe, e orar por cada um deles demanda grande atividade mental. Por exemplo, orar para trocar de casa, mudar de emprego, comprar um determinado carro, fazer uma prova de concurso, etc. São decisões que estão unidas a um conjunto de disciplinas coletadas e experimentadas ao longo da vida do indivíduo e que o Senhor pode muito bem não fornecer nenhum tipo de resposta ou algum sinal. Nem por isso não podemos orar por essas coisas. Só não podemos ficar atribuindo todos os mínimos detalhes das nossas decisões ao Senhor, pois pode ser que nossas decisões podem se mostrar equivocadas no futuro, e como atribuir esse mal resultado a um Deus sábio e perfeito.

Por ultimo, há propósito na oração. Ela é um meio deixado pelo Senhor para a concretização dos seus planos. Mas temos que ser sábios e sensatos. Quando o Senhor diz “sim” ou “não” as nossas orações é porque essa resposta já constava nos seus planos. Deus não muda o que ele decretou. Se você é daqueles que imagina o Senhor somente aprovando suas orações e respondendo todas como você quer, cuidado! Você pode ficar desapontado. Não temos soluções para alguns de nossos dilemas, sinto muito em lhe dizer isso. O Senhor há muito tempo atrás deixou bem claro por meio do profeta Isaías (55:8, 9) o seguinte: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos”.


Com amor, 

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