Aniquilando a
Verdade Bíblica
Muitos grupos religiosos como os
adventistas do Sétimo Dia acreditam que quando o homem morre, ele fica
inconsciente, não percebendo o que se passe ao seu redor. Porém, a Bíblia não
ensina a doutrina do “aniquilacionismo”, vulgarmente chamada de “sono da alma”.
O fato de que a alma dos cristãos vai imediatamente para a presença de Deus
também significa que a doutrina do sono da alma está errada. Essa
doutrina ensina que quando os cristãos morrem, eles entram em um estado de
existência inconsciente e que voltarão à consciência somente quando Cristo
voltar e ressuscitá-los para a vida eterna. Ela tem sido ensinada
eventualmente por alguns na história da igreja, inclusive alguns anabatistas
da época da Reforma e alguns seguidores de Edward Irving na Inglaterra no
século XIX. Na verdade, um dos primeiros escritos de João Calvíno foi um
folheto contra tal doutrina, a qual nunca teve ampla aceitação na igreja.
Encontra-se geralmente apoio para a
doutrina do sono da alma no fato de que a Bíblia fala diversas vezes do estado
de morte como “dormir” ou “adormecer” (Mt 9.24; 27.52; Jo 11.11; At 7,60;
13.36; I Co 15.6, 18, 20, 51; I Ts 4.13; 5.10). Além disso, alguns textos
bíblicos parecem ensinar que os mortos não estão conscientes (veja Sl 5.5;
115.17 [veja porém o v. 18!]; Ec 9.10; Is 38.19). Mas quando as Escrituras
falam da morte como “dormir” trata-se apenas de uma metáfora usada para indicar
que a morte é apenas temporária para os cristãos, como é temporário o sono.
Isso é visto claramente, por exemplo, quando Jesus fala a seus discípulos sobre
a morte de Lázaro.Jesus diz: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para
despertá-lo» João 11.11). Devemos notar que Jesus não diz aqui que alma de
Lázaro adormeceu, nem qualquer texto bíblico de fato afirma que a alma de
alguém está dormindo ou inconsciente (declaração necessária para provar a
doutrina do sono da alma). Em vez disso Jesus diz apenas que Lázaro adormeceu.
João prossegue, explicando: “Jesus, porém, falar; com respeito à morte de
Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus
lhes disse claramente:Lázaro morreu” (Jo 1.13, 14). Os outros versículos que
falam sobre dormir após a morte são igualmente metáforas que ensinam que a
morte é temporária.
Já os textos que indicam que os
mortos não louvam a Deus, ou que a atividade consciente cessa depois da morte,
devem ser entendidos da perspectiva da vida nesse mundo. De nossa perspectiva,
uma vez que pessoa esteja morta, ele não se envolve mais com atividades como
essas. Mas o salmo 115 apresenta a perspectiva bíblica plena sobre essa
posição. O texto diz: “Os mortos não louvam o Senhor, nem os que descem à
região do silêncio”. Prossegue, porém, no próximo versículo com um contraste
indicando que aqueles que crêem em Deus bendirão o Senhor para sempre: “Nós,
porém, bendiremos o Senhor, desde agora e para sempre. Aleluia!” (SI
115.17-18).
Finalmente, os versículos citados
acima que mostram que a alma dos cristãos vai imediatamente a presença de Deus
e desfruta da comunhão com ele ali (2Co 5.8; Fp 1.23; Hb 12.23)
indicam todos que o cristão tem consciência e comunhão com Deus imediatamente
após a morte. Jesus não disse: “Hoje já não terás mais consciência de nada que
esta acontecendo”, mas sim “Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43). Certamente o conceito
de paraíso naquela época não era de existência inconsciente mas sim de
existência de grande bênção e de regozijo na presença de Deus. Paulo não disse:
“Tenho o desejo de partir e ficar inconsciente por muito tempo”, mas sim “tenho
o desejo de partir e estar com Cristo” (Fp 1.2 3) — e sem dúvida ele
sabia que Cristo não era um Salvador inconsciente, adormecido, mas sim alguém
que está vivo, ativo e reinando no céu. Estar com Cristo era desfrutar a bênção
da comunhão da sua presença, e é essa a razão por que partir e estar com ele
era incomparavelmente melhor (Fp 1.23). Foi por isso que ele disse: “Preferindo
deixar o corpo e habitar com o Senhor” (2Co 5.8).
O fato de Hebreus 12.1 afirmar que “temos
a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas”, logo depois de gastar um
capitulo inteiro falando sobre a fé dos santos do Antigo Testamento, já mortos
(Hb 11), e o fato de o autor do livro incentivar-nos a correr a corrida da vida
com perseverança porque estamos rodeados por essa grande nuvem de testemunhas,
sugerem ambos que aqueles que morreram e já partiram têm alguma consciência do
que está acontecendo na terra vede Apocalipse 6:9. A Bíblia fala muito pouco sobre
isso, provavelmente porque ela não quer que falemos com os que morreram nem que
oremos a eles, nem que tenhamos algum contato com eles (observe o grande pecado
de Saul nessa área em I Sm 28.7.25). No entanto, Hebreus 12.1-2 faz essa
insinuação, provavelmente como incentivo para que permaneçamos também fiéis a
Deus, como o foram aqueles que morreram e partiram para o céu antes de nós. De
maneira semelhante, no fim de Hebreus 12, o autor nos diz que quando adoramos a
Deus, entramos na sua presença, no céu, e não chegamos aos “espíritos dos
justos adormecidos em estado inconsciente” mas “a incontáveis hostes de anjos,
e à universal assembléia e igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a
Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados, e a Jesus, o
Mediador da nova aliança” (Hb 12:22-24).
Apocalipse 6.9-11 e 7. 9-10 também
mostram claramente as almas (ou espíritos) dos mortos que foram para o céu
orando e adorando a Deus: “Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó
Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos
que habitam sobre a terra?” (46.10). E eles foram vistos «em pé, diante do
trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas
mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no
trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” (Ap 7. 9-10). Todos esses versículos
negam a doutrina do “aniquilacionismo” ou “sono da alma”, pois deixam claro que
a alma do cristão experimenta comunhão consciente com Deus no céu imediatamente
após a morte.
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