Por Gilson Barbosa
Não é este o copo em que bebe meu senhor e pelo qual bem adivinha? Procedestes mal no que fizestes. (Gênesis 44:5)
Um dos maiores desejos do ser humano é
saber o que acontecerá no futuro. É justamente esse o motivo que tem levado
estudiosos e curiosos a se debruçarem sobre todo o tipo de pesquisas que
satisfaça o seu ego. E, por conta disso, fazem uso de todas as formas de
adivinhações, feitiçarias, encantamentos, etc. É comum a estas utilizarem
artifícios como água, cartas, bolas de cristal, moedas, borras de café e até
entranhas de animais para conseguir seu intuito.
Alguns dizem que José, no Egito,
adivinhava pela água ou objetos líquidos, simplesmente pelo fato de o texto de
Gênesis 44:5 dar a entender que ele adivinhava por meio da taça (copo) que fora
colocado em um dos sacos de alimentos de seus irmãos.
Se isso ficasse comprovado, poder-se-ia
dizer que José não interpretava os sonhos por intermédio de Deus, mas, sim, por
meio de práticas ocultistas e espíritas. Mas seria isso possível, visto que
José servia a um Deus que condenava as práticas ocultistas? Não seria isso uma
contradição? Obviamente que sim. Algumas perguntas iniciais em oposição a esta
questão seriam: Todas as práticas divinatórias são 100% corretas? Todas se
cumprem? São aprovadas pelo Deus verdadeiro?
Independente de se constatar os acertos
ou os enganos nas adivinhações, a Bíblia condena veementemente a prática
divinatória: “Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não
aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre ti não se
achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador,
nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; Nem encantador, nem quem
consultem a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; Pois
todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o
SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti” (Deuteronômio 18:9-12).
Conforme atesta Bruce K. Waltke a lei
proibia tais práticas porque representavam uma visão pagã do mundo (cosmovisão
pagã) de que forças espirituais das trevas, não o Deus que guarda a aliança com
Israel, governavam o mundo, e o Deus imutável e ético odeia tal visão do mundo
e suas práticas. É impossível que José não soubesse desse fato.
Também fizeram passar pelo fogo a seus
filhos e suas filhas, e deram-se a adivinhações, e criam em agouros; e
venderam-se para fazer o que era mau aos olhos do SENHOR, para o provocarem à
ira. (2 Reis 17:17)
Não comereis coisa alguma com o sangue;
não agourareis nem adivinhareis. (Levítico 19:26)
Os profetas do Antigo Testamento eram
considerados capazes e ungidos por Deus para revelarem sua Palavra. No entanto,
só prediziam sobre o futuro no sentido de conclamar o povo hebreu ao
arrependimento. Pelo contexto da história, o que fica evidente é a intenção de
José para com seus irmãos de se fazer conhecido deles, porque, devido à sua
separação no passado, não o reconheciam mais, e nem ao menos poderiam descobrir
que José estava vivo (Gênesis 37:1-36; 39:1 – 44:5). Sendo assim, José teria de
adotar estratégias para que pudessem saber que o novo governador do Egito ele
era próprio.
A adivinhação era costume habitual entre
os egípcios, o que não implica necessariamente atestar que José fazia uso de
tais práticas. A Bíblia nos informa que as revelações de José provinham tão
somente de Deus. Note o que José disse aos dois oficiais de Faraó: “E eles lhe
disseram: Tivemos um sonho, e ninguém há que o interprete. E José disse-lhes:
Não são de Deus as interpretações? Contai-mo, peço-vos” (Gênesis 40:8). Igualmente,
quando Faraó indagou a José sobre o sonho que teve, ele não recorreu nem
mencionou que faria a interpretação por meios líquidos ou algo semelhante,
antes, invocou a Deus: “E respondeu José a Faraó, dizendo: Isso não está em
mim; Deus dará resposta de paz a Faraó” (Gênesis 41:16).
Após a descoberta de que o copo estava
no saco de mantimento de Benjamim, o irmão mais novo, (Gênesis 44:12) Judá apresentou
sua defesa e confessou que o Senhor, por meio da história, não do copo,
desvendou a culpa deles: “Então disse Judá: Que diremos a meu senhor? Que
falaremos? E como nos justificaremos? Achou Deus a iniquidade de teus servos;
eis que somos escravos de meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mão foi
achado o copo” (Gênesis 44:16). José os colocou em teste novamente. Seriam capazes
de abandonar seu irmão mais novo, como fizeram com seu outro irmão, José?
Diante do Senhor a adivinhação por meio
de um líquido num copo não tem validade alguma ou algum poder. É contraditório o Senhor
legitimar uma prática que ele próprio condenou em sua Palavra. Logo, podemos
ser taxativos em afirmar que José não adivinhava nem praticava artes
divinatórias. Ao contrário, Deus o premiou com tal capacidade. Na verdade
tratava-se de um ardil de José preparando o “terreno” para a reconciliação com
seus irmãos.
ResponderExcluirInvitación - español
Soy brasileño.
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para ti, un abrazo desde Brasil.
www.josemariacosta.com