sábado, 21 de maio de 2011

O CULTO GENUÍNO

Por Gilson Barbosa
Tem muita gente, no meio evangélico, confundindo culto cristão com culto pagão. Sal grosso, rosa ungida, cajado de Moisés, troca de anjo, entre outras barbaridades, não são elementos cristãos e em hipótese alguma deveria fazer parte do culto cristão. Aliás, a meu ver, as igrejas que agem dessa forma estão muito distantes do autentico cristianismo – humanamente, não sei como Deus irá julgar essas igrejas! Urge reiterar o que Jesus disse à igreja em Éfeso: “Recorda-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras” (Ap 2.5). Sei que é difícil, mas não impossível, que essas igrejas, divorciadas do genuíno cristianismo, retornem às primeiras práticas cristãs, no culto.
Já outros crentes têm distorcido o sentido de culto cristão pensando se tratar este de megaeventos denominacionais, festividades evangélicas, encontros de lideranças, apresentações musicais, exibição de pregadores “renomeados” entre outros. Porém, nada desses fatores representam essencialmente o culto cristão.
Na lição dessa semana estudaremos sobre o procedimento e a natureza de um culto notadamente pentecostal. É pela prevalência atual das línguas estranhas e dos dons espirituais que denominamos de culto pentecostal, porém entendo que nossos irmãos tradicionais cultuam genuinamente a Deus, mesmo não tendo línguas e nem dons espirituais, de maneira correta. A discussão fica reservada a contemporaneidade das línguas e dos dons espirituais, como elementos do culto cristão.
Definições etimológica de “culto”
Latréia, Latreuo, Latréueis – O erudito W.E. Vine informa que latreuo, é primariamente “trabalhar por aluguel” (cognato de latris “empregado contratado”). São expressões gregas que significam “adorar”, “servir”. É usado acerca do serviço a Deus em Mateus 4.10 quando Jesus diz a Satanás “Ao Senhor teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto”. A palavra culto, no texto grego – nesse versículo – é latreuseis (latreuseis). “Kurion ton Teon sou proskuneseis, kai autow monw latreuseis”.
DiakoneuoSignifica “auxiliar, ministrar”, “prestar qualquer tipo de serviço”. Nosso Senhor Jesus Cristo mostrou toda a sua humildade, com respeito a sua dedicação aos outros, quando disse: “Pois quem é maior: o que está à mesa, ou o que serve? Não é o que está à mesa? Mas eu estou entre vocês como quem serve” (Lc 22.27 – NVI). A palavra “servir”, nesse versículo, é diakonon (diakonwon).
TherapeuoSignifica principalmente “servir como therapon, assistente”; então “cuidar dos doentes, tratar, curar, sarar”. O terapeuta era aquele prestava “serviço voluntário, sem remuneração; geralmente exercido na área carita-tiva ou no serviço público, mas sempre de cunho social. O ‘therapeuta’ era livre para ‘doar’ o seu trabalho como expressão de amor fraternal e comunitário”.
Huperetes – “remador [da fileira] de baixo” (formado de hupo, “debaixo de”, e eretes, “remador”). Segundo W.E.Vine denota “qualquer subordinado que age sob a direção de outrem”. Era “o serviço de remador; remar como escravo sob comando imperativo do administrador da embarcação”. Huperetes é usado em Lucas 4.20 com referência ao assistente de serviço da sinagoga: “E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele”.
Enfim, todos estes termos denotam ou conotam a essência do culto cristão, que é “servir”. Portanto, quando nos reunimos na igreja para cultuar a Deus, na verdade, estamos prestando um serviço à Ele. Nós, crentes, não somos o objeto do culto, mas apenas agentes. Por isso, é errado hoje em dia cultos que enfatizam o ser humano acima da adoração a Deus – é o antropocentrismo em contraposição ao teocentrismo.
Definição teológica
Uma definição diz que “à palavra culto automaticamente vem ligada a ideia de louvor, reconhecimento, ações de graça; isto porque é impossível tributar-se culto divino a alguém ou a algum tipo de divindade, quando não se tem motivo para fazê-lo”.
Claudionor de Andrade nota que “o culto é o momento de adoração que tributamos a Deus; marca o encontro do Supremo Ser com seus adoradores. Eis porque, durante o seu transcurso, cada membro da congregação deve sentir-se e agir como integrante dessa comunidade de adoração – a Igreja de Cristo.
O Rev. Onézio Figueiredo, diz que é “serviço prestado a Deus pelo salvo e pela comunidade em todas as atividades vitais e existenciais. Servir é a condição essencial do servo. No primeiro caso, trata-se da atividade constante do real servidor de Deus, que o serve de dia e de noite com sua vida, testemunho, profissão e adoração. No segundo, tem-se em vista a liturgia comunitária, a adoração dos irmãos congregados, o ser e a voz da Igreja”.  

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