Por Gilson Barbosa
É interessante notar que enquanto nos países de origem a importância dessa festa diminuiu e arrefeceu, no Brasil ela parece estar apenas começando. Será que é devido à expansividade cultural do brasileiro? Seria sua característica festiva, criativa e alegre? Ou seria interesses financeiros das grandes empresas que lucram patrocinando o carnaval brasileiro? Ou ainda seria a "banalização" e irresponsabilidade do brasileiro face ao trabalho? O feriado carnavalesco trás lucros a que segmento de empresa? Não sei bem qual seria a resposta correta.
Não podemos negar o caráter cultural e folclórico do carnaval, mas, para nós cristãos é bom saber que o carnaval é uma festa pagã. Historiadores nacionais concordam que o carnaval teve origem primeiro no Egito, quando o povo saia de suas casas para comemorar as colheitas. Depois o carnaval sofreu evolução com os gregos e romanos. A enciclopédia Britânica do Brasil informa o seguinte quanto à origem:
Quanto à origem, o carnaval também é objeto de controvérsia: frequentemente tem sido atribuído a evolução e à sobrevivência do culto de Isis, das bacanais, lupercais e saturnais romanas, dos festejos em honra de Dionísios, na Grécia, e até mesmo às festas dos “inocentes”, e dos “doidos” na Idade Média, as quais, mediantes sucessivos processos de deformação e abrandamento, teriam originado famosos carnavais dos tempos modernos, como os de Nice, Paris, Veneza, Roma, Nápoles, Florença, Colônia e Munique. Mas seja qual for sua origem, o certo é que o carnaval já era encontrado na Antiguidade clássica, e mesmo pré-clássica, com suas danças barulhentas, suas máscaras e licenciosidade, traços que seriam mantidos praticamente até hoje.
Apesar de não concordar com as festas carnavalescas, a Igreja Católica Romana “cristianizou” a festa incorporando-a no calendário litúrgico. Devido a forte influencia que essa festa carnavalesca pagã teve ao povo romano, ao invés de censurá-la a igreja romana atribuiu-lhe características católicas. A essa transculturação discorda a revista Defesa da Fé:
A tentativa da Igreja Católica Romana na cristianização do carnaval e a sua atual justificativa é inconsequente, infeliz e irresponsável. Não existe uma referencia bíblica sequer favorável ao seu argumento. Pelo contrário. Existe todo um contexto explicitamente contrário a essa manifestação popular. Todos os especialistas cristãos sabem muito bem quando devem aplicar a transculturação cristã em determinada manifestação cultural (como por exemplo, o Natal, período em que ocorre a mudança do objeto de culto e a extirpação total da velha ordem, transformação das simbologias e referencias). Sabem também quando à determinada comemoração popular é impossível aplicar quaisquer processos de cristianização.
Somente no Brasil a época da festa é padronizada. Em outras nações, onde o carnaval é comemorado, a data é alternada. Segundo a Enciclopédia Mirador
O carnaval é uma série de folguedos populares promovidos habitualmente nos três dias anteriores ao inicio da Quaresma.
A Quaresma são os quarenta dias que vão da quarta-feira de cinzas ao domingo de páscoa. O carnaval acontece nos três dias que antecedem a quarta-feira. No Brasil há flexibilidade nas festas, pois, as escolas de samba e blocos carnavalescos começam a desfilar no sábado, portanto, no Brasil (São Paulo e Rio de Janeiro) temos quatro dias de comemorações.
No período da quaresma inicia-se a abstenção de carne, imposta pela Igreja Romana. A revista apologética Defesa da Fé informa o seguinte:
A palavra carnaval deriva da expressão latina carne levare, que significa abstenção de carne. Este termo começou a circular por volta dos séculos XI e XII para designar a véspera da quarta-feira de cinzas, dia em que se inicia a exigência da abstenção de carne, ou jejum quaresmal. Comumente os autores explicam que este nome a partir dos termos latim tardio carne vale, isto é adeus carne, ou despedida da carne; esta derivação indicaria que no carnaval o consumo de carne é considerado lícito pela ultima vez antes dos dias de jejum quaresmal.
A incoerência lógica está no fato de enquanto há conselhos a abstenção da alimentação de carne, praticando-se assim uma “categoria” de jejum, é nesta época onde a natureza carnal humana mais se sobressai dando asas a libertinagem imoral. Adolescentes engravidam irresponsavelmente, jovens se embriagam causando confusões nas festas, encomendas de grandes quantidades de drogas especialmente para atender a demanda nesse período, enorme aparatos de segurança pública são exigidas para manter a ordem nas festas, alta somas de dinheiro público são injetados nas comemorações. Tudo isso tem trazido mais prejuízos do que benefícios à sociedade. A geração de emprego como justificativa para a promoção do carnaval é fictícia. Muitos trabalhadores são contratados apenas temporariamente nas festas, por exemplo, como seguranças, para operarem aparelhagem de som e carros de sons. É dispensada uma grande quantidade de funcionários públicos, entre os quais preferiam estar com suas famílias ou em viagens. O vídeo abaixo, sob a ótica de pessoa não cristã, atesta o que escrevi acima.
Assim como as antigas festas pagãs, o carnaval de hoje sobrevive e prossegue promovendo todos os elementos que contrariam o mandamento bíblico: “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus (Gl 5.19-21). O cristão não deve jamais pensar em admitir o carnaval como algo que não lhe traga prejuízo espiritual. Se alguém entre os crentes se regozija com esse tipo de festa mundana deve seriamente avaliar sua regeneração, pois a Bíblia afirma que esse procedimento não faz parte da nova vida em Cristo: “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (Ef 2.1-3).
Em Cristo,
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