segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O CRENTE CALVINISTA NÃO ORA?

hands folded in prayerful bible studyAmigo leitor: antes de ler a postagem preste atenção na letra do hino (Hinário Novo Cântico, hino 128) abaixo:

Preciosas são as horas, na presença de Jesus!
Comunhão deliciosa da minha alma com a luz
Os cuidados deste mundo não me podem abalar,
Pois é ele o meu abrigo quando o tentador chegar. (bis)

Ao sentir-me rodeado de cuidados terreais,
Irritado e abatido, ou em dúvidas fatais,
A Jesus eu me dirijo nesses tempos de aflição;
As palavras que ele fala trazem paz consolação. (bis)

Se confesso meus temores, toda a minha imperfeição,
Ele escuta com paciência essa triste confissão.
Com ternura repreende meu pecado e todo o mal;
É Jesus o meu Amigo, o melhor e o mais leal. (bis)

Se quereis saber quão doce é a divina comunhão,
Podereis mui bem prová-la e tereis compensação.
Procurai estar sozinhos em conversa com Jesus,
Provareis na vossa vida o poder que vem da cruz. (bis)

Algumas pessoas mal informadas atribuem ao pensamento doutrinário dos calvinistas inúmeras caricaturas. Entre elas está a oração. Na opinião de muitos irmãos, os calvinistas não oram. Outros imaginam que suas orações são ineficazes, já que enfatizam a soberania de Deus e Seus decretos eternos.  

O primeiro ponto é que a oração não é uma preferencia teológica e nem propriedade desta ou de outra denominação. A oração é uma doutrina bíblica. O que muitos confundem é que calvinistas são discretos no uso da oração no culto público, mas são incentivados a orar em todo o tempo – seguindo a recomendação paulina (I Tessalonicenses 5:17).  Num culto presbiteriano, por exemplo, você observará que há várias orações intercaladas. São feitas orações de gratidão, de confissão de pecados, de intercessão, de súplica, etc. Mas a oração não é enfeite litúrgico nem para servir de uso exclusivo para o culto público. Devemos orar sempre.

O Reverendo Hernandes Dias Lopes comentando I Tessalonicenses 5:17 afirma que os “crentes devem viver em tal comunhão com Deus que a oração, quer falada, quer silenciosa, sempre seja fácil e natural para ele. O cristão não está confinado a alguns horários fixos de oração, mas pode orar em qualquer tempo e em todos os lugares”. Não importa se você ora muito bem no culto se sua vida devocional íntima com o Senhor é inexistente.

O segundo ponto é que o fato de Deus ser Soberano e ter decretado todas as coisas não inutiliza a eficácia e o poder da oração. O teólogo Franklin Ferreira aponta em sua Teologia Sistemática que na aplicação da vontade de Deus a Bíblia faz três distinções: a vontade decretativa, a vontade permissiva e a vontade preceptativa. Mas podemos orar com eficácia com base nesta liberdade da vontade de Deus. Devemos orar para que aquilo que Deus decretou na eternidade se cumpra. Por exemplo: não oramos pela vinda de Cristo? Devemos orar intercedendo por pessoas ímpias – não oramos pelo governo mesmo ele estabelecendo leis ímpias e estando naufragado em tantas corrupções? Devemos orar, pois é o desejo de Deus que sejamos justos e tenhamos comunhão com Ele.

O fato é que o mesmo Deus que decretou o fim decretou também que um dos meios utilizados para alcançar Seu objetivo seja a oração. A oração não muda a vontade de Deus. Até mesmo irmãos arminianos piedosos e tementes a Deus, tal como o pastor Elinaldo Renovato, entende implicitamente assim. Ao comentar sobre a terceira petição da Oração do Pai Nosso ele disse: “Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu”. Temos aqui a oração típica de quem é servo, que não tem vontade própria, e submete-se incondicionalmente a seu Senhor”’ (Lições Bíblicas – lição 5: Jesus e a oração).

O pastor Augustus Nicodemus no seu artigo sobre oração  disse uma frase que não deve ser interpretada fora do seu contexto: “Orações não geram realidades espirituais e nem engravidam a história”. Ele não quer dizer que não devemos orar, nem que a oração é inútil, nem que não devemos buscar o poder do alto. Sua fala refere-se aos adeptos da teologia da prosperidade que pensam que há uma dimensão espiritual que Deus legalmente reservou aos crentes. Para conquistar as bênçãos terrenas basta trazer esta realidade espiritual para a esfera material. Isso acontece por meio de palavras tais como “decreto isso, declaro aquilo, etc”.

Precisamos orar. Mas temos de fazê-lo com sabedoria teológica estabelecendo como fundamento o Senhor da história. Nem no plano familiar nós sempre atendemos as vontades dos nossos filhos ou cônjuges. Quanto mais o Eterno Deus. Isso nos impede de intercedemos pelos enfermos, pelos desempregados, pelos que estão aflitos, pelos enlutados, pelos acometidos de tragédia? Não. Na oração encontramos alívio, paz, segurança e comunhão com o Rei do Universo.  

Em Cristo,

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3 comentários:

  1. Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor

    Ivone Boechat (autora)


    A felicidade de qualquer nação depende, fundamentalmente, do reconhecimento da soberania de Deus e a influência que Ele passa a exercer sobre as pessoas, sobre as famílias e todas as instituições. Quando se buscam deuses falsos ou quando não se cultua a nenhum deus, quando a Palavra de Deus e as suas Leis não têm lugar de adoração e destaque na vida da sociedade, ela perece entregue aos vícios, à depressão, à infelicidade.Uma nação se constrói no alicerce da fé. Cada cidadão bem orientado, com uma base sólida de educação, vai ajoelhar-se, aos pés de Cristo, buscando a comunhão com Deus. Porque “Os céus manifestam a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos” Sl 19:1. Ninguém é insensível à majestade divina, quando lhe apontam para a grandeza do Seu poder.
    Feliz é a nação que “instrui ao menino no caminho em que deve andar” Pv 22:6.
    Feliz é a nação, onde a juventude “Lembra-se do Seu criador nos dias da sua mocidade. Ec.12:1.
    Feliz é a nação, onde os “príncipes ensinam aos anciãos a sabedoria…” Sl 105:22.
    Feliz é a nação que atende aos profetas de Deus, pois suas palavras são “…como uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações” II Pe 1:19.
    Feliz é o cidadão que reclina sua fronte nas sagradas escrituras, porque “seca-se a erva e murcha a flor, mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente” Is 40:8.
    Feliz é o homem que “anda pelo caminho da retidão, no meio das veredas da justiça” Pv.8:20.

    A humanidade clama pela presença do Deus vivo, fiel, justo, capaz de transformar as tristezas desta civilização decadente numa geração eleita, confiante.

    Cada família pode se apresentar como agência do bem, responsável por seus filhos, vigilantes da paz.
    O homem foi criado para viver feliz, serenamente, entre as flores do imenso jardim do Universo – único verso divino, ritmado na cadência de vozes angelicais e nas bênçãos que o Pai das luzes derrama sobre seus filhos.
    Feliz é a nação que se esforça para caminhar debaixo da potente mão do Senhor e reconhecer que, desde a antiguidade, “O povo que andava em trevas viu uma grande luz; e sobre os que habitavam na terra de profunda escuridão resplandeceu a luz”. Is 9:2.

    http://jornalgospelnews.com.br/2010/09/28/feliz-e-a-nacao-cujo-deus-e-o-senhor/

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  2. Calvinista na teoria, arminiani na prática. Não é mesmo?

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