Por Matthew J. Slick
Basicamente, o relativismo é a posição filosófica em que todos os pontos de vista são tão válidos quanto quaisquer outros. Há um grande problema nisso. A seguir, faremos uma pequena ilustração para demonstrar o porquê.
O contexto
Um ladrão está sondando uma joalheria a fim de roubá-la. Ele entra para checar se há algum alarme visível, fechaduras etc. Nesse processo, ele inesperadamente se vê envolvido em uma conversa com o proprietário da joalheria, cujo passatempo é o estudo de filosofia e acredita que a verdade e a moral são relativas. Veja o diálogo seguinte em que P é o proprietário e L, o ladrão.
P: Então, caro cliente, tudo é relativo. É por isso que acredito que toda a moral não é absoluta e que o certo e o errado são conceitos que o indivíduo deve determinar dentro dos limites da sociedade. Mas não há um certo ou errado absoluto.
L: É uma perspectiva muito interessante. Eu entrei nesta loja acreditando que existia um Deus e que existia certo e errado, mas agora, depois de ouvi-lo, abandonei tudo isso e concordo que não existe um certo ou errado absoluto e que nós somos livres para fazer o que queremos.
O ladrão deixa a loja e volta à tarde para assaltá-la. Desarma os alarmes e travas e está no processo de roubar a loja. Nesse momento, entra o proprietário por uma porta lateral. O ladrão saca a arma (o local está escuro).
P: Não atire em mim. Por favor, pegue o que quiser e me deixe em paz.
L: É exatamente isso que eu pretendo fazer.
P: Espere um pouco. Você é o homem que estava na loja hoje cedo. Eu reconheço sua voz.
L: Isso é muito ruim para você, porque agora você também sabe quem sou eu e como não quero ir para a cadeia, vou ter de matá-lo.
P: Você não pode fazer isso!
L: Por que não?
P: Porque não é certo — implora o homem desesperado.
L: Mas você não me disse hoje cedo que não há um certo e errado?
P: Sim, mas eu tenho uma família, filhos que precisam de mim e uma esposa.
L: E daí? Como não há certo ou errado absoluto, não faz diferença se eu mato ou não você.
P: Mas é um crime contra a sociedade me matar.
L: Isso é errado porque a sociedade diz que é. Eu não reconheço o direito da sociedade impor moralidade sobre mim. Tudo é relativo. Lembra-se?
P: Por favor, não atire em mim. Eu lhe imploro. Eu prometo não contar para ninguém quem você é. Eu juro!
L: Desculpe, mas isso não pode ser verdade. Se eu deixar você viver e sair, você quebrará sua promessa, porque isso tudo é relativo. Não há chance de confiar em você. Nossa conversa esta manhã convenceu-me que você acredita que tudo é relativo. Por causa disso, eu não posso crer que você irá conservar sua palavra.
P: Não! Por favor, não atire em mim. Eu lhe imploro.
L: Implorar não faz diferença... BANG!
Se o relativismo é verdadeiro, então é qual o problema em puxar o gatilho?
Talvez, alguém possa dizer que é errado tirar a vida de outra pessoa sem necessidade. Mas por que seria errado se não há um padrão de certo ou errado?
Outros podem dizer que é um crime contra a sociedade. Mas... e daí? Se o que é verdade para você é simplesmente verdade, então qual é o erro em matar alguém para se proteger depois de roubá-lo? Se for verdade para você que para se proteger você deve matar, então quem se importa com o que a sociedade diz? Por que alguém seria obrigado a se conformar com as normas sociais? Agir assim é uma decisão pessoal.
Embora nem todos os relativistas ajam de maneira não-ética, podemos enxergar no relativismo uma contribuição para a anarquia geral. Por quê? Porque é uma justificação para fazer o que quiser.
* Adaptado do Christian Apologetics & Research Ministry
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