Para que o
cristão tenha uma vida de santificação e repleta de grandes realizações, é
necessário que esteja ativo nele o fruto do Espírito. Por definição, fruto do
Espírito são as virtudes e manifestações do Espírito Santo na vida e
personalidade do cristão.
É significante
atentar que o fato de ser “fruto” (singular), e não “frutos” (plural), do
Espírito remete à necessidade de que todas as virtudes e manifestações devem
ser únicas e total, fazendo do cristão uma pessoa completa com estas virtudes,
ou seja, não basta ter algumas destas qualidades, mas todas simultaneamente.
Vejamos:
“Mas o fruto
do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão, temperança” (Gl 5.22).
Caridade
Esta palavra
no grego é ágape, a essência do amor.
Não tem nada a ver com o amor humano, mas, sim, com o amor imutável, divino e
verdadeiro, a ponto de amar até o próprio inimigo:
“Pois, se
amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos
também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de
mais? Não fazem os publicanos também assim?” (Mt 5.46,47; grifo do autor).
“E, sobre tudo
isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3.14; grifo do autor).
Gozo
Do grego chara, é uma grande satisfação espiritual.
É estar alegre mesmo em tribulações:
“Retiraram-se,
pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados
dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus. E todos os dias, no templo e nas
casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo” (At 5.42; grifo
do autor).
“Grande é a
ousadia da minha fala para convosco, e grande a minha jactância a respeito de
vós; estou cheio de consolação; transbordo de gozo em todas as nossas
tribulações” (2Co 7.4; grifo do autor).
Paz
Do grego eirene, significa aquietar o coração, não estar ansioso. É manter a
calma e a tranqüilidade em meio às situações adversas:
“E a paz de
Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os
vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.7; grifo do autor).
“E o mesmo Deus
de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo,
sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus
Cristo” (1Ts 5.23; grifo do autor).
Longanimidade
Do grego makrothumia, significa paciência,
demorar-se em irar, tolerância e calma para enfrentar as adversidades:
“Tu, porém,
tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade,
amor, paciência” (2Tm 3.10; grifo do autor).
“O Senhor não
retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo
para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a
arrepender-se” (2Pe 3.9; grifo do autor).
“Rogo-vos,
pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes
chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade,
suportando-vos uns aos outros em amor” (Ef 4.1,2; grifo do autor).
Benignidade
Do grego khrêstotês,
é a disposição que a pessoa tem em seu caráter de querer bem a todos, e não magoar
ninguém:
“Revesti-vos,
pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade,
humildade, mansidão, longanimidade” (Cl 3.12; grifo do autor).
“Antes sede
uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos
outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32; grifo do autor).
Bondade
Do grego
agathôsunê, a bondade é quando alguém pratica o bem, ou seja, é o verdadeiro
amor colocado em prática:
“Então, enquanto temos tempo, façamos bem a
todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10; grifo do autor).
Fé
Do grego pistis, é confiar com fidelidade. É
tratar com honestidade, compromisso e fidedignidade:
“Porque nele
se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas
o justo viverá da fé” (Rm 1.17; grifo do autor).
“Ora, sem fé é
impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus
creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6; grifo do
autor).
Cabe lembrar
aqui que, embora a fé seja um aspecto muito importante do fruto do Espírito,
ela, porém, pode perder seu valor se não for acompanhada de obras sinceras:
“Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as
obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem
nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide
em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias
para o corpo, que proveito virá daí?” (Tg 2.14-16; grifo do autor).
Mansidão
Do grego pautes, não significa ter atitudes
inertes, mas é sujeitar-se a algumas situações, ainda que estas envolvam
atitudes enérgicas em certas ocasiões.
Podemos
enxergar este contexto no impasse entre Paulo e Marcos: “E Barnabé aconselhava
que tomassem consigo a João, chamado Marcos. Mas a Paulo parecia razoável que
não tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não
os acompanhou naquela obra. E tal contenda houve entre eles, que se apartaram
um do outro. Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. E Paulo,
tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos à graça de Deus” (At
15.37-39). Apesar desta pequena “contenda” inicial, podemos ver posteriormente
que não foi nutrido qualquer sentimento de cólera entre Paulo e Marcos, muito
pelo contrário: “Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque
me é muito útil para o ministério” (2Tm 4.11).
Como
observamos, a mansidão está inerentemente ligada ao exercício do ministério,
mormente, na evangelização: “Instruindo com mansidão os que resistem, a
ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade” (2Tm
2.25; grifo do autor).
Temperança
É também
chamada de domínio próprio. É a capacidade que a pessoa tem de se controlar. E
isto se refere a todo o tipo de controle: sobre os desejos, paixões, impulsos
etc:
“Porque todos
tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é
perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo” (Tg 3.2).
“Todas as
coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são
lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1Co 6.12).
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