Por Gilson Barbosa
Contudo, tenham cuidado para que o
exercício da liberdade de vocês não se torne uma pedra de tropeço para os
fracos. (I Coríntios 8:9)
No
texto acima nos é dito que o exercício da liberdade em Cristo pode se tornar
algo de escândalo e tropeço para os iniciantes na fé cristã. O contexto bíblico
refere-se a certos irmãos que comiam carne sacrificada a ídolos sem se preocuparem
com o prejuízo à fé dos que acreditavam verdadeiramente na existência de um
ídolo – aqueles que tinham acabado de sair do paganismo. O mesmo princípio pode
ser aplicado hoje, mormente a respeito dos abusos de alguns crentes quanto ao
exercício da liberdade em Cristo, em vários aspectos da vida.
O
objeto desta postagem é a rede social Facebook, poderia ser outra, mas, por ser
a mais popular no momento resolvi opinar sobre o uso dela pelos evangélicos. Por
sua própria natureza o Facebook se tornou algo como se fosse uma grande vitrine
expositora das entranhas humanas. Por meio dessa ferramenta se percebe como a
alma humana foi tão devastada pelo pecado. Ele proporciona que os diversos e múltiplos
temperamentos do ser humano seja algo que os demais participantes da rede saibam
e vejam. Obviamente, como é sabido da internet como um todo, ela pode ser usado
pelo indivíduo para o bem ou mal. Mas, por conta da inclinação da natureza
humana ao pecado, sabemos que o mal prevalece.
Entre
as muitas razões que motivam seu uso destaco: publicidade, propaganda, divulgação,
interatividade e diversão. Não há nada há de errado com estes elementos, se utilizado
com discrição e moderação. Porém, como não há possibilidades de criar regras
pessoais nem de controlar as aspirações pessoais o Facebook tem a função de servir
como um propagador das deficiências da alma humana (existem outros aspectos, porém
decidi propositalmente não mencionar).
E
se a rede serve para demonstrar a mácula da alma humana dos não regenerados,
não é diferente aos que professam a fé religiosa e cristã. Tratando
especificamente dos evangélicos a situação não é nada boa. Mas, o que tem me
incomodado nesses tempos é a superficialidade cristã com aparência de piedade. O
apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo alertara que nos últimos tempos muitos ocultariam
sua verdadeira identidade por meio da aparência de piedade, mas, no fundo não haviam
passado pela genuína experiência da salvação (II Timóteo 3:5).
Quando se olha nas mensagens deixadas nas páginas do Facebook tem-se à impressão da mais pura devoção piedosa ao Senhor, porém, não podemos esquecer que o Senhor vê o coração e não a “fachada” (I Samuel 16:7). Não adianta achar que o Senhor se impressiona com a aparência. Se não tivermos um real compromisso com Ele tudo não passa de palavras inúteis (Marcos 7:6).
No
léxico Aulete temos dois significados para a palavra superficialidade:
1
- Que não é profundo, que abrange apenas aspectos básicos de um assunto;
2
- Que supervaloriza coisas pouco importantes; que julga por aparências; que age
sem reflexão (pessoa superficial).
Como
há crentes superficiais no facebook! Em
primeiro lugar porque dedicam mais tempo a esta ferramenta do que aos meios
deixados por Deus para manutenção da nossa fé (oração e leitura da Bíblia, por
exemplo). Decorrente disso é possível detectar a razão do analfabetismo bíblico
e da superficialidade da fé cristã, da grande maioria. São feitos muitos apontamentos
individuais sem nexo ou ligação entre o que se vive e o que se deveria viver,
segundo a verdade do evangelho. É comum pessoas que vivem desordenadamente
dizendo coisas bonitas, mas mentirosas. Quer dizer, muitos não são nem regenerados,
mas, só porque participaram de um culto onde “Deus manifestou sua glória” pensam
ter o direito de avaliá-lo segundo o critério Divino. É como se Deus
contentasse com o todo o tipo de culto à revelia da santidade.
Em segundo lugar é visível à falta de amor ao próximo. Percebemos isso
quando crentes se envolvem em disputas pessoais, espirituais e denominacionais,
por exemplo. Aliás, é muito comum uma espécie de egolatria, ou até mesmo
narcisismo entre as pessoas. Influenciadas pela propaganda da filosofia relativista
o amor próprio tem assumido proporções idolátricas. É verdade que a Palavra do
Senhor nos orienta a amarmos nosso próximo como amamos a nós mesmos, mas isso
apenas significa que assim como ninguém deseja o mal a si mesmo, da mesma forma
não deseje o mal do seu próximo, mas ame-o (Mateus 22:39).
Em terceiro lugar, como efeito colateral do desleixo com a Escritura
Sagrada, é possível ler frases motivadoras de personagens religiosos e
pensadores que desprezaram (e desprezam) o autêntico evangelho cristão e a
pessoa de Jesus Cristo em suas obras. Crentes que citam frases de Chico Xavier
ou de Mahatma Gandhi, sem atentar para o tipo de fé que eles professavam –
ensinamentos que contrariam a fé ensinada por Cristo.
Em quarto lugar, alguns perderam o senso de privacidade e expõem negativamente
suas vidas, por meio de um exemplo indigno de um cristão. Na carta aos Efésios (5:11)
Paulo exorta aos crentes: “Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes,
exponham-nas à luz”. Há certas coisas que são próprias daqueles que andam nas
trevas. Por outro lado, como se fosse um livro aberto, deixam transparecer a
fase difícil que estão passando na vida material, psicológica e espiritual.
Para amenizar o sofrimento ou disfarçar a dor algumas pessoas postam versículos
bíblicos isolados ou frases criativas inventadas que servem para a própria satisfação
pessoal, mas ignoram os decretos estabelecidos por Deus em sua Soberania para
cada salvo.
Em quinto lugar, em alguns casos as imagens postadas e o que é escrito deixam
transparecer a falta de santidade. Há os (as) que declinam à sensualidade,
outros (as) exercitam certos tipos de brincadeiras, gozações e palavras chulas,
que se desagrada a nós, imagine ao Senhor. Estas coisas não podem fazer parte
do salvo regenerado em Cristo: “No passado vocês já gastaram tempo
suficiente fazendo o que agrada aos pagãos. Naquele tempo vocês viviam em
libertinagem, na sensualidade, nas bebedeiras, orgias e farras, e na idolatria
repugnante” (I Pedro 4:3).
Certamente
podemos usar o Facebook para realizarmos muitas coisas úteis, produtivas, e que
não ferem a prática da vida cristã. Igualmente, claro que há exceções
comportamentais, pois, nem todos se enquadram no que escrevi acima. Esta
reflexão serve de exortação a todos nós indistintamente. Quando você “bater
boca com seu irmão”, postar imagens sensuais ou perversas, fizer gozações com o
outro, utilizar do espaço para humilhar as pessoas, dizer palavrões ou falar
mal, se lembre de que esses atos te condenam como cristão, pois, o Facebook
expõe publicamente o que você realmente é nos bastidores.
No
amor de Cristo Jesus,
Graça e Paz
ResponderExcluirAmado do Senhor
É muito bom saber que há mais pessoas preocupadas com essa questão por vezes tive o desprazer de me deparar com comentários dignos de não ser repedidos, " Em minha opinião parte dessa responsabilidade são de alguns pastores que enfatizam mais a teoria da prosperidade que a pregação do evangelho a verdadeira mensagem da cruz, esquecida em tantos púlpitos que mais se parecem com palcos para apresentações pessoais."
Que Deus o recompense pela sua luta.
ATT
Seu irmão em Cristo
Cido