quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A ANGÚSTIA DAS DÍVIDAS (Subsidio EBD)


Por Gilson Barbosa

Estudaremos neste domingo (26/08) sobre cuidados que devemos ter com as dívidas e as implicações advindas delas. Mesmo com planejamento, disciplina e boa administração, as necessidades (o que preciso) são maiores do que os recursos (o que ganho). Notícias informam que o Brasil é o quarto país mais desigual em distribuição de renda da América Latina e Caribe. Isso significa pobreza mais acentuada e consequentemente mais dívidas. 
   
As dívidas podem ser previsíveis ou imprevisíveis. Suas causas são diversas: desemprego, falta de controle nos gastos, atraso de salário, redução de renda, aumento de despesas, doenças, consumismo, cartão de crédito, empréstimos a altos juros, dentre outras. O Jornal Hoje, em 16/08/2012, informou que quase 50% das famílias brasileiras comprometem o salário com dívidas. Desta forma fica muito difícil honrar um contrato realizado.   
  
A falta de observância de um contrato, parcial ou integral, é denominada de inadimplência – é quando a pessoa não consegue saldar suas dívidas. Os especialistas listam pelo menos sete consequências da inadimplência: nome inscrito em cadastros de restrição ao crédito como o SPC e Serasa, crédito restrito, juros sobre a dívida, ações judiciais e extrajudiciais, retomada do bem adquirido, penhora de bens e cobrança do avalista (no caso de haver avalista).

Tudo isso que foi relatado acima potencializa e realiza a angústia, preocupação e desespero nas pessoas. Lembro-me do momento de crise que passava uma viúva nos dias do profeta Eliseu. Diz o texto sagrado:

E UMA mulher das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao Senhor; e veio o credor, a levar-me os meus dois filhos para serem servos. (II Reis 4:1).

A mulher testemunhou com conhecimento do próprio profeta que seu marido “temia ao Senhor”, e que vindo a falecer deixou uma dívida para a família, a qual não tinha recursos para pagá-la. Não temos a informação bíblica de como aquele homem contraiu a dívida. Alguns dizem que este homem deveria ter poupado as economias para os momentos de crise. Não ouso julgá-lo como irresponsável por deixar a família numa situação precária e tensa. Caso ele fosse um agricultor e estivesse enfrentando a estiagem, por exemplo, como saldaria a dívida? Será que não poderia ter saldado sua dívida se não houvesse falecido? Como poderia quitar sua dívida se sua renda tivesse diminuído? Se se ele estivesse “desempregado”?

Se não fosse a provisão Divina a viúva teria perdido seus dois filhos, pois segundo o costume da época para compensar uma dívida seus filhos poderiam se tornar escravos (leia Êxodo 21:2-7). Nos dias de Neemias (5:1-5) houve a necessidade de alguns entre o povo hipotecarem suas casas para conseguirem empréstimo de dinheiro e até mesmo sujeitarem seus filhos à escravidão, para comprar alimento:

Foi grande, porém, o clamor do povo e de suas mulheres contra os judeus, seus irmãos.

Porque havia os que diziam: Somos muitos, nós, nossos filhos e nossas filhas; que se nos dê trigo, para que comamos e vivamos.

Também houve os que diziam: As nossas terras, as nossas vinhas e as nossas casas hipotecamos para tomarmos trigo nesta fome.

Houve ainda os que diziam: Tomamos dinheiro emprestado até para o tributo do rei, sobre as nossas terras e as nossas vinhas.

No entanto, nós somos da mesma carne como eles, e nossos filhos são tão bons como os deles; e eis que sujeitamos nossos filhos e nossas filhas para serem escravos, algumas de nossas filhas já estão reduzidas à escravidão. Não está em nosso poder evitá-lo; pois os nossos campos e as nossas vinhas já são de outros.

Em nossos dias contrair dívidas e não conseguir pagá-las não nos sujeitará a escravidão, mas, da mesma forma trará desconforto, angústia e muita dor de cabeça. O comentarista da lição deixa claro que devemos nos preocupar em tomar algumas medidas, como por exemplo: o planejamento nas contas, a disciplina nos gastos, cuidados com o consumismo desenfreado, uso consciente do cartão de crédito e cheques, entre outras.

Quanto aos imprudentes nos gastos e acumuladores de dívidas vale o conselho do apóstolo Paulo aos tessalonicenses em sua primeira carta (6:7-12): “Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele”. Em outras palavras não devemos nos concentrar demasiadamente nas questões materiais. É como Jó disse: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1:21). Se há condições de protelar a compra de um bem, por que contrair uma dívida desnecessária? Havendo condições de passar sem comprar algo, que não posso adquirir, por que contrair mais dívidas ainda?

Mas, e quem está endividado e precisa sair da inadimplência? Os especialistas aconselham:

- Assuma que você tem um problema. Quem não se conscientizar disto não empreendera esforços para solucionar a questão das dívidas;

- Liste todas as suas despesas (água, luz, telefone, alimentação e outros) e verifique quais são as suas dívidas (cartão de crédito, cheque especial, financiamentos, lojas, cheques sem fundos, condomínio e outros);

- Elabore um orçamento bem enxuto, porém realista. Isso equivale a listar todas as receitas e despesas realmente essenciais. Corte supérfluos e reduza despesas. São despesas que você pode ficar sem por um período de tempo. Faça as contas e veja qual a disponibilidade para pagamento;

- Priorize as dívidas “mais caras”. As dívidas que possuem as maiores taxas de juros devem ser negociadas prioritariamente;

- Não contraia novas dívidas;

- Cultive bons hábitos, saia de casa com o dinheiro “contado”;

- Cancele o cheque especial e se possível não use cartão de crédito.

Há os que se endividaram devido aos momentos de crises (que são imprevisíveis) e não conseguiram honrar seus compromissos financeiros. Esses não devem se desesperar; confiem no Senhor. Ele sabe por que estás nessa situação. Como anota o comentarista da lição “Deus está vendo a sua aflição, não desanime, pois o socorro vem do Senhor”.  

Sejamos sábios em nossas finanças e que o Senhor nos ajude!

Em Cristo,

Compartilhar:
←  Anterior Proxima  → Inicio

Um comentário:

  1. Graça e paz

    temos sim que por em prática o uso do planejamento familiar
    Gastar mais do que ganhar não é prudente, sabedoria e discernimento com a GRAÇA E A BONDADE DO PAI poderemos sim passar pelas aflições dessa vida.
    Que Deus o abençôe



    ResponderExcluir