Por Gilson
Barbosa
Estudaremos neste
domingo (26/08) sobre cuidados que devemos ter com as dívidas e as implicações advindas
delas. Mesmo com planejamento, disciplina e boa administração, as necessidades (o
que preciso) são maiores do que os recursos (o que ganho). Notícias informam
que o Brasil é o quarto país mais desigual em distribuição de renda da América
Latina e Caribe. Isso significa pobreza mais acentuada e consequentemente mais
dívidas.
As dívidas podem ser
previsíveis ou imprevisíveis. Suas causas são diversas: desemprego, falta de
controle nos gastos, atraso de salário, redução de renda, aumento de despesas,
doenças, consumismo, cartão de crédito, empréstimos a altos juros, dentre
outras. O Jornal Hoje, em 16/08/2012, informou que quase 50% das famílias
brasileiras comprometem o salário com dívidas. Desta forma fica muito difícil honrar um contrato realizado.
A falta de observância
de um contrato, parcial ou integral, é denominada de inadimplência – é quando a
pessoa não consegue saldar suas dívidas. Os especialistas listam pelo menos
sete consequências da inadimplência: nome inscrito em cadastros de restrição ao
crédito como o SPC e Serasa, crédito restrito, juros sobre a dívida, ações
judiciais e extrajudiciais, retomada do bem adquirido, penhora de bens e
cobrança do avalista (no caso de haver avalista).
Tudo isso que foi
relatado acima potencializa e realiza a angústia, preocupação e desespero nas
pessoas. Lembro-me do momento de crise que passava uma viúva nos dias do
profeta Eliseu. Diz o texto sagrado:
E UMA mulher das mulheres
dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo,
morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao Senhor; e veio o credor, a levar-me
os meus dois filhos para serem servos. (II Reis 4:1).
A mulher testemunhou
com conhecimento do próprio profeta que seu marido “temia ao Senhor”, e que
vindo a falecer deixou uma dívida para a família, a qual não tinha recursos
para pagá-la. Não temos a informação bíblica de como aquele homem contraiu a
dívida. Alguns dizem que este homem deveria ter poupado as economias para os
momentos de crise. Não ouso julgá-lo como irresponsável por deixar a família
numa situação precária e tensa. Caso ele fosse um agricultor e estivesse
enfrentando a estiagem, por exemplo, como saldaria a dívida? Será que não poderia
ter saldado sua dívida se não houvesse falecido? Como poderia quitar sua dívida
se sua renda tivesse diminuído? Se se ele estivesse “desempregado”?
Se
não fosse a provisão Divina a viúva teria perdido
seus dois filhos, pois segundo o costume da época para compensar uma dívida
seus filhos poderiam se tornar escravos (leia Êxodo 21:2-7). Nos dias de
Neemias (5:1-5) houve a necessidade de alguns entre o povo hipotecarem suas casas
para conseguirem empréstimo de dinheiro e até mesmo sujeitarem seus filhos à escravidão,
para comprar alimento:
Foi grande, porém, o clamor
do povo e de suas mulheres contra os judeus, seus irmãos.
Porque havia os que diziam:
Somos muitos, nós, nossos filhos e nossas filhas; que se nos dê trigo, para que
comamos e vivamos.
Também houve os que diziam:
As nossas terras, as nossas vinhas e as nossas casas hipotecamos para tomarmos
trigo nesta fome.
Houve ainda os que diziam:
Tomamos dinheiro emprestado até para o tributo do rei, sobre as nossas terras e
as nossas vinhas.
No entanto, nós somos da
mesma carne como eles, e nossos filhos são tão bons como os deles; e eis que
sujeitamos nossos filhos e nossas filhas para serem escravos, algumas de nossas
filhas já estão reduzidas à escravidão. Não está em nosso poder evitá-lo; pois
os nossos campos e as nossas vinhas já são de outros.
Em nossos dias contrair dívidas e não conseguir pagá-las não nos sujeitará a
escravidão, mas, da mesma forma trará desconforto, angústia e muita dor de
cabeça. O comentarista da lição deixa claro que devemos nos preocupar em tomar
algumas medidas, como por exemplo: o planejamento nas contas, a disciplina nos
gastos, cuidados com o consumismo desenfreado, uso consciente do cartão de
crédito e cheques, entre outras.
Quanto
aos imprudentes nos gastos e acumuladores de dívidas vale o conselho do
apóstolo Paulo aos tessalonicenses em sua primeira carta (6:7-12): “Porque nada
trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele”. Em outras
palavras não devemos nos concentrar demasiadamente nas questões materiais. É
como Jó disse: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o
deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1:21). Se há
condições de protelar a compra de um bem, por que contrair uma dívida
desnecessária? Havendo condições de passar sem comprar algo, que não posso
adquirir, por que contrair mais dívidas ainda?
Mas,
e quem está endividado e precisa sair da inadimplência? Os especialistas
aconselham:
-
Assuma que você tem um problema. Quem não se conscientizar disto não
empreendera esforços para solucionar a questão das dívidas;
-
Liste todas as suas despesas (água, luz, telefone, alimentação e outros) e
verifique quais são as suas dívidas (cartão de crédito, cheque especial,
financiamentos, lojas, cheques sem fundos, condomínio e outros);
-
Elabore um orçamento bem enxuto, porém realista. Isso equivale a listar todas
as receitas e despesas realmente essenciais. Corte supérfluos e reduza
despesas. São despesas que você pode ficar sem por um período de tempo. Faça as
contas e veja qual a disponibilidade para pagamento;
-
Priorize as dívidas “mais caras”. As dívidas que possuem as maiores taxas de
juros devem ser negociadas prioritariamente;
-
Não contraia novas dívidas;
-
Cultive bons hábitos, saia de casa com o dinheiro “contado”;
-
Cancele o cheque especial e se possível não use cartão de crédito.
Há
os que se endividaram devido aos momentos de crises (que são imprevisíveis) e
não conseguiram honrar seus compromissos financeiros. Esses não devem se
desesperar; confiem no Senhor. Ele sabe por que estás nessa situação. Como
anota o comentarista da lição “Deus está vendo a sua aflição, não desanime,
pois o socorro vem do Senhor”.
Sejamos
sábios em nossas finanças e que o Senhor nos ajude!
Em
Cristo,
Graça e paz
ResponderExcluirtemos sim que por em prática o uso do planejamento familiar
Gastar mais do que ganhar não é prudente, sabedoria e discernimento com a GRAÇA E A BONDADE DO PAI poderemos sim passar pelas aflições dessa vida.
Que Deus o abençôe