3. A definição [redefinição] do termo arcanjo – Quanto à etimologia, conceito e definição do termo em questão, os adventistas preferem ignorar seu significado clássico e transformá-lo, num passe de mágica, num significado inexistente, tornando o entendimento muito confuso. Apesar de concordarem que o termo signifique “chefe dos anjos”, entendem que sendo Jesus o criador dos anjos, automaticamente é Arcanjo de todos os anjos – ou seja, o Chefe Supremo. Em primeiro lugar, nosso Senhor Jesus não precisa ser chamado de arcanjo para ter a chefia dos anjos, mas entende-se que um anjo deve ser colocado nessa posição por Deus para executar o seu domínio. Em segundo lugar, etimologicamente, Jesus estaria sendo classificado na categoria de anjo, apenas sendo o “chefe supremo” deles, quando sabemos que os anjos foram criados por Ele e que Jesus em sua natureza é incriado.
A expressão arcanjo aparece apenas duas vezes na Bíblia (I Ts 4.16; Jd 9), no singular e apenas em um texto bíblico fica claro que seu nome é Miguel. Nenhum leitor da Bíblia chegará à conclusão que Miguel é Jesus por uma leitura simples desses dois textos bíblicos, a menos que canalize sua explicação direcionando a outros textos que não provam conclusivamente o fato intencionado. O texto de Judas 9, por exemplo, é mais favorável à interpretação ortodoxa, pois Jesus nunca se reportou à Deus para proferir palavras de juízo contra Satanás e seus demônios (Mt 4.10; 16.23; Mc 5.8-15). Portanto, inequivocamente a expressão arcanjo significa um Anjo Chefe e nosso Senhor Jesus nunca foi um Anjo Chefe.
Os adventistas tentam fugir da “acusação” de que o fato de Jesus ser um arcanjo faz dele um anjo, dizendo que no Antigo Testamento Jesus é chamado de o Anjo do Senhor, nas aparições teofânicas, e isso não faz Dele uma criatura. Todavia, as opiniões de teólogos sobre a aparição vetero-testamentária de Jesus, não são unânimes nem conclusivas. Certos teólogos como Myer Pearlman e Charles Ryrie concluíram que o Anjo do Senhor no Antigo Testamento refere-se ao Senhor Jesus Cristo, mas outras importantes considerações também devem ser analisadas, como por exemplo, a Bíblia Pentecostal (1996, p. 386) diz: “Porque o anjo do Senhor está tão estreitamente identificado, e porque ele apareceu em forma humana, alguns consideram que ele era uma aparição do Cristo eterno, a segunda pessoa da trindade, antes de nascer da virgem Maria”. [grifo meu]. O Dicionário Teológico, Editora CPAD, adverte que “todas as manifestações préencarnacionistas do Verbo Divino não passam de desnecessárias e perigosas especulações” (p. 29). Os adventistas, assim, não devem criar e estabelecer doutrinas em pontos obscuros da Bíblia e inconcluso entre os estudiosos e teólogos. Mesmo concordando que o Anjo do Senhor seja Jesus, isso não o torna um anjo, mas, uma representação de Deus em nosso Senhor Jesus Cristo e a linguagem deve ser analisada sob o prisma do escritor bíblico.
Para concluir, os adventistas dizem que chamar Jesus de arcanjo não faz dele um anjo da mesma forma que chamá-lo de Cordeiro (Jo 1.29), de Leão (Ap 5.5) não faz dele um animal. Porém, a falácia e a sutileza dos argumentos se percebem quando verificamos que chamar Jesus de cordeiro ou leão, é uma figura de linguagem, uma metáfora (ferramentas da hermenêutica), já o termo arcanjo não. Não encontraremos a utilização do termo arcanjo na Bíblia no sentido metafórico, mas sempre no sentido estrito e objetivo – o sentido usual. Portanto, a comparação é insuficiente.
4. O sincronismo do bloco profético de Daniel (2, 7, 8,10-12) – Os adventistas alegam haver um sincronismo perfeito nesse bloco profético, de maneira que cada bloco termina com a “manifestação de Cristo e do seu reino”. A explicação é de que, no capítulo 2, Jesus aparece como a Pedra que destrói a estátua; no capítulo 7, como o Ancião de Dias; no capítulo 8, como o Príncipe dos príncipes e nos capítulos 10 – 12, para que haja um sincronismo de personagens e a coerência do livro seja mantido, Miguel tem que ser um dos nomes de Jesus.
É verdade que Jesus aparece nos três primeiros grandes blocos proféticos (2,7,8), mas o contexto está relacionado com sua segunda vinda em glória, enquanto que no capítulo 12.1 a pauta do assunto é outra: a luta de Miguel, em favor de Israel, durante o período conhecido como Grande Tribulação. Norbert Lieth escreve que no tempo da Grande Tribulação, quando o Dragão e o Anticristo afligirem a Israel, o arcanjo Miguel lutará em favor do remanescente dos filhos de Israel, protegendo-os e empenhando-se por eles. O retorno vitorioso do Senhor em Jesus é mencionado em Apocalipse 19.11, mas Miguel aparece na ultima metade da septuagésima semana descrita em Daniel 12 (Apocalipse 12). São dois períodos distintos e Jesus não poderia estar na terra lutando por Israel e depois estar no céu, aguardando o final da septuagésima semana em iminência de voltar. Portanto, a essência do sincronismo deve ser às profecias e seu cumprimento, e não os personagens.
Miguel, um anjo
Não pretendo ser injusto e acusar os adventistas de não aceitarem a Divindade de Jesus, porém não posso admitir que uma doutrina seja fundamentada em pontos dúbios, eivado de palavras retóricas e de intenção apologética presunçosa. Miguel existe e é um arcanjo – o maioral sobre os anjos. Sendo um anjo, ele está convencionado a todas as questões relativas aos anjos. Pra quem acha que esse assunto não deveria merecer a importância que demos, estimo os votos da mais sincera cordialidade, mas é necessário que existam pessoas que amem a autenticidade das verdades doutrinárias e estejam dispostos a defenderem, se preciso for. Esse é o meu caso.
Muinto boa sua colocação,é clara e não deixa duvida.
ResponderExcluirBons Argumentos Irmão!
ResponderExcluirGraça e Paz!
Prezados, (Anonimo e irmão Hélio)
ResponderExcluirObrigado por acessarem esse blog. Que os irmãos se empenhem nesta tarefa de batalharmos pela fé que uma vez nos foi dada.
Grande abraço,
Não é tao boa assim, pois está faltando informação
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