Uma Palavra Sobre a Fé
Por Paulo Romeiro
A
genuína fé cristã deve estar fundamentada na Bíblia Sagrada. Caso contrário, o
corpo de Cristo sofrerá sérios transtornos. Quanto a este assunto, não podemos
deixar de mencionar o brilhante exemplo dos bereanos, registrado em Atos
17:11-13. Quando o apóstolo Paulo chegou à cidade de Beréia, dirigiu-se à
sinagoga dos judeus. A Escritura diz que “estes de Beréia eram mais nobres que
os de Tessalônica, pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as
Escrituras todos os dias para ver se as cousas eram de fato assim”. É com essa
atitude que queremos agora avaliar este movimento à luz da Bíblia, pois nenhuma
experiência, seja sonho, visão ou qualquer outra coisa, pode estar acima da
autoridade das Escrituras. Tal foi o brado da Reforma protestante através de Martinho
Lutero: sola Scriptura (somente a Escritura).
Uma
das afirmações mais contundentes desta corrente é que o cristão deve ser
próspero financeiramente e sempre ser livre de qualquer enfermidade. Quando
isto não acontece, é porque ele deve estar vivendo em pecado ou porque não tem
fé. Vejamos se tal posição tem apoio na Bíblia.
Que
a fé é importante ninguém discute. A Bíblia diz em Hebreus 11:1, 6: “Ora, a fé
é a certeza de cousas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem. De
fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que
se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o
buscam”. No movimento da fé, entretanto, a obsessão em relação à fé é tamanha
que até a simples comunicação de um problema deve ser reprimida. Em muitos
destes círculos, mesmo em reuniões de oração, evita-se pedir oração por alguém que
esteja enfermo, pois não se pode confessar ou admitir qualquer coisa negativa.
Para
reforçar seus argumentos, citam Provérbios 18:21, que diz: “A morte e a vida
estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto”. Crêem que, se
algo negativo for declarado, isto se concretizará, resultando numa espécie de automaldição,
uma expressão também cunhada pelos seus pregadores.
A
Bíblia fala de pessoas que, num momento de dificuldade, acabaram externando
suas angústias e tristezas, sem com isto tornar em realidade o mal que
confessaram. Veja o exemplo de Jacó em Gênesis 42:36, quando seus filhos voltam
do Egito, onde tinham ido comprar comida. José, que não foi reconhecido por
seus irmãos, exige que na próxima viagem tragam Benjamim, provocando desta
forma a seguinte reação de Jacó: “Então lhes disse Jacó, seu pai: Tendes-me
privado de filhos: José já não existe, Simeão não está aqui, e ides levar a
Benjamim! Todas estas cousas me sobrevêm”.
Era
natural que Jacó se sentisse assim. Depois de tantos anos sem ver seu filho
José, induzido por seus filhos a pensar que ele tinha sido devorado por uma fera,
e após ter perdido a esposa Raquel quando nasceu Benjamim, sua vida passa a ser
marcada pelo sofrimento. O fato de ele confessar no versículo 36 que “José já
não existe” não provocou a morte de José no Egito, não constituindo, portanto,
em maldição.
Vejamos
também algo semelhante na vida de Davi. Perseguido tenazmente por Saul, que
procurava por todos os meios assassiná-lo, Davi foi procurar refúgio junto a
Aquis, rei de Gate (1 Samuel 27:2). Em meio ao seu desespero, tornou-se
extremamente negativo: “Disse, porém, Davi consigo mesmo: Pode ser que algum
dia venha eu a perecer nas mãos de Saul” (1 Samuel 27:1). Apesar de sua atitude
negativa, Davi não pereceu e nem poderia perecer pela mão de Saul. Deus o havia
escolhido, através de Samuel, para ser rei de Israel. Se ele morresse, a
palavra de Deus não se cumpriria.
Os
três jovens na fornalha ardente de Nabucodonosor também servem como exemplo de
que nem sempre uma declaração negativa se transforma numa automaldição. Quando
indagados pelo rei sobre quem era o Deus que poderia livrá-los de suas mãos,
responderam: “O Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de te responder.
Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de
fogo ardente, e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos
a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste”' (Daniel
3:16-18).
Houve
duas declarações nesta passagem. A primeira, positiva, quando os três jovens
afirmaram que Deus poderia livrá-los, e a segunda, negativa, quando admitiram
que, ainda que Deus não os livrasse, não se curvariam diante da estátua do rei.
Apesar de terem feito uma confissão negativa, eles não foram consumidos pelo
fogo da fornalha, mas salvos por uma intervenção sobrenatural de Deus. E novamente
a automaldição não se cumpriu.
Não
podemos deixar de mencionar o encontro que Jesus teve com o pai de um jovem que
possuía um espírito mudo. Depois de lhe ouvir a súplica para que curasse seu
filho, Jesus disse-lhe: “Se podes! tudo é possível ao que crê”. Ao que
respondeu com lágrimas o pai do menino: “Eu creio, ajuda-me na minha falta de
fé” (Marcos 9:17-27).
Novamente
temos, nesta narrativa de Marcos, duas confissões: uma positiva e outra
negativa. Primeiro, o pai do rapaz diz que crê, mas logo depois admite sua
dificuldade em crer e roga a ajuda do Senhor. O Senhor Jesus de maneira alguma
o rejeitou e nem deixou de atendê-lo por causa de sua confissão negativa,
antes, operou um grande milagre, libertando totalmente o rapaz para a alegria
daquele pai.
O
apóstolo Paulo nem sempre pensava positivamente. Chegou a afirmar, certa vez,
que era o principal dos pecadores (1 Timóteo 1:15). Há vários outros exemplos
na Bíblia que demonstram que a operação de Deus não depende dos méritos de seus
filhos. Se Deus fosse depender de nossas fórmulas corretas e palavras precisas
para operar, ele não operaria mais.
Deus
é soberano e sobre sua soberania, dentro da confissão positiva, trataremos
adiante.
Fonte: Livro Super Crentes. Paulo Romeiro, pg 25-28
Pb.Gilson,
ResponderExcluirGrandes coisas fez o Senhor por nós,por isso estamos alegres.Sl.126:3
Passando para retribuir a visita ao blog Ellís Montechiari,obrigada!
Parabéns pelo blog, uma fonte abençoadora...!
lembre-se sempre.Você: A Ideia Mais Fantástica de Deus.Abraços fraternos de sua irmã em Cristo.
Gilson, parabéns pelo blog, grato pelo que provê nesse espaço. Alegro-me em saber que ainda existem pessoas esclarecidas teologicamente.
ResponderExcluirGrande abraço
Caro (a)
ResponderExcluirUm dos meus maiores objetivos é tentar abrir os olhos de muitos à boa teologia buscando livrá-los dos falsos mestres.
Obrigado por acessar esse blog.Se quiser receber minhas postagens direto em seu email informe o mesmo, ok?
Grande abraço,
Pb Gilson Barbos
Muito interssante a colocaçao sobre tais questoes a uma passagem na biblia muito interessante em Mateus 6 versiculo 33 Buscai primeiro o reino de DEUS,e a sua justiça, e todas as outras coisas vos sera acrecentada uma promesa de prosperidade ilimitada desde que inssesantimente, buscarmos a esse DEUS maravilhoso criador e cunsumador de todas as coisas.
ResponderExcluir