sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Ioga – despertando o “deus-consciência”

(M. Basilea Schlink)


A ioga está-se tornando objeto de crescente interesse na moderna sociedade ocidental. “Acredita-se que cerca de 15 milhões de pessoas incluem alguma forma de ioga em seus exercícios físicos, só nos Estados Unidos”.1

No Brasil ela está em muitas universidades e tem sido tema de cursos de extensão e de pós-graduação (Como, por exemplo, no Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo – Cepeusp e nas Faculdades Metropolitanas Unidas em São Paulo)2.

A ioga é saudada por muitos como a solução para a mente e para o espírito humano nos áridos desertos criados pelo racionalismo, pelo materialismo e pelo ateísmo. Entretanto, a ioga tem sua origem na Índia com raízes no hinduísmo. Não se trata, portanto, de uma idéia isolada e invariável; pode-se mesmo dizer que suas manifestações apresentam uma paleta multicolorida de métodos, exercícios e disciplinas. Inclui, ainda, objetivos psico-religiosos. Os que praticam a ioga formam um grupo igualmente distinto: socialites, médicos, advogados, vendedores, artistas etc.

No ocidente, atualmente, tal grupo se constitui de pessoas de todas as idades e camadas sociais, atraídas por diferentes motivos. Só na Alemanha ocidental calcula-se que cerca de 100 mil pessoas estão praticando a ioga.

A ioga, em suas diferentes formas, está literalmente preparada para conquistar a Europa, penetrando até mesmo em muitos círculos cristãos. É notável, no entanto, que ela desempenha apenas um papel secundário na Índia de hoje, como alguns amigos me informaram. Em muitos casos, as pessoas de lá já perceberam que a ioga não pode dar-lhes o que buscam em seus anseios. Conseqüentemente, os cristãos indianos rejeitam a mistura de ioga e cristianismo. Entretanto, o fato de o ensino da ioga estar ganhando tanto terreno aqui, nas nações cristãs do ocidente, onde a apostasia e a rebelião contra Jesus Cristo estão disseminadas, evidencia, de forma bastante clara, como o seu ensino é anticristão.

O que é a ioga?

A ioga, como a vê o hinduísmo, é uma coleção de métodos destinados a libertar a alma humana de tudo o que é terreno com o auxílio do ascetismo, exercícios físicos, técnicas respiratórias e meditações. A pretendida liberação tem duplo significado e envolve mais que a vida presente do indivíduo que pratica a ioga. A ênfase principal é dada ao ciclo do renascimento, também chamado transmigração da alma. De acordo com a antiga doutrina hindu, a alma não purificada do homem é forçada, por causa de suas ações passadas (carma), a entrar de novo num ventre materno e renascer. Somente quando consegue purificar-se por seus próprios esforços atinge a libertação, ficando, assim, livre de posteriores reencarnações. Ao mesmo tempo, esta libertação implica na verificação de que a alma individual, o ego real do homem (atmã), é, basicamente, idêntico ao espírito universal (Brama). Conseqüentemente, a ioga indiana baseia-se na teoria de que cada alma é, em sua natureza e substância, essencialmente unida com o divino. “Nisto consiste a sutil fascinação da ioga - ela ensina a deificação do homem”. Segundo a ioga, o homem não é um ser decaído, uma distorção da imagem de Deus. Ao contrário disso, a ioga afirma que o homem é o próprio Deus.

As várias escolas de ioga diferem uma das outras, principalmente na escolha de exercícios. “A hatha ioga, por exemplo, dá grande importância às técnicas físicas”, ou seja, purificação dos intestinos, certas posturas (asanas) e controle da respiração (pranaiama). O objetivo principal desta última técnica é fazer que a respiração seja deliberadamente tornada vagarosa. É sabido que tal exercício leva a um retardamento de raciocínio e a um auto-induzido esvaziamento da mente. “Outras escolas dão maior ênfase às técnicas meditativas, como, por exemplo, o mantra ioga, com sua alta, branda ou silenciosa repetição de mantras”. Em muitos casos, os mantras são fórmulas mágicas sem significado lingüístico ou gramatical, como o mantra Om, por exemplo.

Para os praticantes da ioga, essas fórmulas representam forças divinas ou cósmicas: como os deuses Vishnu e Siva ou o espírito universal Brama. Os hindus acreditam que, através da contínua repetição de tais fórmulas, podem identificar-se com os poderes que elas representam. Assim, o homem não mais se aproxima de seu Criador com humildade; em vez disso, por meio dos mantras, tenta ele próprio positivar sua oculta identidade com Deus; ou melhor, com uma divindade pagã.

A maioria das escolas de ioga no ocidente é influenciada pela hatha ioga. Os exercícios ensinados têm, acima de tudo, a intenção de fortalecer o corpo, manter os membros ágeis, remover resíduos e impurezas dos órgãos e acalmar os nervos, ajudando, assim, o indivíduo a viver uma vida harmoniosa, de modo a estar melhor equipado para enfrentar a moderna luta pela existência. Em muitos casos, até mesmo crianças são levadas a fazer tais cursos de ioga. Nessas escolas ocidentais de ioga faz-se pouca menção da liberação da alma através do ciclo de reencarnação. A ênfase principal é posta no sucesso na presente vida. Como resultado dessa nova interpretação, no ocidente a ioga é erroneamente considerada uma forma de esporte ou ginástica. Algumas vezes o principiante experimenta, de início, certos efeitos benéficos, sentindo-se à vontade e mais capaz para enfrentar situações de tensão extrema. Aparentemente positiva, a ioga ocidental tem envolvido muitas pessoas em seus ensinos. Não são poucos os enganados e presos nessa armadilha.

“Esses exercícios físicos, entretanto, não podem ser separados de um processo mental”. A mente humana é inevitavelmente envolvida. Os iniciadores atuais dos cursos de ioga são os iogues. Os iogues são treinados na ioga do hinduísmo indiano até serem conduzidos à ioga indiana. Segue-se, portanto, que os exercícios físicos externos, a respiração e a relaxação conduzem a novos exercícios até que o indivíduo atinja o conhecimento de si mesmo e a técnica de controlar a mente e a alma. O autoconhecimento e o controle são adquiridos por meio de um tipo de “ascetismo e da disciplina ética, que, em última análise, termina na religião pagã do hinduísmo”.

Com isso, fica esclarecida a seguinte questão: “a ioga não pode ser separada do hinduísmo. Isso que está sendo praticado aqui, nas nações ocidentais, não é meramente um exercício benéfico à saúde, e todos que assim pensam estão grandemente enganados”. Ao contrário do que muitos afirmam, os exercícios de ioga, em última análise, não podem ser separados da filosofia especial do hinduísmo e dos conceitos ocultos por trás dela. Os defensores do hinduísmo abertamente reconhecem esse fato.

Junto com seus exercícios físicos, ensinados durante os cursos de ginástica, a aparentemente inofensiva e não-religiosa hatha ioga, que se concentra puramente na elevação do conhecimento dos poderes físicos, é, na realidade, uma preparação para a “estrada real, a raja ioga”. Certos aspectos do modo de pensar hindu têm aceitação na hatha ioga. “O que parece ser apenas exercícios de ginástica foi preparado com motivos ocultos e produzem efeitos na mente”. Isto é óbvio quando apreciamos títulos como “a postura perfeita, a postura do herói e a postura lótus”. Não se trata apenas da estimulação de certas partes do corpo, mas de alguns órgãos internos, glândulas e centros nervosos.

Quais são os objetivos da ioga?

As diferentes escolas de ioga têm seus ensinamentos específicos, mas o interesse primário da “ioga clássica é descobrir o ego da pessoa”. Em outras palavras, redescobrir a natureza pura e divina da pessoa; ou seja, Deus no homem. De acordo com o ensinamento básico da ioga, “afirma-se que a natureza – especialmente a natureza humana - é essencialmente boa e digna. Todos os iogues crêem em si mesmos como deuses ou como partes da divindade”. Os gurus, líderes que transmitem esses ensinamentos, são considerados divindades personificadas e fazem uso de tal autoridade. Isso explica sua extraordinária influência, também evidente no mundo ocidental, onde as pessoas chegam a prostrar-se diante de um rapaz de dezessete anos.

De que maneira as pessoas, através da ioga, podem achar deus em si mesmas e libertar seu verdadeiro ego, o divino homem? “O meio é a pessoa esvaziar-se de si mesma de maneira a receber as forças do universo”, sendo que os exercícios físicos também servem para esse fim. O homem, então, será capaz de unir-se com a força viva do universo que a tudo permeia - presente, por exemplo, no ar, na água e no alimento. Desse modo, o homem pode transformar-se em um “deus”; isto é, com capacidade para elevar-se até alcançar de novo o estado original, perfeito, inocente – uma pessoa sobre-humana. Com isso, atinge, como se anuncia, a meta desejada: alegria, harmonia completa e consciência absoluta. Um estado de “deus-consciência”.

Dessa forma, “a ioga, em sua própria natureza, é auto-redenção!”. Mas, na tentativa de libertar a alma individual de uma suposta prisão, e cuidar dela como se ela fosse alguma coisa boa, “a ioga, na realidade, lisonjeia o ego pecaminoso e, desse modo, fomenta o egoísmo”. Como resultado, o estudante da ioga está constantemente preocupado consigo mesmo. Move-se ao redor do seu ego e se torna cada vez mais insociável. Assim, a alegada auto-redenção não passa de um equívoco. Supondo-se que as forças atuantes do universo realizam esta auto-redenção, há um ponto importante que deve ser lembrado: não existem forças neutras. “Atrás de todo poder atuante há um ser sobrenatural, uma divindade”. Surge, porém, uma questão: qual delas? Jesus declara que Ele veio de cima, mas há um adversário de Deus (um poderoso antideus) que procede de baixo: “E dizia-lhes: Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo” (Jo 8.23). Esse, que veio de baixo, pode, inclusive, infundir seus poderes nas pessoas e conferir-lhes habilidades especiais: “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz” (2Co 11.14).

De onde vêm os poderes que atuam num estudante de ioga? Com o que se une esse estudante quando ele atinge o objetivo dos exercícios de ioga e se torna um semideus, um ser sobre-humano? Como já ficou demonstrado, “os poderes recebidos na ioga vêm, em última análise, do espírito universal hindu, o Brama”. De um lado, os praticantes de ioga crêem em si mesmos como sendo deuses; mas, do outro, também encarnam divindades pessoais como Krishna e Siva. Visto que o estudante de ioga deve entrar em contato com esses deuses, segue-se logicamente que deve aceitá-los. Entretanto, isso significa que os adeptos dessa filosofia estabelecem relacionamento com o mundo demoníaco, justamente como escreveu Paulo com referência ao sacrifício idolátrico: “Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios” (1Co 10.20).

Considerando que os pontos básicos da ioga permanecem ocultos, os que a praticam intensamente estarão, sem dúvida, se colocando cada vez mais sob a influência de Satanás, embora isso ocorra de forma imperceptível. Através da atuação das forças cósmicas (que não são os poderes dos deuses pagãos), uma pessoa se expõe ao perigo de ficar sob a influência dos poderes de baixo, ainda que pense estar praticando a “ioga cristã”. Diante de tal fato, o estudante de ioga se transfere do reino de Jesus – o reino da luz – para o reino das trevas, embora normalmente ele não se dê conta disso até ser demasiado tarde. A verdade é que essa desastrosa transferência do reino de Jesus para o domínio dos demônios, cujas conseqüências serão sentidas na eternidade, ocorrerá necessariamente como resultado das fontes sobrenaturais da ioga.

Pode haver “ioga cristã”?

A ioga esta associada com poderes ocultos e mágicos desde sua origem na Índia antiga, o que é evidente. E podemos constatar isso ao examinarmos os tradicionais manuais de ioga, que prometem ao estudante poderes sobrenaturais (siddhis) quando ele progride nesse caminho. Mircea Eliade, autoridade em ioga, escreve: “Na Índia um iogue foi sempre tido como mahsiddha, um que possui poderes ocultos, um bruxo. 

Entre essas capacidades está o poder de alcançar qualquer objeto a qualquer distância, uma vontade irresistível, poder sobre os elementos e a realização de suas vontades”1. Com tais capacidades, o iogue consegue também realizar os chamados “milagres”. Por exemplo, em setembro de 1974 os jornais noticiaram que, numa colônia, um iogue e seus seguidores correram, descalços, sobre um braseiro, cuja temperatura era de 1000 graus centígrados, e, após o feito, não foi achado qualquer sinal de queimadura em seus pés. Esse iogue fez também seu coração parar completamente por oito segundos.

Afinal, se é aos poderes das trevas que o estudante de ioga se entrega, tais poderes, porém, jamais poderão lhe proporcionar libertação e harmonia, como o ensino dessa filosofia promete. Satanás é o destruidor de toda felicidade e harmonia, e de tudo que é bom. É ele quem está por trás de todos os ídolos e deuses, e também dos ensinos místicos hindus. Ele procura, por tais meios, conservar os homens em seus pecados e mantê-los debaixo de seu poder, de maneira que possa destruí-los. Desse modo, o cristão evangélico tem apenas uma escolha: lutar com Jesus contra os elementos ocultos e de ação demoníaca, que também nos ameaçam por meio do ensino da ioga. Jesus Cristo veio para destruir as obras do diabo e os poderes das trevas (1 Jo 3.8). Ele é Senhor e Príncipe da vitória sobre Satanás, os demônios, os poderes espirituais e principados debaixo do céu.

Assim, é claro e óbvio, pela própria natureza do assunto, que não pode haver “ioga cristã”. Apesar de toda essa evidência, não tem sido pouco os seminários teológicos, e até mesmo igrejas, se deixando levar pelos encantos diabólicos do hinduísmo pela prática da ioga. Tome por exemplo o caso do Pastor Rodney R. Romney, da Primeira Igreja Batista de Seatle, autor do livro “Jornada ao espaço interior encontrando Deus – em nós” (Abingdon, 1980), onde afirma que “compreender Deus é experimentar a própria divindade”3. Mas esse experimentar só é possível, no ponto de vista de Romney, por meio da ioga zen4, do sufismo e da meditação transcendental5. É chocante saber que Romney e seus ensinos não são um caso isolado. Muitos, dentro do cristianismo, têm abraçado essas mesmas idéias. Tanto é que alguns cristãos “inocentes” estão praticando a ioga sob a forma cristã. Por exemplo, substituem os mantras por palavras e orações como a “Oração do Senhor”. E convidam outros irmãos para retiros “espirituais’ a fim de praticarem a ioga “cristianizada”, e alegam ser este um modo de revigorar a estagnada vida de oração de alguém. A ioga, declaram, é uma técnica neutra que pode ser usada para objetivos cristãos. Entretanto, é óbvio que a origem, o método e o objetivo da ioga e os da fé cristã são mutuamente exclusivos. A meditação cristã tem como conteúdo a Palavra de Deus, e não a própria consciência. Além disso, o Cristo vivo, com seu chamado divino, está em oposição aos ensinos panteístas, às práticas e aos objetivos dessa ioga que, afinal de contas, está ligada ao ocultismo.

Embora o perigo maior proceda de sua fonte demoníaca, “o ensino de auto-redenção como tal está em completa contradição com a nossa fé cristã”. Sendo seres pecaminosos, jamais teremos poder para nos redimir por meio de exercícios físicos e mentais, através dos quais possamos elevar-nos mais e mais, a ponto de chegarmos à posição de “homens-deuses”. Todo aquele que é da verdade sabe que não tem um bom “ego real” aprisionado dentro de si; ao contrário, sabe que é, por natureza, um prisioneiro de seu pecado e de Satanás, e que precisa ser liberto de tal prisão. Nunca precisará descobrir seu “ego divino” para que alcance redenção, porque já reconheceu seu próprio ego na verdade e verificou ser ele mau (Gn 8.21). Ele está ciente da realidade do pecado e da culpa, bem como de sua necessidade de um Salvador – e tem um Salvador em Jesus Cristo.

Na verdade, Jesus se fez homem e morreu na cruz por nós para nos redimir de nosso “ego real”, o ego decaído, que é a sede de todo mal, orgulho, egoísmo e de todas as inclinações pecaminosas. Através de seu sangue derramado, e de seu ato de redenção, ao exclamar “Está consumado”, Cristo derrotou o pecado e Satanás. Aquele que crê em sua redenção e entrega seu velho homem para ser crucificado com Cristo, levantar-se-á como um novo homem, um ser redimido. Somente Jesus, o Filho de Deus, tem o poder de realizar isso em nós.  Um verdadeiro cristão move-se ao redor de Jesus e acha nele sua mais profunda realização. Jesus é tudo para ele. Vive com Jesus e o segue; sua meta única é estar com Ele para sempre em seu reino.

Todo aquele que verdadeiramente ama Jesus, o Cordeiro de Deus, como seu Salvador, e tem um relacionamento pessoal com Ele, não pode participar de exercícios que trazem em si, de forma oculta, ensinamentos místicos e fórmulas mágicas. Nunca dará atenção a desconhecidas forças elementais do universo, nem  a deuses estranhos, através de exercícios de ioga, com a discutível  intenção de aprender a arte de esvaziar a mente. Sua mente está fixada em Jesus Cristo e, em suas horas tranqüilas, seus pensamentos se concentram em Jesus e na Palavra de Deus. Não precisa, por meio da ioga, praticar a suspensão de todas as funções da alma, porque sua alma precisa estar viva e amar a Jesus e, através dele, os seus irmãos humanos, bem como tudo o que Deus criou, embora a prioridade seja Jesus.

Pedro Kupfer, um dos principais formadores de professores de ioga no Brasil disse à revista “Super Interessante”6 que a “ioga sem meditação não é ioga”. A que tipo de meditação se refere Kupter? Pesquisando a vasta literatura dedicada à difusão da ioga encontramos o que vem a ser esta meditação: é liberar o “ego divino”, aprisionado dentro do homem, permitindo que poderes fluam para sua pessoa. Ao permitir tais poderes (em última análise, vindos de baixo), a pessoa tornar-se-á inteiramente prisioneira do pecado. Portanto, um cristão que assim procede tem apenas que se envergonhar ao se colocar debaixo da influência desses poderes. Com respeito à ioga, um cristão, hoje, só pode escolher entre Cristo e Belial, porquanto a possibilidade de combinar a ioga com a fé cristã não existe. As Santas Escrituras mostram-nos, em numerosos exemplos, que o povo de Deus do Antigo Testamento incorreu em sua ira e recebeu o mais severo castigo quando procurou servir tanto a Deus como aos ídolos, isto é, aos demônios de outras religiões. Tais combinações constituem sincretismo. Este foi usualmente o pecado de Israel.

Dizem que um Deus justo não pode excluir da salvação eterna um budista, um hinduísta ou um outro seguidor de qualquer religião quando ele, honestamente, procura salvação. Mas, em nenhuma circunstância, este argumento pode ser (como muitas vezes é usado em favor da ioga) apresentado como desculpa para que sigamos tal caminho. O equívoco deste argumento é que, embora a graça de Deus seja ilimitada, há uma grande diferença entre aqueles que uma vez receberam a revelação de Jesus, o Filho de Deus, e aqueles que jamais ouviram a verdade. “Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvo” (At 4.12). Isto é constrangedor para nós como cristãos. Para nós, a ioga é uma forma de apostasia, que conduz à destruição. Para os pagãos, é um caminho errado, mas o Senhor pode reconduzi-los ainda ao verdadeiro caminho de Jesus Cristo.

Deus está nos admoestando, a nós, o seu povo do Novo Testamento, provavelmente até com maior urgência do que fez com o seu povo do Antigo Testamento, porque fomos redimidos pelo sacrifício de Jesus e pelo precioso sangue do Cordeiro. Ele está nos perguntando: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos?” (1Rs 18.21). Quando pensamos que podemos servir a Jesus e, ao mesmo tempo, ir após outros deuses, ídolos pagãos, trazidos a nós no ensino dos iogues e gurus, estamos, na verdade, incorrendo em sério julgamento, visto que fomos resgatados por um grande preço.

Hoje, em vista dessas grandes mistificações, no começo dos últimos tempos, Jesus nos convida: “Vinde a mim!” (Mt 11.28). “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6). Na verdade, só nele podemos encontrar a verdadeira salvação e a redenção do pecado – pecado que é a nossa ruína e miséria. E, um dia, Jesus nos receberá na glória dos céus, quando já estaremos verdadeiramente transformados conforme a sua imagem. Então, Ele nos outorgará o privilégio de habitar em seu reino para sempre.

Notas:

1- Revista Super Interessante, ano 15, nº 6 - Junho 2001.
2- idem
1- Eliade. Ioga. p. 97.
3- Ibid, p. 26.
4- Zen significa “meditação” e tem sua raiz no Budismo cujo fundador foi Tão-Sheng 360-434 d.C. O Zen-Budismo tem se propagado muito no Ocidente. Calcula-se que nos EUA meio milhão de budistas pratiquem  o ZEN. Na China, os mestres Zen muitas vezes são denominados “mo-wang” (rei dos demônios).
5- Ibid, pp. 82-84.
6- Revista Super Interessante, ano 15, nº 6 - Junho 2001, p.56.

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