quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A INFLUENCIA CULTURAL DA IGREJA (Parte 1)

Por Gilson Barbosa
Quando Deus criou o ser humano a Bíblia diz que o fez conforme sua imagem e semelhança. Isso significa que, entre outras coisas, Deus nos criou com inteligência, com capacidade para criar, inventar, refletir, pensar, e agindo assim, ao longo de um processo, produziremos elementos culturais que por sua vez produzirá o que os estudiosos denominam de padrões culturais. Quando nascemos não temos padrões culturais a ser seguido, pois a cultura não é determinada biologicamente, mas somente tempos depois é que seremos apresentados ao processo de socialização.
Em sua Dissertação Sociológica a Respeito dos Padrões Culturais o estudante de Direito, Daniel Saulo Ramos Dultra, escreve que:
“não há povo em que não exista pelo menos um certo número de ideias, de sentimentos e de práticas comuns. Nesse momento o ser humano objetiva que essas práticas sejam passadas de geração a geração, surgindo assim o que denominamos de elementos culturais. Nesse sentido a cultura da sociedade fornece aos seus membros modelos de comportamento social, de conduta e a esses modelos de comportamento dá-se o nome de padrões culturais”.
Os padrões culturais são extremamente importantes na formação da pessoa humana. Desvios de comportamento humano podem ser atribuídos a uma omissão pretérita de pautar a vida em um tipo de padrão cultural (bons hábitos) que nós cristãos classificamos como absoluto. Ao contrário disso sabemos que o etos que domina a cultura da sociedade mundana, distanciada de Deus, é o relativismo. Isso justifica a situação catastrófica em que se encontram a família, os casais, os adolescentes e jovens brasileiros - não só aqui no Brasil, mas no mundo todo.
Nós cristãos, criados por Deus como seres sociais e detentores das Escrituras Sagradas, temos padrões culturais enraizados na nossa fé – trata-se do código de conduta conforme ordenado por nosso Deus, por meio de Jesus Cristo e na Bíblia Sagrada. Ou seja, a igreja possui um padrão cultural a oferecer à sociedade sem Deus. A Bíblia diz que numa geração violenta, confusa e descomprometida com o Senhor “Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; Noé andava com Deus”. Digamos que Noé andava na contramão das ideias, atitudes e procedimentos das pessoas em sua época. A igreja, nos dias atuais, deve ter uma norma, um padrão cultural para apresentar a nossa sociedade. Isso é atestado por Paulo quando escreve aos gálatas (5.16): “E a todos quantos andarem conforme esta regra, paz e misericórdia sobre eles e sobre o Israel de Deus”.
1 – O SIGNIFICADO DE CULTURA
Nós fazemos parte como um todo da sociedade, portanto, somos tanto influenciados por sua cultura, quanto podemos influenciá-la por meio dos princípios morais e espirituais da nossa fé. Para aclarar um pouco o tema daremos o significado de cultura. O Dicionário Aulete informa um dos significados da palavra cultura:
“Tudo o que caracteriza uma sociedade qualquer, compreendendo sua linguagem, suas técnicas, artefatos, alimentos, costumes, mitos, padrões estéticos e éticos”.
A Enciclopédia Delta Universal define cultura do seguinte modo:
“Cultura é o termo usado pelos cientistas sociais para designar a totalidade do modo de vida de um povo. Na conversação diária, a palavra cultura pode referir-se às atividades nos campos da arte, da literatura e da música. Mas para os cientistas sociais, a cultura de um povo consiste no sistema de ideias, objetos e modos de fazer as coisas que foram criados pelo grupo. A cultura inclui as artes, as crenças, os costumes, as invenções, a linguagem, a tecnologia e as tradições”.
Entendido desse modo, os cristãos, bem como as igrejas locais, não devem absorver a totalidade da cultura secular, pois ela contém fatores originados da queda do homem no pecado. Tenho sólidas razões para afirmar que o evangelho de Cristo é supra cultural, ou seja, está acima da cultura de uma nação ou sociedade. Isso porque pecado é pecado em qualquer cultura do mundo, enquanto alguns hábitos são costumes provenientes de alguma tradição e não caracterizam necessariamente pecado. Os fatos ou acontecimentos universais obedecem sempre às três ordens: amorais, morais ou imorais.
Para alguns crentes tudo é pecado. Não se pode ouvir uma música clássica, assistir uma peça teatral, praticar algum tipo de esporte, entre outras coisas lícitas. Gostei do que disse o presbítero Solano Portela sobre essa questão:
“Verificamos que criamos, na igreja, uma dissociação artificial entre o sagrado e o profano. Falhamos em reconhecer que todas as coisas provêm de Deus. Estamos em uma criação caída, sob o pecado, mas cabe a nós, servos fiéis, exercermos o domínio que nos foi outorgado por Deus, para a sua glória. Isso quer dizer procurarmos adquirir o melhor conhecimento e desenvolver a apreciação pelas coisas belas da criação e aquelas que Deus permitiu às pessoas desenvolverem. Ao mesmo tempo, devemos ter discernimento cristão para rejeitar as distorções malignas da cultura verdadeira”.
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