quinta-feira, 25 de agosto de 2011

ESPIRITISMO (Parte 1)

O Espiritismo é uma doutrina fundamentada na crença da sobrevivência a alma a na existência de comunicação entre os vivos e os mortos, ou entre espíritos encarnados e desencarnados, através de dons especiais. Segundo os próprios espíritas, apenas algumas pessoas possuem tais dons, que são conhecidos como MEDIUNIDADE, CLARIVIDÊNCIA e CLARIAUDIÊNCIA.

I. HISTÓRIA

O Espiritismo surgiu nos EUA num pequeno povoado de Hydesville, Nova Yorque, em março de 1847, com as irmãs Cat e Margaret Fox, que começaram a identificar fenômenos paranormais em sua casa. A primeira seção espírita realizada no Brasil ocorreu na cidade de Salvador – BA, no dia 17 de setembro de 1865. Desde então, seus ensinos têm proliferado por todo o território nacional. Por outro lado, através de literatura, a codificação do Espiritismo coube a Allan Kardec.

Allan Kardec nasceu em 3 de outubro de 1804, na cidade de Lião na França, onde realizou seus primeiros estudos. Recebeu o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail. Em 1820 viaja para Yverdum na Suíça onde se torna aluno do famoso mestre Pestallozi, a quem substituía às vezes na direção da escola. Tornou-se mestre, bacharelando-se em letras e ciências. Fez doutorado em medicina e lingüística. Falava corretamente o alemão, o inglês, o italiano, o espanhol e o holandês. Em 1855, no dia 25 e março, com a comunicação do Espírito Verdade, lhe é transmitido o pseudônimo de Allan Kardec, nome de um antigo druida.

Seu primeiro trabalho da codificação da doutrina espírita foi o Livro dos Espíritos em abril e 1857. De 1857 a 1868, publica mais oito obras com ensinamentos espíritas, com destaque para os Evangelhos Segundo o Espiritismo, em 1864.

No dia 31 de março de 1869, falece Allan Kardec em Paris, aos 65 anos de idade, vítima de aneurisma cerebral.

Entende os espíritas que seu movimento religioso é a fase mais avançada da religião de Cristo, ou seja, a terceira revelação de Deus aos homens: A lei o Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na em Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus [i].

II. A PALAVRA ESPIRITISMO

Quando Allan Kardec codificou a doutrina espírita, foram criados os vocábulos Espiritismo, para designar a doutrina propriamente dita, e Espírita ou Espiritista, para identificar os adeptos. A palavra Espiritismo é formada por duas palavras “Espírito” – do grego pneuma e “ismos” – doutrina filosófico-religiosa. Espírita – diz Allan Kardec, é todo aquele que acredita nas manifestações dos espíritos [ii].

III – O QUE ENSINA O ESPIRITISMO

O Espiritismo é a terceira revelação de Deus

Afirmam que o Espiritismo é o cumprimento da promessa de Cristo de enviar o Consolador, o Espírito Santo, e é a terceira revelação de Deus. Diz o Livro dos Espíritos: Razão há, pois, para que o Espiritismo seja considerado a terceira das grandes revelações [iii].

Tal declaração é um absurdo, podendo até era considerada uma blasfêmia, para a qual não há perdão – Mt 12.31-32. A Bíblia revela que o Espírito Santo é uma pessoa, a terceira Pessoa da Santíssima Trindade: a) Ele aparece em igualdade com o Pai e com o Filho na ordenança do batismo – Mt 28 19; b) No batismo de Jesus – Mt 3.16,17; c) Na bênção apostólica – 2 Co 13.13.

Jesus prometeu o Espírito Santo aos seus seguidores e lhes recomendou não sair de Jerusalém, e o Espírito Santo desceu sobre eles no dia de Pentecostes – At 1.4,5; Lc 24.49; At 2.1-4. Logo o Espírito Santo nada tem a ver com o surgimento do Espiritismo moderno codificado por Allan Kardec (AK), mais ou menos 1850 anos depois. A prova da descida do Espírito Santo e sua missão estão na mudança dos apóstolos depois do Pentecostes como se mostraram intrépidos na comunicação do Evangelho que Cristo lhes mandara pregar – At 1.8; Mc 16.15,16.

A possibilidade de comunicação entre vivos e mortos

Declaram: Todo o homem é um médium e está cercado no seu dia-a-dia por uma população invisível que, sem que ele o saia ou queira, com ele se relaciona [iv].
Não há base Bíblia alguma para esta crença, ao contrário, a Bíblia ensina que a prática de consultar os mortos era abominável a Deus, pelo que Deus a proibiu terminantemente – Ex 22.18; Lv 19.31, 20.7; Is 8.19,20.

A proibição de consultar os mortos implica em os mortos voltarem [v].

Deus proibiu a idolatria, não porque existissem outros deuses, mas porque atrás da idolatria estava a demonolatria – 1 Co10. 19,20. Da mesma forma, Deus proibiu a consulta aos mortos, não porque eles se comunicassem com os vivos, mas porque não eram os espíritos dos mortos que se comunicavam com os vivos, mas eram espíritos demoníacos, ou espíritos malignos – Ef 6.10-12.

Reencarnação 

Quanto à reencarnação, afirmam: O princípio da reencarnação ressalta de muitas passagens as Escrituras, achando-se especialmente formulado, de modo explícito, no Evangelho [vi]. E para tentar provar sua posição, AK se vale de passagens bíblicas como Mateus 11.14 e João 3.3.
“E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir” (Mt 11.14). João Batista era Elias, não o reencarnado, mas o profético, isto é, tinha características e missão semelhantes, como passamos a expor:

a.              Para que Elias reencarnasse, deveria primeiro ter morrido, o que não aconteceu – 2 Re 2.11
b.              Se Elias tivesse reencarnado, na Transfiguração de Mateus 17.1-6, quem deveria
c.               ter aparecido seria João Batista e não Elias.
d.              A semelhança entre Elias e João Batista nada tem a ver com a reencarnação, pois os traços semelhantes estão na identidade de seus ministérios
e.              O próprio João Batista, diretamente interrogado por uma comissão de judeus se ele era Elias, respondeu categoricamente: Não sou – Jo 1.21
f.                Em Mt 11.13, Jesus disse: Todos os profetas e a lei profetizaram até João. Quando Jesus diz todos, isto inclui Elias, e a eles Jesus acrescenta João, logo Elias e João não são os mesmo profetas.

Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus (Jo3. 3).

A Bíblia ensina que nascer de novo significa regeneração. Reencarnação é a entrada do mesmo espírito em outro corpo. Regeneração é a mudança das disposições dominantes da alma estando no mesmo corpo. Ao dizer a Nicodemos que era preciso nascer de novo, Jesus disse que O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do Espírito é espírito (Jo 3.6). Se houvesse reencarnação, ela consistiria sempre em nascimento da carne e Jesus estava falando claramente de um nascimento espiritual – Jo 1.12,13; 2 Co 5.17; Gl 6.15; Ef 4.22-24.


[i] O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, p. 59.
[ii] O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, p.44.
[iii] O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, p.24.
[iv] O Que é o Espiritismo, Maria Laura Viveiros de Castro, p. 39.
[v] Mesmo livro citado, p.89.
[vi] O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, p.146.
Compartilhar:
←  Anterior Proxima  → Inicio

2 comentários:

  1. Existe de facto muitas contradições interpretactivas da teologia biblica, quanto a manifestação espirita e ou demonológica,( pois a igreja até diz que não existe diabo ou demonios e que tudo é metáforas???).Mas de facto os druidas foram pais e mestres nos estados modificados de consciencia (espiritos) e o professor Hippolyte Rivail (Alan,nome do tal druida) sabia a história dos druidas que também desapareceram misteriosamente.No entanto creio que não estamos só no cosmos.

    ResponderExcluir
  2. Existem muitas religiões. Não será as mesmas fruto da intervenção alienigena do passado? A história, a antropologia e estudo sociologicos das épocas identifica interferencias muito estranhas e evoluidas.Piramides do Egipto, cabeça ovóide dos egipcios,o Oanes do egipto.Á assim tantas dúvidas? E a zona 51 e os pc,s biologicos para 2017,com ident cheiro e cheiro?

    ResponderExcluir