A QUESTÃO DO IMPACTO ECONÔMICO
A escritora sabatista Ellen G. White concorda que a obra de aliviar o sofrimento mesmo no dia de sábado foi realizada e exemplificada por Jesus:
Não raro são os médicos chamados no sábado para acudir a enfermos, sendo-lhes impossível tomar tempo para repouso e devoção. O Salvador nos mostrou por Seu exemplo que é correto aliviar o sofrimento neste dia; mas médicos e enfermeiros não devem fazer trabalho desnecessário. Tratamentos comuns, e operações que podem esperar, devem ser deixados para o dia seguinte. Seja conhecido dos pacientes que os médicos precisam ter um dia de descanso.
A medicina era uma profissão imprescindível na época em que viveu a Sr.ª White, não podendo ser negligenciados estudos que envolvessem o profissional de medicina em relação à questão do sábado, pois também médicos aderiam ao adventismo. Talvez profissões indispensáveis hoje, como: Socorristas de emergência, Bombeiros, Forças Armadas, Grupos de Defesa Civil, Polícias, Abastecedores de água e energia elétrica não o fossem na época da Sr.ª White deixando-se assim uma lacuna sobre os procedimentos a serem seguidos pelos diversos sabatistas que hoje exercem tais atividades.
Podemos auxiliar essas pessoas sabatistas sinceras e que ingressaram um dia em uma dessas atividades e hoje se vêem oprimidos por não disporem sempre do dia de sábado para desfrutar da comunhão com os irmãos e com Deus. Por analogia ao referenciado acima pela profetiza, os envolvidos nas atividades que hoje se fazem necessárias e imprescindíveis, pois envolve o bem-estar, proteção ou manutenção das vidas humanas, visados por Jesus e entendido pelos cristãos atuais, podem trabalhar no sábado sem se sentirem culpados, pois a sua atividade encontra-se de acordo com os princípios que Jesus visava.
Há publicações sobre o assunto, mas a maioria dos membros comuns adventistas desconhecem essas normas. Como exemplo temos algumas regras de ordem para a DAS. A 96.215, reafirma o princípio adventistas da correta observância do sábado e registra o resumo do documento da AG de 1990 sobre a observância do sábado (ver DSA 90-639 e 91-609).
A QUESTÃO DO IMPACTO NOS DIREITOS SOCIAIS
Outro ponto a ser mencionado é que ao ingressar nessas atividades todos os sabatistas têm ciência de que nem sempre terão livre o sábado, destarte, não podem faltar nesse dia se escalados, pois tinham conhecimento prévio de causa. Tal pessoa não estará amparada pela Constituição Federal Brasileira e não poderá alegar privação de direitos, pois a nossa Constituição assim exprime em seu item VIII, artigo 5º, capítulo I, título II: “Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei” [grifo nosso].
Católicos, batistas, presbiterianos, metodistas e demais denominações poderiam alegar que não podem trabalhar no domingo, pois, assim como os sabatistas guardam o sétimo dia da semana, precisam guardar o primeiro. Mas isto não ocorre, e vemos cristãos batistas, presbiterianos e de outras denominações que cultuam aos domingos, abdicando desse dia para atuarem em atividades essenciais, pois tal obrigação é a eles imposta. Sendo assim, nenhum sabatista poderá invocar o artigo constitucional acima, pois o trabalho, seja, em qual dia for nessas atividades, é a todos imposto em virtude de lei, cabendo ao sabatista, a alternativa da demissão voluntária.
Muitos são os sabatistas que tiveram que optar entre o emprego e a guarda do sábado, optando eles pelo segundo, gerando impacto social e econômico em suas vidas. Com certeza isso para eles é uma honra, pois entendem que o sábado é o selo de Deus, “Ezequiel diz que o sábado é o sinal, o selo, a identificação e a marca de Deus” , e assim estão sendo perseguidos pela causa do Reino de Deus. Sonham com o dia em que serão impedidos de guardar o sábado e obrigado a guardar o domingo . Bullón , um renomado pregador adventista assim escreve: “Aqui a profecia indica que chegará um momento na história deste mundo em que quem guardar o sábado não poderá comprar nem vender”. Indaga, também que muitos jovens adventistas não tem o direito de fazer as provas na universidade em outros dias e que nem todas as pessoas podem fazer concursos públicos. Prossegue no velho discurso de que o domingo é a marca da besta e que chegará um dia em que todos deverão guardá-lo.
Tal afirmação não é verdadeira, pois o que vemos em nossos dias de relativismo e globalização é que a humanidade caminha em direção a que se trabalhe todos os dias, de domingo a domingo. Quantos supermercados hoje abrem ininterruptos? Quantos estabelecimentos funcionam dioturnamente? A moda hoje são os estabelecimentos vinte e quatro horas.
Quanto a alegação de que um sabatista não poder realizar concursos públicos, pois eles são realizados geralmente no sábado, já não procede mais. O Vestibular da UFES, não é realizado mais nesse dia. Quanto aos concursos estaduais, a Lei n.º 6.667, da Assembléia Legislativa do Estado do Espírito Santo, coincidência à parte, em vigor desde o dia 04 de maio de 2001, dispõe sobre a liberdade de consciência, convicção religiosa e estabelece a vedação de concursos públicos, vestibulares, aulas e provas no dia escolhido para descanso e atividades religiosas, estabelecendo o período de segunda a sexta-feira, entre oito e dezoito horas, para realização de concursos públicos, assim como o processo seletivo nas instituições de ensino médio . Em âmbito Nacional, temos o PROJETO DE LEI Nº 3703, DE 1997. No caso do estabelecimento educacional ter aulas ao sábados, o sabatista pode requerer atividade acadêmica em outro período, o que torna o problema sanado.
Pode ser que ocorra que uma pessoa venha converter-se a uma denominação sabatista, já sendo funcionário de algum órgão que exerça atividade essencial. Sendo assim, o que fazer após a conversão e o entendimento, (errôneo), que tal profissão é incompatível com as regras da lei?
Esse é um ponto de grande impacto na vida dos sabatistas. Muitas pessoas sinceras chegam a abandonar o emprego, após absorverem a doutrina da guarda do sétimo dia. Vêem-se como mártires da obra de Cristo. Assim como os fariseus do tempo de Jesus, eles possuem seus olhos fechados e não vêem a mínima possibilidade de realizarem trabalho no sábado, mesmo que em benefício do próximo. “Ficam assim alijados da prestação desses serviços pela obrigatoriedade da observação sabática, que deve ir do escurecer da sexta-feira ao pôr-do-sol do sábado”.
Senhor se eles entendessem o que é “Misericórdia quero e não sacrifício” (Mateus 9:13), certamente veriam o Teu amor pelo pobre sofredor, pelo necessitado, pelo doente, pelo ferido, tanto na alma como no corpo, pelo homem pecador”.
Ficamos com as palavras de Milton:
O supremo Criador sabe todas as coisas e conhece o futuro desde a eternidade, por isso sabia que chegaria o tempo em que seria impossível à humanidade parar simultaneamente um só dia na semana para observar a sua guarda. Milhares são as atividades imprescindíveis à vida na sociedade moderna que não podem parar, trabalhando ininterruptamente durante as vinte e quatro horas do dia.
CONCLUSÃO
Concluímos então que atividade essencial é toda aquela que não pode cessar um dia sequer, pois a sua paralisação, implicaria em prejuízos vitais para o homem e que tais atividades não podem deixar de existir, visto à sua importância imprescindível à sociedade humana e que deve ser exercida diuturnamente sem com isso estar indo de encontro aos mandamentos bíblicos.
É certo que o Deus Onisciente, que falou diversas vezes e de diversas formas ao homem - (Hebreus 1:1) - previu um tempo em que a ciência se desenvolveria, os homens se multiplicariam, as cidades seriam muitas e muitos seriam os necessitados e dependentes de alguém, que pudesse aliviar-lhes o peso da dor, da doença e do risco de vida, sem fazer distinção de dias. Sendo assim, falou-nos hoje por meio de seu Filho, Jesus, o qual possui a visão de que o shabath foi feito para o homem e não o homem para o shabath.
É nesse contexto que entendemos, todos, inclusive a profetiza, que há atividades essenciais, as quais os homens não podem viver sem elas e que realizá-las, mesmo no sétimo dia, não é profanar um mandamento de Deus. Isto, devido ao seu caráter humanitário ensinado por Cristo.
Entendemos, que devido a um entendimento errôneo das Escrituras, pessoas têm sofrido grandes impactos em suas vidas. Impacto econômico e sociais, gerados, ao passo que, tendo a guarda do sábado como fundamental, no alcance do Reino de Deus, deixam seus empregos, pois não é compatível com a pregação de sua nova crença religiosa. Perdem seus empregos devido ao fato de não poderem trabalhar aos sábados, quando as empresas empregadoras, assim desejam. Não conseguem realizar o sonho de ingressar naquele curso superior pretendido, pois não podem estudar nas sextas-feiras à noite e no sábado. Não obtêm êxito naquele emprego dos sonhos, pois na entrevista para o ingresso, foi detectado ser o candidato um guardador do sábado e que traria muito transtorno para a administração da empresa. Quando ingressam em alguma empresa, omitindo serem sabatistas, a permanência se torna um pesadelo, mesmo em atividades essenciais, pois vivem trocando de serviço quando são escalados no período entendido como sábado, e dificilmente trabalharão nesse dia se acaso não conseguirem executar a troca, pois, a maioria não possui instrução sobre em que ocasião poderiam trabalhar no sétimo dia.
Só tenho a expressar que:
ResponderExcluirO mais importante é obedecer a Deus!!!!
E cada um será julgado conforme as suas ações!!!Então, caro amigo, não julgueis para que não sejais julgado!!!!