sexta-feira, 4 de março de 2011

A OBRA MISSIONÁRIA ENTRE OS GENTIOS

Por Gilson Barbosa
Missão mundial é o objetivo de Deus, conforme João 3.16 atesta: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Ele estabeleceu pactos ou alianças com os homens (humanidade) ao longo dos tempos. Alianças são pactos, condicionais ou não, em que Deus estabelece regras e/ou promessas ao homem, para que este atinja um determinado fim (PAULA: 1997). Deus escolheu Israel como uma nação que pudesse fazer conhecido seu plano salvador as demais, contudo, ela não cumpriu SEU propósito. O professor Alberto Fonseca lista três propósitos de Deus ao escolher a nação de Israel:
1 - Mostrar ao mundo seu Poder e a sua Glória, e que somente Ele é Deus, os hebreus são as testemunhas do Senhor (Is 43.10), testemunhar e ensinar ao mundo que existe um só Deus, o monoteísmo verdadeiro;
2 - Dar ao mundo as Sagradas Escrituras, o povo judeu foi o receptáculo dos oráculos divinos (Rm 3.1-2);
3 - Dar ao mundo o Salvador (Gn 12.3; Jo 4.22) esse é o mais importante motivo.
O PROFETA JONAS E OS NINIVITAS
A Bíblia toda trata sobre missões, pois seu alvo principal é mostrar à humanidade como fazer para ser salvo. Um exemplo de pregação evangelística e de atuação missionária, fora de Israel, no Velho Testamento, encontramos na história de Jonas. Este fora chamado para pregar à importante cidade de Nínive, capital da Assíria, cujo povo, além de pagão, possuía a fama de que seus guerreiros eram cruéis no tratamento com seus prisioneiros.
O livro de Jonas conta a história de um profeta relutante, com uma atitude racista e acreditava que Deus só poderia interessar-se por seu próprio povo - os de sua nação. Por meio de suas aventuras, ele acaba percebendo seu erro e reconhece que a misericórdia de Deus se estende a todos.
Talvez o profeta Jonas não acreditasse no arrependimento dos ninivitas, não admitisse que Deus pudesse ser complacente com eles, devido as suas maldades, e que não deveriam ouvir uma mensagem de salvação – quando o que mereciam era a destruição. Estes podem ser os motivos pelos quais Jonas resiste à idéia e viaja na direção oposta.
Deus mostrou a Jonas que ama a humanidade e demonstrou que a mensagem de salvação deve ser estendida a todos os povos, quando estes se arrependem dos pecados (3.10). 
GRUPOS DE PESSOAS NA SOCIEDADE JUDAICA
A missão aos estrangeiros era parte da intenção original de Deus. Na sociedade judaica havia certos grupos de pessoas cujo entendimento é salutar para avaliarmos como os judeus os tratavam.
1 – Judeus da Diáspora – Desde os cativeiros babilônicos e assírios, muitos judeus e israelitas não retornaram para a Palestina e formaram nestas nações uma forte comunidade judaica. A Diáspora tornou-se então um meio de vida, e isso continuaria pelo período grego-romano, quando os judeus se dispersaram por grande parte do mundo antigo (METZGER: 2002). Os encontramos na festa de Pentecostes em Jerusalém onde Lucas registra: “Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Asia, e Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus” (At 2.8-11). Eram judeus que haviam adotado o idioma e os costumes gregos (UNGER: 1985).
2 – Prosélitos – Estes eram de nacionalidade não judaica que, mediante a aceitação dos ritos judaicos e exigências da religião, aderiam a nova fé (Mt 23.15). Segundo certa definição, prosélito é o gentio (estrangeiro) que foi conquistado para o judaísmo, se deixou circuncidar e submeteu ao batismo. Na escolha dos diáconos, para auxílio no trabalho cotidiano das viúvas em Jerusalém, um dos selecionados era prosélito: Nicolau (At 6.5).  
3 – Tementes a Deus – Esse grupo de pessoas, segundo alguns estudiosos, eram não-judeus, simpatizantes do judaísmo, mas que não se submeteram aos ritos da circuncisão e batismo. Mesmo que a expressão “temente a Deus”, em Atos 10.1, não seja usado categoricamente a esse grupo de pessoa, todavia, o centurião Cornélio é tido como uma pessoa desse grupo, pois, tinha temor de Deus, o reverenciava, até mesmo orava e distribuía esmolas, mas não aderira totalmente a fé judaica.
4 – Gentios – Estes eram não-judeus, estrangeiros, pagãos, alheios a religião judaica e seus rituais, aos judeus e a fé cristã. Paulo os retrata num quadro terrível em Romanos 1.18ss. 
O CENTURIÃO CORNÉLIO
A Igreja do Novo Testamento, quando lhe deu nascimento era judaica. O povo escolhido do Velho Testamento era hebreu, e foi dentre os judeus que Jesus escolheu os seus discípulos. No dia de Pentecostes os não-judeus ou gentios convertidos eram todos prosélitos do judaísmo ou a este convertido (HENRICHSEN: 1997).
Os judeus convertidos à fé cristã supuseram que o caminho para a salvação em Cristo era por meio das práticas judaicas, entre elas a circuncisão, porém quando Cornélio recebeu o evangelho de Cristo instaurou-se a polêmica de que os gentios deveriam ser aceitos na comunidade judaica mediante os ritos religiosos. O apóstolo Paulo resolverá esse assunto mais tarde, no que pode ser considerado o Primeiro Concílio da Igreja Cristã, em Jerusalém (At 15).               
Cornélio era um gentio monoteísta e que participava do culto na sinagoga, guardava o sábado e os ritos quanto à alimentação. Ele tinha todas as qualificações de um prosélito, menos a circuncisão e o batismo, cerimônias indispensáveis no testemunho de conversão ao judaísmo. O texto no original sugere que Cornélio orava pedindo a Deus por uma revelação quanto ao verdadeiro Caminho que deveria seguir, pois seu coração generoso ainda clamava pelo preenchimento do Espírito (KING JAMES).
 O apóstolo Pedro, teve de dar satisfações ao ministério em Jerusalém (At 11) – nem tanto pela liderança, mas por alguns cujo registro bíblico denomina de “partido dos circuncisos”. O alívio para Pedro foi a comprovação dos seis irmãos hebreus (At 11.12), que ele havia levado consigo, de que enquanto Pedro ainda pregava a Palavra, o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a mensagem (At 10.44). Desta forma, como poderiam negar mediante as evidências, que os gentios não fizessem parte do plano global de Deus para a salvação da humanidade?  Isso reafirma o que está registrado em 1 Timóteo 2.4 de que Deus “quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade”.
DESAFIOS MISSIONÁRIOS
Há ainda muitos povos, tribos, línguas e nações que não conhecem a Jesus, não ouviram o evangelho e nem receberam a Cristo. Nosso Senhor Jesus disse “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15). Os desafios missionários são muitos e urgentes. Você pode se informar a respeito destes desafios em vários sites de Missão. Sugiro que comece por esse. Podemos fazer alguma coisa por missões: contribuir, orar, apoiar e ser enviado. Que Deus nos dê força e graça para cumprirmos o Ide de seu Filho.

        


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